QUINTO DIA
ORAÇÃO PARA TODOS OS DIAS DA NOVENA: Ó Santa Teresinha, branca e mimosa
flor de Jesus e de Maria, que embalsamais o Carmelo e o mundo inteiro com o
vosso suave perfume, atraí-nos e convosco correremos em seguimento de Jesus,
nosso Deus e único Bem, pelo caminho da renúncia, do amor e do abandono.
Fazei-nos simples e dóceis, humildes e confiantes para com nosso Pai do Céu.
Ah! não permitais que O ofendamos pelo pecado, que O contristemos pela desconfiança.
Assisti-nos em todos os perigos e necessidades, socorrei-nos em todas as
aflições e alcançai-nos todas as graças espirituais e temporais,
particularmente...
Lembrai-vos.
ó Santa Teresinha do Menino Jesus, que prometestes passar o vosso Céu fazendo
bem sobre a terra, sem descanso, até ver completo o número dos eleitos.
Ah! cumpri
em nós vossa promessa: sede nosso anjo protetor na travessia desta vida e não
descanseis até que nos vejais no Céu, cantando ao vosso lado eternamente as
ternuras do amor misericordioso do Coração de Jesus e do Coração de Maria.
Amém!
ORAÇÃO PARA O 5º DIA: Ó meu dulcíssimo Jesus, que Vos
dignastes instituir a Santíssima
Eucaristia, para serdes Vós mesmo o alimento de nossa alma, o maná para
fortificar-nos na travessia do deserto desta vida, rumo à Pátria Celeste. Tomar
em alimento o Vosso Corpo e beber o Vosso Sangue, ó Jesus, é penhor de
ressurreição e de vida eterna. Lembrai-Vos, ó Jesus Eucarístico, de vossa serva
Santa Teresinha do Menino Jesus, que tanto Vos amou no Santíssimo Sacramento do
Altar, e alcançai-nos por sua intercessão, uma grande devoção eucarística.
Ó querida
Santa Teresinha do Menino Jesus, imploramos-vos, com grande confiança a graça de um ardente e profundo amor a Jesus
Sacramentado. Como éreis feliz quando recebíeis Jesus na santa Comunhão!
Que felicidade não experimentáveis também adorando o Santíssimo Sacramento! Ó
Santa Teresinha, consegui que também nós cresçamos dia a dia no amor a Jesus
Sacramentado e assim alcancemos a felicidade do Céu. Amém!
JACULATÓRIA: Santa Teresinha do Menino Jesus, humilde
adoradora do Santíssimo Sacramento! Rogai por nós!
OREMOS: Senhor Jesus Cristo, Esposo e amante
das almas puras, as quais distinguis com coroa especialíssima: concedei-nos por
intercessão de Santa Teresinha do Menino Jesus, a graça de segui-la aqui na
terra, amando-Vos com todo o nosso coração, para que com ela recebamos o prêmio
da eterna recompensa. Vós que viveis e reinais, pelos séculos dos séculos.
Amém.
Pai-Nosso,
Ave-Maria, Glória ao Pai.
LEITURA PARA O 5º DIA
SANTA TERESINHA E O
AMOR À SANTÍSSIMA EUCARISTIA
Ouçamos a
própria Santa falando sobre a sua Primeira Comunhão: "A época de minha
primeira comunhão ficou gravada no coração como uma lembrança sem penumbras...
Queria Jesus fazer-me gozar de uma alegria tão perfeita, quanto possível neste
vale de lágrimas... Praticava diariamente grande número de piedosos exercícios,
que constituíam outras tantas flores. Fazia
um número maior ainda de jaculatórias... e tais atos de amor formavam os botões de flores...
Nesta época,
ninguém ainda me ensinara o modo de fazer oração (=meditação). Um dia, uma das
minhas mestras da Abadia me perguntou o que fazia nos dias de folga, quando
estava sozinha. Respondi-lhe: "Penso no bom Deus, na vida... na ETERNIDADE,
afinal penso"... Compreendo agora que, sem o saber fazia oração, e que o
Bom Deus já me instruía em segredo...
Depressa se
passaram os três meses de preparação. Tive logo que entrar em retiro [na
Abadia]. Na véspera do grande dia, recebi a absolvição sacramental pela segunda
vez. A confissão geral deixou-me grande paz na alma, e o Bom Deus não permitiu
que a mais leve dúvida a perturbasse. No correr da tarde, pedi perdão a todos
da família que vieram visitar-me, mas não conseguia falar senão através de minhas
lágrimas. Estava por demais comovida...
Raiou,
enfim, o "mais belo de todos os dias". Quão inefáveis não são as
recordações que na alma me deixaram as mínimas
circunstâncias desse dia de céu!...Acima de tudo, a entrada na Capela e a
entoação matinal do lindo cântico: Ó Santo Altar, que de Anjos sois
rodeado!"... Existem pensamentos da
alma que se não podem traduzir em linguagem terrena, sem perderem o sentido
autêntico e celestial.... E como foi afetuoso o primeiro ósculo de Jesus à
minha alma!... Foi um ósculo de amor. Sentia-me amada, e de minha parte dizia:
"Amo-Vos, entrego-me a Vós para sempre". Não houve pedidos, nem
lutas, nem sacrifícios. Desde muito, Jesus e a pobre Teresinha se tinham olhado
e compreendido. Naquele dia, porém, já não era um olhar, era uma fusão. Já
não eram dois, Teresa desaparecera como a gota de água que se perde no seio do
oceano. Ficava só Jesus, era Ele , o Senhor, o Rei... [Teresa] Não tardou em
debulhar-se em deliciosas lágrimas, com grande espanto das colegas que, mais
tarde, diziam entre si: "Por que será que chorou? Sentiria algo que a
acabrunhasse?... Não será, antes, por não ver junto a si a própria mãe ou a
irmã, que é carmelita, a quem tanto ama?"
---- Não compreendiam que, ao descer a um coração toda a alegria do céu,
este coração exilado não podia suportá-la, sem derramar lágrimas... Oh! não, a
ausência de Mamãe não me contristava no dia de minha primeira comunhão. Não
estava o céu dentro de mim, e nele não tinha Mamãe desde muito tomado lugar?
Desta forma, quando recebi a visita de Jesus, recebi também a de minha querida
Mãe, que me abençoava e se regozijava com minha felicidade... Não chorava,
outrossim, a ausência de Paulina. Sem dúvida alguma, ficaria contente se a
visse ao meu lado, mas desde muito meu sacrifício estava aceito. Nesse dia [em
que também Paulina fazia sua Profissão no Carmelo], meu coração se encheu só de
alegria. Uni-me a ela, que irrevogavelmente se dava Àquele que tão amorosamente
se dava a mim!.
O dia que se
seguiu à minha primeira comunhão foi ainda um dia bonito, mas repassado de
melancolia. Toda a linda roupa que Maria me tinha comprado, todos os presentes
recebidos, não me enchiam o coração. Não havia senão Jesus que pudesse
contentar-me. Anelava pelo momento em que me fosse dado recebê-Lo pela segunda
vez.
[Após um
mês, conseguiu licença para comungar novamente]. "Que doce recordação não
guardei da segunda visita de Jesus! Desta vez ainda, corriam minhas lágrimas
com inefável doçura. Sem cessar repetia a mim mesma as palavras de S. Paulo: 'Já não sou eu que vivo, Jesus é quem vive
em mim'... (Gl II, 20). A partir dessa Comunhão, meu desejo de receber o
Bom Deus tornou-se cada vez maior; obtive permissão de fazê-lo em todas as
festas principais...
Ouçamos
agora sua irmã Sóror Genoveva da S. Face (Celina): "A santa Missa e o
Banquete eucarístico faziam as suas delícias. Não principiava nada de
importante sem pedir que se celebrasse o Santo Sacrifício por essa intenção.
Quando a nossa tia lhe dava dinheiro pelas suas festas e aniversários, no
Carmelo, ela pedia sempre licença para mandar celebrar missas e dizia-me às
vezes baixinho: "É pelo meu filho (Pranzini = um condenado à morte de quem
tinha conseguido a conversão), é bem preciso que eu venha em sua ajuda
agora!"... Ela teria desejado muito comungar todos os dias, mas não o
permitindo o costume [só depois é q. S Pio X, vai autorizar a comunhão
frequente] foi um dos seus maiores sofrimentos no Carmelo. Rezava a S. José
para se obter uma mudança neste costume.
O seu amor
para com a Sagrada Eucaristia levou-a a desempenhar-se com muito fervor o cargo
de sacristã. A sua felicidade era completa quando ficava na patena ou no
corporal alguma parcela da santa Hóstia... Contou-me a sua felicidade, quando
uma vez, no momento da comunhão, tendo caído a santa Hóstia das mãos do
sacerdote ela estendeu o seu escapulário para a receber: considerava ter tido
assim o mesmo privilégio que a Santíssima Virgem, visto que levava o Menino
Jesus nos seus braços.
Ao preparar
os Vasos sagrados para a Santa Missa, gostava, dizia ela, de se mirar no cálice
e na patena; parecia-lhe que tendo o ouro refletido a sua imagem, era sobre ela
que repousavam as espécies divinas.
Com que
devoção ela compôs e pintou um fresco à volta do tabernáculo do Oratório! É um
verdadeiro monumento de obediência, porque não conhecia o desenho a fundo, e de
maneira nenhuma a pintura e era preciso fazer este trabalho, subida a uma
escada, e com uma iluminação tão insuficiente que um artista experimentado
dificilmente teria conseguido fazê-lo. Contudo ela acabou com felicidade este
trabalho e os anjinhos que ela nos deixou têm uma expressão infantil e celeste
ao mesmo tempo.
Uma
tribulação e novo gênero ia ferir as vibras mais delicadas do coração de
Teresinha: De 16 de Agosto a 30 de setembro (dia da morte) as contínuas ameaças
de hemoptise não lhe permitiram que tornasse a comungar.Quantas vezes, em pleno
inverno, depois de noites de cruéis sofrimentos, as irmãs tinham-na visto voar
logo ao romper da alva para junto da Sagrada Mesa! Mas antes de ser privada do
celeste Alimento, visitou-a Nosso Senhor amiudadas vezes no seu leito de dor.
Foi de um modo particular enternecedora a cena que se passou na comunhão de 16
de julho, festa de Nossa Senhora do Carmo. Compusera ela durante a noite a seguinte
estrofe para ser cantada ao outro dia:
"Sabeis, Senhor, minha vileza extrema, E horror não tendes de até mim
descer?! Hóstia divina, aspiração suprema, Vinde à minh'alma, que abraçar-Vos
quer, Se eu neste abraço, meu Jesus, pudesse Morrer de puro amor! Ouvi, meu
Deus, a minha ardente prece: Oh! vinde a mim, Senhor! Amém!
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