OITAVO DIA
ORAÇÃO PARA TODOS OS DIAS DA NOVENA: Ó Santa Teresinha, branca e mimosa
flor de Jesus e de Maria, que embalsamais o Carmelo e o mundo inteiro com o
vosso suave perfume, atraí-nos e convosco correremos em seguimento de Jesus,
nosso Deus e único Bem, pelo caminho da renúncia, do amor e do abandono.
Fazei-nos simples e dóceis, humildes e confiantes para com nosso Pai do Céu.
Ah! não permitais que O ofendamos pelo pecado, que O contristemos pela desconfiança.
Assisti-nos em todos os perigos e necessidades, socorrei-nos em todas as
aflições e alcançai-nos todas as graças espirituais e temporais,
particularmente...
Lembrai-vos.
ó Santa Teresinha do Menino Jesus, que prometestes passar o vosso Céu fazendo
bem sobre a terra, sem descanso, até ver completo o número dos eleitos.
Ah! cumpri
em nós vossa promessa: sede nosso anjo protetor na travessia desta vida e não
descanseis até que nos vejais no Céu, cantando ao vosso lado eternamente as
ternuras do amor misericordioso do Coração de Jesus e do Coração de Maria.
Amém!
ORAÇÃO PARA O 8º DIA: Ó humilíssimo Jesus, sendo o modelo
perfeito de todas as virtudes, quisestes, no entanto, dar destaque à humildade,
dizendo: "Aprendei de mim que sou
manso e HUMILDE de coração" (Mt XI, 29) e também exortando os seus
discípulos: "Na verdade vos digo
que, se não vos converterdes e vos não tornardes como meninos, não entrareis no
reino dos céus; pois, aquele que se fizer humilde como este menino, este será o
maior no reino dos céus" (Mt XVIII, 4). Ó manso e humilde Cordeiro,
dai-nos a graça de trilharmos o Pequeno Caminho da Infância Espiritual, vivido
e mostrado por vossa humilde serva, Santa Teresinha do Menino Jesus!
E vós, ó
Santa Teresinha, consegui que cresçamos dia a dia, na humildade, virtude também
característica das criancinhas. Fazei que todas as nossas obras e orações sejam
impregnadas de humildade e assim, possamos chegar ao Paraíso. Amém!
JACULATÓRIA: Santa Teresinha, violeta de humildade!
Rogai por nós!
OREMOS: Senhor Jesus Cristo, Esposo e amante
das almas puras, as quais distinguis com coroa especialíssima: concedei-nos por
intercessão de Santa Teresinha do Menino Jesus, a graça de segui-la aqui na
terra, amando-Vos com todo o nosso coração, para que com ela recebamos o prêmio
da eterna recompensa. Vós que viveis e reinais, pelos séculos dos séculos.
Amém.
Pai-Nosso,
Ave-Maria, Glória ao Pai.
LEITURA PARA O 8º DIA
SANTA TERESINHA E A
VIRTUDE DA HUMILDADE
Demos a palavra a Sóror Genoveva da S. Face
(Celina, irmã de S. Teresinha) no livro "CONSELHOS E LEMBRANÇAS":
"Entre todas as virtudes, a humildade
sobretudo atingiu em Santa Teresa do Menino Jesus os últimos limites e foi para
ser mais humilde e mais pequena que ela seguiu o "Caminho da Infância Espiritual,
ou antes, foi este caminho, seguido fielmente, que a tornou humilde e simples
como uma criança".
"Quando sofreu a doença tão humilhante
[paralisia e demência intermitente] do nosso venerado pai, ela mostrou que os
seus desejos de desprezos não eram letra morta. Quantas vezes, depois da sua
adolescência, não tinha ela repetido, com entusiasmo, esta frase de S. João da
Cruz: 'Senhor, sofrer e ser desprezado por vós'. Era o tema das nossas
aspirações quando, às janelas do Mirante, conversávamos ambas sobre a vida
eterna".
"Era preciso sobretudo, dizia-me ela, ser humilde de coração e não o é, pois não quer que toda gente a mande.
Está de bom humor, se as coisas lhe correm bem, mas logo que não correm como
quer, o seu rosto fica entristecido. A virtude não está nisto. A virtude é
'colocar-se humildemente debaixo dos pés de todos' [Imitação de Cristo],
alegrar-se por a repreenderem"... 'Devíamos alegrar-nos por o próximo nos
desacreditar algumas vezes, porque se ninguém fizesse esse ofício, que seria de
nós? É o nosso lucrozinho...'
"Durante uma festa de comunidade em que
se representou uma 'recreação piedosa' da sua autoria, foi criticada pela sua
duração e mandaram interrompê-la. Surpreendia-a nos bastidores, enxugando
furtivamente algumas lágrimas; depois, tendo-se dominado, ficou tranquila e
calma sob a humilhação".
"Era com uma alegria celestial que Sóror
Teresa aceitava todas as repreensões, não só das superioras, mas das
inferioras. Assim, ela deixava as noviças dizerem-lhe coisas desagradáveis, sem
nunca as repreender nesse momento".
"Aceito bem as repreensões quando são
justas, dizia-lhe eu; desde que tenha procedido mal, concordo, mas não posso
suportar as reprimendas, se não estou em falta. --- 'Pois eu, replicou ela, é
tudo ao contrário, prefiro ser acusada injustamente, porque nada tenho a
censurar-me e ofereço isso a Deus com alegria; a seguir, humilho-me ao pensar
que era bem capaz de fazer aquilo de que me acusam".
"Parece-me,
confessava ela simplesmente, que a
humildade é a verdade. Não sei se sou humilde, mas sei que vejo a verdade em
todas as coisas".
"Era seu hábito classificar-se entre os
fracos, donde veio o apelativo de "almas pequenas". A base das suas instruções [para as noviças]
era ensinar-nos a não nos afligirmos em nos vermos a mesma fraqueza, mas antes
em nos gloriarmos das nossas enfermidades... (II Cor. XII, 5). 'É
tão doce sentir-se fraca e pequena', dizia ela.
"É
claro que a Santa não entendia aprovar a aceitação sem combate das faltas
mortais, e mesmo leves... O que Teresa sublinha a miúdo na sua 'Doutrinazinha'
é a necessidade fundamental da criatura não acreditar na sua própria força, de
não se apoiar nos seus próprios méritos, mas contar exclusivamente com a graça
divina, a única capaz de inspirar, de ajudar, de coroar os nossos esforços e de
dar vigor à nossa boa vontade... Reconhecer, aceitar, amar a sua fraqueza, não
é portanto desculpar o pecado nem conformar-se com ele; é estabelecer-se na
verdade, perder toda a ilusão sobre si mesma e fazer brotar mesmo do fundo duma
miséria melhor compreendida, o grito de confiança cega na Misericórdia
Infinita..." [Nota de rodapé].
"Certa vez, dizia-me Sóror Teresa: 'Enche-me de alegria o ter sido imperfeita,
hoje o bom Deus fez-se grandes graças, é um bom dia...' Perguntei-lhe então
como é que ela podia experimentar tais sentimentos? 'O meu pequeno meio,respondeu-me, é estar sempre contente, sorrir sempre, tanto quando caio como quando
alcanço uma vitória'.
"Esta
alma tão forte duvidava tanto de si mesma que se julgava capaz dos maiores
pecados. No fundo de uma imagem de Jesus crucificado escrevera ela estas
palavras que traduzem as disposições habituais da sua alma: 'Senhor, Vós bem sabeis que Vos amo... mas
tende piedade de mim, porque não sou mais que um pecador'.
"Só em Deus está o repouso, e a verdadeira alegria que não fatiga
nunca, é a que se tira do desprezo de si mesmo. Assim, a propósito da sua
fraqueza de ontem à noite... (eu tinha chorado um pouco porque me custava ir visitar as
doentes depois das matinas, quando estava muito fatigada, e uma irmã tinha-o
visto): se a irmã que a surpreendeu a
julga sem virtude e está nisso de acordo com ela do fundo do coração, aí está a
verdadeira alegria!...Que a achem sempre imperfeita, é o que é preciso, aí está
o seu lucro. Julgar-se a si mesma imperfeita e achar as outras perfeitas, eis a
felicidade. Que a achem sem virtude não lhe tira nada e não a torna mais pobre,
são os outros que perdem em alegria interior, porque não há nada mais doce do
que pensar bem do nosso próximo. Tanto pior para os que a julgam
desfavoravelmente e tanto melhor para si, se se humilhar com isso por amor de
Deus'.
"Tomando
demasiado à letra o conselho de S. Paulo: 'Tende
cuidado de fazer o bem, não só diante de Deus, mas também diante dos homens, eu
sonhava sempre em dar o bom exemplo em torno de mim; queria que as noviças me
tomassem por modelo; por isso quando tinha a desgraça de cair, julgava tudo
perdido:
'Isso,
disse-me ela, é buscar-se a si mesma,
é zelo falso e uma ilusão. Conta-se que um bispo desejando conhecer um Santo
que gozava duma grande reputação, o foi procurar acompanhado dos grandes do seu
séquito. O Santo, vendo vir ao longe o Prelado com a sua corte, teve uma
tentação de vaidade, e foi por isso que, querendo reagir e vendo umas crianças
que brincavam numa gangorra num tronco de árvore, fez prontamente descer uma e
colocou-se no seu lugar. O bispo tomou-o por um extravagante e foi-se embora
sem outro exame. Assim, muitas vezes, a alma não é suficientemente forte para
suportar o louvor; deve então, às vezes, sacrificar mesmo um bem aparente à sua
própria santificação. A Irmã deveria regozijar-se por cair, porque se ao cair
não ofendesse a Deus, seria preciso fazê-lo de propósito para se humilhar'.
"Era
indiferente ao que se pensava dela, mesmo quando os outros a julgavam mal por
qualquer aparência. E assim, no princípio da sua doença de tuberculose, sendo
obrigada a ir tomar os remédios alguns minutos antes das refeições, uma irmã
antiga admirou-se e queixou-se disso achando-a desobediente ao regulamento.
Sóror Teresa do Menino Jesus não teria senão que dizer uma palavra para se
desculpar. Mas absteve-se de o fazer... Como Maria, o seu grande meio era o
silêncio. Gostava de 'guardar todas as
coisas no seu coração' (Lc. II, 19), tanto as suas alegrias como as suas
penas; esta reserva foi a sua força e o ponto de partida da sua perfeição,
assim como a sua característica externa, porque era notável na
ponderação". Amém!
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