ORAÇÃO PARA TODOS OS DIAS DA NOVENA: Ó Santa Teresinha, branca e mimosa
flor de Jesus e de Maria, que embalsamais o Carmelo e o mundo inteiro com o
vosso suave perfume, atraí-nos e convosco correremos em seguimento de Jesus,
nosso Deus e único Bem, pelo caminho da renúncia, do amor e do abandono.
Fazei-nos simples e dóceis, humildes e confiantes para com nosso Pai do Céu.
Ah! não permitais que O ofendamos pelo pecado, que O contristemos pela desconfiança.
Assisti-nos em todos os perigos e necessidades, socorrei-nos em todas as
aflições e alcançai-nos todas as graças espirituais e temporais,
particularmente...
Lembrai-vos.
ó Santa Teresinha do Menino Jesus, que prometestes passar o vosso Céu fazendo
bem sobre a terra, sem descanso, até ver completo o número dos eleitos.
Ah! cumpri
em nós vossa promessa: sede nosso anjo protetor na travessia desta vida e não
descanseis até que nos vejais no Céu, cantando ao vosso lado eternamente as
ternuras do amor misericordioso do Coração de Jesus e do Coração de Maria.
Assim seja!
SÉTIMO DIA
ORAÇÃO PARA O 7º DIA: Eterno Pai, Vós coroais no Céu todos aqueles que Vos serviram na terra com a simplicidade das crianças. Lembrai-Vos, pois, nós vo-lo pedimos instantemente, da simplicidade com que Vos serviu na terra a vossa serva Santa Teresinha do Menino Jesus. Ela estava certa de que Vós, um dia, havíeis de dar o vosso Reino celestial àqueles que Vos servissem na terra com o coração simples de uma criança inocente.
Ó dulcíssimo Jesus,
dai-nos a virtude da simplicidade. Fazei que, no cumprimento dos nossos deveres
de estado de cada dia, procuremos somente
Vos agradar. Concedei-nos esta bela e sublime simplicidade, o primeiro dos
vossos dons no pequeno caminho da infância espiritual ensinado pelo vossa
querida filha Santa Teresinha. Pelas nossas inumeráveis culpas, temos merecido
ser privados para sempre deste dom encantador. Mas, Senhor, Vós no-lo podeis restituir,
Vós o desejais e, se nós não pusermos obstáculo, esperamos recuperá-lo, e assim
podereis receber de nós o tributo de louvor, que só é perfeito na boca das
crianças.
Ó minha
querida Santa Teresinha, vós que iluminada pelo Espírito Santo, soubestes
aprender de Jesus, o caminho mais curto e seguro do Céu que é 'A INFÂNCIA
ESPIRITUAL", obtende-me de Jesus Cristo esta graça de me converter e
praticar a simplicidade das crianças e, assim, poder, um dia, entrar no Reino do
Céu. Amém!
JACULATÓRIA: Santa Teresinha, mestra da santa
simplicidade das crianças! Rogai por nós!
OREMOS: Senhor Jesus Cristo, Esposo e amante
das almas puras, as quais distinguis com coroa especialíssima: concedei-nos por
intercessão de Santa Teresinha do Menino Jesus, a graça de segui-la aqui na
terra, amando-Vos com todo o nosso coração, para que com ela recebamos o prêmio
da eterna recompensa. Vós que viveis e reinais, pelos séculos dos séculos.
Amém.
Pai-Nosso,
Ave-Maria, Glória ao Pai.
LEITURA PARA O 7º DIA
SANTA TERESINHA E A
VIRTUDE DA SIMPLICIDADE
A
simplicidade é o primeiro encanto que verificamos nas criancinhas. E,
assim, é uma das virtudes
características do "Pequeno Caminho da Infância Espiritual".
A palavra SIMPLES, em Teologia Dogmática,
significa o que não tem composição.
Deus é o Ser simples por excelência; pois é
"Aquele que é" (= Javé). Simplicidade em Deus, quer dizer ausência
total de composição, de tal modo que em Deus a Existência identifica-se com a
Essência. Por isso, Deus é a Verdade, Deus é o Ser Imutável, Necessário, Deus é
a própria Perfeição. O Anjo é a criatura mais perfeita que Deus criou, porque é
a mais simples, ou seja, é só espírito, não tem composição de matéria. A única
composição que tem, é a da existência e da essência (porque esta simplicidade é
exclusiva de Deus). Depois vem o Homem, bem mais imperfeito que o Anjo, porque
além da composição da existência e essência, tem a composição do espírito (=alma) e da matéria
(= corpo).
SIMPLES, em Teologia Ascética e Mística,
significa o que, na vida espiritual, não é artificial, nem complicado e nem
múltiplo. Assim é a "Infância Espiritual" de Santa Teresinha. Aí não
vemos métodos rígidos na meditação (aliás o método carmelitano de meditação já
era o mais simples) e nos exames de consciência; nem muitos livros de leitura
(bastam a Sagrada Escritura e a Imitação de Cristo). Não há nada de requintado
e sim fazer as coisas ordinárias de cada dia, mas fazê-las com um amor
extraordinário. A alma não precisa estar preocupada em ficar contando os seus
atos (basta fazer tudo por amor a Jesus). Santa Teresinha também ensinou que a
santidade não está na multiplicação das práticas de piedade. Disse: "A santidade não está em tal ou tal
prática; ela consiste numa disposição do coração que nos torna humildes e
pequenos nas mãos de Deus" (Novissima Verba, pág. 112 e 113). E também
podemos acrescentar que Santa Teresinha não fazia consistir a santidade em
coisas extraordinárias, mas sim ter um grande amor em fazer as pequenas coisas
só para agradar a Jesus.
Infelizmente,
muitos autores espirituais insistem demasiado nos trabalhos e esforços pessoais
e levam as pessoas a tomarem muitas resoluções e acabam complicando a
santidade. Daí esses processos complicados na meditação, para a prática de cada
virtude com graus indefinidamente multiplicados, com divisões e subdivisões sem
fim. Santa Teresinha, porém, simplifica tudo.
Tudo que é
de Deus é simples. Por exemplo, a Sagrada Escritura é a Palavra de Deus, porque
inspirada pelo Espírito Santo. Santa Teresinha dizia: "As almas simples não têm meios complicados, e eu sou deste
número" (História de Uma Alma, c. X). Em uma de suas cartas diz: "Por vezes, quando leio certos tratados
em que a devoção é apresentada através de mil obstáculos cansa-me depressa;
fecho o erudito livro que me quebra a cabeça e torna árido meu coração e tomo a
Sagrada Escritura. Então, tudo se torna luminoso... a perfeição parece-me
fácil". Além da Bíblia, ela lia o livro da Imitação de Cristo. E no
Livro primeiro, c. III Santa Teresinha leu: "Ó
Deus de verdade! fazei-me um só convosco em caridade perpétua! Enfastia-me
muitas vezes ouvir e ler muitas coisas: em Vós acho quanto quero e desejo".
No cap. V: "Nas Santas Escrituras há
de buscar-se a verdade e não a eloqüência". Antes da conversão, eis o
que disse Santo Agostinho: "O que senti, quando tomei nas mãos aquele
livro (A Sagrada Escritura), não foi o que acabo de dizer, senão que me pareceu
indigno compará-lo à elegância ciceroniana. A sua simplicidade repugnava ao meu
orgulho e a luz da minha inteligência não lhe penetrava no íntimo" (Confissões).
Uma vez convertido, porém, a Sagrada Escritura constituía o alimento e as
delícias de sua inteligência.
A santidade consiste em aproximar-se da
perfeição de Deus: "Sede perfeitos
como vosso Pai do Céu é perfeito" (Mt V, 48). Então assim, o homem
aproxima-se de Deus, pela simplicidade.
A oração é o grande meio de santificação e de salvação. Daí, ser ela o
termômetro da santidade. No início, a oração é mais complicada (é a meditação
discursiva) mas, à medida que a alma vai progredindo na vida espiritual, sua
oração vai-se tornando mais simples, até chegar a oração bem simples, chamada
por isso mesmo por Bossuet, de oração de
simplicidade.
Como a criancinha é inocente, naturalmente
é mais simples do que um menino ou um adulto.
A criancinha não tem subterfúgios, não tem vaidades e não se preocupa
consigo, não tem fingimentos e disfarces, não muda como os camaleões, não tem
malícia. Por todas estas coisas, ela tem paz e é alegre com aquela alegria que
brota espontânea do fundo de sua alma
inocente. Estas qualidades naturais das
criancinhas, os adultos devem transformar em virtudes sobrenaturais. É
justamente este o "Pequeno Caminho da Infância Espiritual" ensinado
por Santa Teresinha do Menino Jesus. A alma deve despojar-se da prudência humana
e procurar se revestir da prudência de Deus. Nunca agir pelas luzes
próprias; em todas as ações, nunca
consultar o próprio espírito ou o do mundo, mas em tudo deve pedir as luzes do
Espírito Santo, e ser dócil a elas. Não ter respeito humano, muito menos malícia.
A alma na Infância espiritual é sincera nas confissões e com o seu diretor
espiritual. Sua alma é-lhe um espelho límpido. Não guarda nenhuma reserva para
com ele, pois sabe que o diretor está no lugar de Jesus: "Quem vos ouve, a
Mim ouve". A alma na Infância Espiritual, não pensa em si, nem procura
aparecer. Tudo nela é verdadeiro. Por isso não tem vaidades e não se preocupa
demasiadamente com o seu exterior. Não procura parecer diferente do que é, nem
esconde os seus defeitos. O seu recolhimento não é forçado. As ações, as
maneiras, as palavras, tudo é natural. Donde, não fica perturbada, está sempre
em paz e alegre. Quando acontece cair, levanta-se imediatamente e não desanima,
mas tira proveito das próprias faltas, sendo mais humilde e ama mais a Jesus.
Daí, uma pessoa santa, é o perfume de
Jesus Cristo. Sua caridade, simplicidade,
mansidão e humildade atraem as pessoas para Deus. É o que constatamos ao
lermos a vida dos santos. Amém!
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