domingo, 27 de setembro de 2020

NOVENA A SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

ORAÇÃO PARA TODOS OS DIAS DA NOVENA: Ó Santa Teresinha, branca e mimosa flor de Jesus e de Maria, que embalsamais o Carmelo e o mundo inteiro com o vosso suave perfume, atraí-nos e convosco correremos em seguimento de Jesus, nosso Deus e único Bem, pelo caminho da renúncia, do amor e do abandono. Fazei-nos simples e dóceis, humildes e confiantes para com nosso Pai do Céu. Ah! não permitais que O ofendamos pelo pecado, que O contristemos pela desconfiança. Assisti-nos em todos os perigos e necessidades, socorrei-nos em todas as aflições e alcançai-nos todas as graças espirituais e temporais, particularmente...

Lembrai-vos. ó Santa Teresinha do Menino Jesus, que prometestes passar o vosso Céu fazendo bem sobre a terra, sem descanso, até ver completo o número dos eleitos.

Ah! cumpri em nós vossa promessa: sede nosso anjo protetor na travessia desta vida e não descanseis até que nos vejais no Céu, cantando ao vosso lado eternamente as ternuras do amor misericordioso do Coração de Jesus e do Coração de Maria. Assim seja!

SÉTIMO DIA

ORAÇÃO PARA O 7º DIA: Eterno Pai, Vós coroais no Céu todos aqueles que Vos serviram na terra com a simplicidade das crianças. Lembrai-Vos, pois, nós vo-lo pedimos instantemente, da simplicidade  com que Vos serviu na terra a vossa serva Santa Teresinha do Menino Jesus. Ela estava certa de que Vós, um dia, havíeis de dar o vosso Reino celestial àqueles que Vos servissem na terra com o coração simples de uma criança inocente. 

Ó dulcíssimo Jesus, dai-nos a virtude da simplicidade. Fazei que, no cumprimento dos nossos deveres de estado de cada dia,  procuremos somente Vos agradar. Concedei-nos esta bela e sublime simplicidade, o primeiro dos vossos dons no pequeno caminho da infância espiritual ensinado pelo vossa querida filha Santa Teresinha. Pelas nossas inumeráveis culpas, temos merecido ser privados para sempre deste dom encantador. Mas, Senhor, Vós no-lo podeis restituir, Vós o desejais e, se nós não pusermos obstáculo, esperamos recuperá-lo, e assim podereis receber de nós o tributo de louvor, que só é perfeito na boca das crianças.

Ó minha querida Santa Teresinha, vós que iluminada pelo Espírito Santo, soubestes aprender de Jesus, o caminho mais curto e seguro do Céu que é 'A INFÂNCIA ESPIRITUAL", obtende-me de Jesus Cristo esta graça de me converter e praticar a simplicidade das crianças e, assim, poder, um dia, entrar no Reino do Céu. Amém!

JACULATÓRIA: Santa Teresinha, mestra da santa simplicidade das crianças! Rogai por nós!

OREMOS: Senhor Jesus Cristo, Esposo e amante das almas puras, as quais distinguis com coroa especialíssima: concedei-nos por intercessão de Santa Teresinha do Menino Jesus, a graça de segui-la aqui na terra, amando-Vos com todo o nosso coração, para que com ela recebamos o prêmio da eterna recompensa. Vós que viveis e reinais, pelos séculos dos séculos. Amém.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.

LEITURA PARA O 7º DIA

SANTA TERESINHA E A VIRTUDE DA SIMPLICIDADE

A simplicidade é o primeiro encanto que verificamos nas criancinhas. E, assim,  é uma das virtudes características do "Pequeno Caminho da Infância Espiritual".

     A palavra SIMPLES, em Teologia Dogmática, significa o que não tem composição.

   Deus é o Ser simples por excelência; pois é "Aquele que é" (= Javé). Simplicidade em Deus, quer dizer ausência total de composição, de tal modo que em Deus a Existência identifica-se com a Essência. Por isso, Deus é a Verdade, Deus é o Ser Imutável, Necessário, Deus é a própria Perfeição. O Anjo é a criatura mais perfeita que Deus criou, porque é a mais simples, ou seja, é só espírito, não tem composição de matéria. A única composição que tem, é a da existência e da essência (porque esta simplicidade é exclusiva de Deus). Depois vem o Homem, bem mais imperfeito que o Anjo, porque além da composição da existência e essência, tem  a composição do espírito (=alma) e da matéria (= corpo).

  SIMPLES, em Teologia Ascética e Mística, significa o que, na vida espiritual, não é artificial, nem complicado e nem múltiplo. Assim é a "Infância Espiritual" de Santa Teresinha. Aí não vemos métodos rígidos na meditação (aliás o método carmelitano de meditação já era o mais simples) e nos exames de consciência; nem muitos livros de leitura (bastam a Sagrada Escritura e a Imitação de Cristo). Não há nada de requintado e sim fazer as coisas ordinárias de cada dia, mas fazê-las com um amor extraordinário. A alma não precisa estar preocupada em ficar contando os seus atos (basta fazer tudo por amor a Jesus). Santa Teresinha também ensinou que a santidade não está na multiplicação das práticas de piedade. Disse: "A santidade não está em tal ou tal prática; ela consiste numa disposição do coração que nos torna humildes e pequenos nas mãos de Deus" (Novissima Verba, pág. 112 e 113). E também podemos acrescentar que Santa Teresinha não fazia consistir a santidade em coisas extraordinárias, mas sim ter um grande amor em fazer as pequenas coisas só para agradar a Jesus.

Infelizmente, muitos autores espirituais insistem demasiado nos trabalhos e esforços pessoais e levam as pessoas a tomarem muitas resoluções e acabam complicando a santidade. Daí esses processos complicados na meditação, para a prática de cada virtude com graus indefinidamente multiplicados, com divisões e subdivisões sem fim. Santa Teresinha, porém, simplifica tudo.

Tudo que é de Deus é simples. Por exemplo, a Sagrada Escritura é a Palavra de Deus, porque inspirada pelo Espírito Santo. Santa Teresinha dizia: "As almas simples não têm meios complicados, e eu sou deste número" (História de Uma Alma, c. X). Em uma de suas cartas diz: "Por vezes, quando leio certos tratados em que a devoção é apresentada através de mil obstáculos cansa-me depressa; fecho o erudito livro que me quebra a cabeça e torna árido meu coração e tomo a Sagrada Escritura. Então, tudo se torna luminoso... a perfeição parece-me fácil". Além da Bíblia, ela lia o livro da Imitação de Cristo. E no Livro primeiro, c. III Santa Teresinha leu: "Ó Deus de verdade! fazei-me um só convosco em caridade perpétua! Enfastia-me muitas vezes ouvir e ler muitas coisas: em Vós acho quanto quero e desejo". No cap. V: "Nas Santas Escrituras há de buscar-se a verdade e não a eloqüência". Antes da conversão, eis o que disse Santo Agostinho: "O que senti, quando tomei nas mãos aquele livro (A Sagrada Escritura), não foi o que acabo de dizer, senão que me pareceu indigno compará-lo à elegância ciceroniana. A sua simplicidade repugnava ao meu orgulho e a luz da minha inteligência não lhe penetrava no íntimo" (Confissões). Uma vez convertido, porém, a Sagrada Escritura constituía o alimento e as delícias de sua inteligência.

   A santidade consiste em aproximar-se da perfeição de Deus: "Sede perfeitos como vosso Pai do Céu é perfeito" (Mt V, 48). Então assim, o homem aproxima-se de Deus,  pela simplicidade. A oração é o grande meio de santificação e de salvação. Daí, ser ela o termômetro da santidade. No início, a oração é mais complicada (é a meditação discursiva) mas, à medida que a alma vai progredindo na vida espiritual, sua oração vai-se tornando mais simples, até chegar a oração bem simples, chamada por isso mesmo por Bossuet, de oração de simplicidade.

    Como a criancinha é inocente, naturalmente é mais simples do que um menino ou um adulto.  A criancinha não tem subterfúgios, não tem vaidades e não se preocupa consigo, não tem fingimentos e disfarces, não muda como os camaleões, não tem malícia. Por todas estas coisas, ela tem paz e é alegre com aquela alegria que brota  espontânea do fundo de sua alma inocente.   Estas qualidades naturais das criancinhas, os adultos devem transformar em virtudes sobrenaturais. É justamente este o "Pequeno Caminho da Infância Espiritual" ensinado por Santa Teresinha do Menino Jesus. A alma deve despojar-se da prudência humana e procurar se revestir da prudência de Deus. Nunca agir pelas luzes próprias;  em todas as ações, nunca consultar o próprio espírito ou o do mundo, mas em tudo deve pedir as luzes do Espírito Santo, e ser dócil a elas. Não ter respeito humano, muito menos malícia. A alma na Infância espiritual é sincera nas confissões e com o seu diretor espiritual. Sua alma é-lhe um espelho límpido. Não guarda nenhuma reserva para com ele, pois sabe que o diretor está no lugar de Jesus: "Quem vos ouve, a Mim ouve". A alma na Infância Espiritual, não pensa em si, nem procura aparecer. Tudo nela é verdadeiro. Por isso não tem vaidades e não se preocupa demasiadamente com o seu exterior. Não procura parecer diferente do que é, nem esconde os seus defeitos. O seu recolhimento não é forçado. As ações, as maneiras, as palavras, tudo é natural. Donde, não fica perturbada, está sempre em paz e alegre. Quando acontece cair, levanta-se imediatamente e não desanima, mas tira proveito das próprias faltas, sendo mais humilde e ama mais a Jesus.

     Daí, uma pessoa santa, é o perfume de Jesus Cristo. Sua caridade, simplicidade,  mansidão e humildade atraem as pessoas para Deus. É o que constatamos ao lermos a vida dos santos. Amém!

   

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