sábado, 26 de setembro de 2020

NOVENA A SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS


QUINTO DIA

ORAÇÃO PARA TODOS OS DIAS DA NOVENA: Ó Santa Teresinha, branca e mimosa flor de Jesus e de Maria, que embalsamais o Carmelo e o mundo inteiro com o vosso suave perfume, atraí-nos e convosco correremos em seguimento de Jesus, nosso Deus e único Bem, pelo caminho da renúncia, do amor e do abandono. Fazei-nos simples e dóceis, humildes e confiantes para com nosso Pai do Céu. Ah! não permitais que O ofendamos pelo pecado, que O contristemos pela desconfiança. Assisti-nos em todos os perigos e necessidades, socorrei-nos em todas as aflições e alcançai-nos todas as graças espirituais e temporais, particularmente...

Lembrai-vos. ó Santa Teresinha do Menino Jesus, que prometestes passar o vosso Céu fazendo bem sobre a terra, sem descanso, até ver completo o número dos eleitos.

Ah! cumpri em nós vossa promessa: sede nosso anjo protetor na travessia desta vida e não descanseis até que nos vejais no Céu, cantando ao vosso lado eternamente as ternuras do amor misericordioso do Coração de Jesus e do Coração de Maria. Amém!

ORAÇÃO PARA O 5º DIA: Ó meu dulcíssimo Jesus, que Vos dignastes instituir a Santíssima Eucaristia, para serdes Vós mesmo o alimento de nossa alma, o maná para fortificar-nos na travessia do deserto desta vida, rumo à Pátria Celeste. Tomar em alimento o Vosso Corpo e beber o Vosso Sangue, ó Jesus, é penhor de ressurreição e de vida eterna. Lembrai-Vos, ó Jesus Eucarístico, de vossa serva Santa Teresinha do Menino Jesus, que tanto Vos amou no Santíssimo Sacramento do Altar, e alcançai-nos por sua intercessão, uma grande devoção eucarística.

Ó querida Santa Teresinha do Menino Jesus, imploramos-vos, com grande confiança a graça de um ardente e profundo amor a Jesus Sacramentado. Como éreis feliz quando recebíeis Jesus na santa Comunhão! Que felicidade não experimentáveis também adorando o Santíssimo Sacramento! Ó Santa Teresinha, consegui que também nós cresçamos dia a dia no amor a Jesus Sacramentado e assim alcancemos a felicidade do Céu. Amém!

JACULATÓRIA:  Santa Teresinha do Menino Jesus, humilde adoradora do Santíssimo Sacramento! Rogai por nós!

OREMOS: Senhor Jesus Cristo, Esposo e amante das almas puras, as quais distinguis com coroa especialíssima: concedei-nos por intercessão de Santa Teresinha do Menino Jesus, a graça de segui-la aqui na terra, amando-Vos com todo o nosso coração, para que com ela recebamos o prêmio da eterna recompensa. Vós que viveis e reinais, pelos séculos dos séculos. Amém.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.

LEITURA PARA O 5º DIA

SANTA TERESINHA E O AMOR À SANTÍSSIMA EUCARISTIA

Ouçamos a própria Santa falando sobre a sua Primeira Comunhão: "A época de minha primeira comunhão ficou gravada no coração como uma lembrança sem penumbras... Queria Jesus fazer-me gozar de uma alegria tão perfeita, quanto possível neste vale de lágrimas... Praticava diariamente grande número de piedosos exercícios, que constituíam outras tantas flores. Fazia um número maior ainda de jaculatórias... e tais atos de amor formavam os botões de flores...

Nesta época, ninguém ainda me ensinara o modo de fazer oração (=meditação). Um dia, uma das minhas mestras da Abadia me perguntou o que fazia nos dias de folga, quando estava sozinha. Respondi-lhe: "Penso no bom Deus, na vida... na ETERNIDADE, afinal penso"... Compreendo agora que, sem o saber fazia oração, e que o Bom Deus já me instruía em segredo...

Depressa se passaram os três meses de preparação. Tive logo que entrar em retiro [na Abadia]. Na véspera do grande dia, recebi a absolvição sacramental pela segunda vez. A confissão geral deixou-me grande paz na alma, e o Bom Deus não permitiu que a mais leve dúvida a perturbasse. No correr da tarde, pedi perdão a todos da família que vieram visitar-me, mas não conseguia falar senão através de minhas lágrimas. Estava por demais comovida...

Raiou, enfim, o "mais belo de todos os dias". Quão inefáveis não são as recordações que na alma me deixaram as mínimas circunstâncias desse dia de céu!...Acima de tudo, a entrada na Capela e a entoação matinal do lindo cântico: Ó Santo Altar, que de Anjos sois rodeado!"... Existem pensamentos da alma que se não podem traduzir em linguagem terrena, sem perderem o sentido autêntico e celestial.... E como foi afetuoso o primeiro ósculo de Jesus à minha alma!... Foi um ósculo de amor. Sentia-me amada, e de minha parte dizia: "Amo-Vos, entrego-me a Vós para sempre". Não houve pedidos, nem lutas, nem sacrifícios. Desde muito, Jesus e a pobre Teresinha se tinham olhado e compreendido. Naquele dia, porém, já não era um olhar, era uma fusão. Já não eram dois, Teresa desaparecera como a gota de água que se perde no seio do oceano. Ficava só Jesus, era Ele , o Senhor, o Rei... [Teresa] Não tardou em debulhar-se em deliciosas lágrimas, com grande espanto das colegas que, mais tarde, diziam entre si: "Por que será que chorou? Sentiria algo que a acabrunhasse?... Não será, antes, por não ver junto a si a própria mãe ou a irmã, que é carmelita, a quem tanto ama?"  ---- Não compreendiam que, ao descer a um coração toda a alegria do céu, este coração exilado não podia suportá-la, sem derramar lágrimas... Oh! não, a ausência de Mamãe não me contristava no dia de minha primeira comunhão. Não estava o céu dentro de mim, e nele não tinha Mamãe desde muito tomado lugar? Desta forma, quando recebi a visita de Jesus, recebi também a de minha querida Mãe, que me abençoava e se regozijava com minha felicidade... Não chorava, outrossim, a ausência de Paulina. Sem dúvida alguma, ficaria contente se a visse ao meu lado, mas desde muito meu sacrifício estava aceito. Nesse dia [em que também Paulina fazia sua Profissão no Carmelo], meu coração se encheu só de alegria. Uni-me a ela, que irrevogavelmente se dava Àquele que tão amorosamente se dava a mim!.

O dia que se seguiu à minha primeira comunhão foi ainda um dia bonito, mas repassado de melancolia. Toda a linda roupa que Maria me tinha comprado, todos os presentes recebidos, não me enchiam o coração. Não havia senão Jesus que pudesse contentar-me. Anelava pelo momento em que me fosse dado recebê-Lo pela segunda vez.

[Após um mês, conseguiu licença para comungar novamente]. "Que doce recordação não guardei da segunda visita de Jesus! Desta vez ainda, corriam minhas lágrimas com inefável doçura. Sem cessar repetia a mim mesma as palavras de S. Paulo: 'Já não sou eu que vivo, Jesus é quem vive em mim'... (Gl II, 20). A partir dessa Comunhão, meu desejo de receber o Bom Deus tornou-se cada vez maior; obtive permissão de fazê-lo em todas as festas principais...

Ouçamos agora sua irmã Sóror Genoveva da S. Face (Celina): "A santa Missa e o Banquete eucarístico faziam as suas delícias. Não principiava nada de importante sem pedir que se celebrasse o Santo Sacrifício por essa intenção. Quando a nossa tia lhe dava dinheiro pelas suas festas e aniversários, no Carmelo, ela pedia sempre licença para mandar celebrar missas e dizia-me às vezes baixinho: "É pelo meu filho (Pranzini = um condenado à morte de quem tinha conseguido a conversão), é bem preciso que eu venha em sua ajuda agora!"... Ela teria desejado muito comungar todos os dias, mas não o permitindo o costume [só depois é q. S Pio X, vai autorizar a comunhão frequente] foi um dos seus maiores sofrimentos no Carmelo. Rezava a S. José para se obter uma mudança neste costume.

O seu amor para com a Sagrada Eucaristia levou-a a desempenhar-se com muito fervor o cargo de sacristã. A sua felicidade era completa quando ficava na patena ou no corporal alguma parcela da santa Hóstia... Contou-me a sua felicidade, quando uma vez, no momento da comunhão, tendo caído a santa Hóstia das mãos do sacerdote ela estendeu o seu escapulário para a receber: considerava ter tido assim o mesmo privilégio que a Santíssima Virgem, visto que levava o Menino Jesus nos seus braços.

Ao preparar os Vasos sagrados para a Santa Missa, gostava, dizia ela, de se mirar no cálice e na patena; parecia-lhe que tendo o ouro refletido a sua imagem, era sobre ela que repousavam as espécies divinas.

Com que devoção ela compôs e pintou um fresco à volta do tabernáculo do Oratório! É um verdadeiro monumento de obediência, porque não conhecia o desenho a fundo, e de maneira nenhuma a pintura e era preciso fazer este trabalho, subida a uma escada, e com uma iluminação tão insuficiente que um artista experimentado dificilmente teria conseguido fazê-lo. Contudo ela acabou com felicidade este trabalho e os anjinhos que ela nos deixou têm uma expressão infantil e celeste ao mesmo tempo.

Uma tribulação e novo gênero ia ferir as vibras mais delicadas do coração de Teresinha: De 16 de Agosto a 30 de setembro (dia da morte) as contínuas ameaças de hemoptise não lhe permitiram que tornasse a comungar.Quantas vezes, em pleno inverno, depois de noites de cruéis sofrimentos, as irmãs tinham-na visto voar logo ao romper da alva para junto da Sagrada Mesa! Mas antes de ser privada do celeste Alimento, visitou-a Nosso Senhor amiudadas vezes no seu leito de dor. Foi de um modo particular enternecedora a cena que se passou na comunhão de 16 de julho, festa de Nossa Senhora do Carmo. Compusera ela durante a noite a seguinte estrofe para ser cantada ao outro  dia: "Sabeis, Senhor, minha vileza extrema, E horror não tendes de até mim descer?! Hóstia divina, aspiração suprema, Vinde à minh'alma, que abraçar-Vos quer, Se eu neste abraço, meu Jesus, pudesse Morrer de puro amor! Ouvi, meu Deus, a minha ardente prece: Oh! vinde a mim, Senhor! Amém!

 

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