quarta-feira, 2 de setembro de 2020

TRÊS DEMÔNIOS DE MÃOS DADAS


SENTENÇAS; "Deus rejeita os soberbos" (Tg IV, 6 );  "Quem ama o perigo, morre nele" (Eclo III, 27).

REFLEXÕES: Os vícios capitais são sete: orgulho, inveja ira, gula, luxúria, preguiça e avareza. A palavra "capital" vem de "caput" (latim) que quer dizer: cabeça, chefe, fonte, parte principal. A origem do mal em nós são os vícios capitais. E estes derivam da tríplice concupiscência: soberba, carne, avareza. Da SOBERBA nascem o orgulho, a inveja e a ira; da CONCUPISCÊNCIA DA CARNE nascem a gula, a luxúria e a preguiça; e a CONCUPISCÊNCIA DOS OLHOS é a avareza  (amor desordenado das riquezas), e desta o demônio se serve para ajudar os outros dois. 

 Orgulho, avareza e luxúria são os três demônios que andam juntos para perder as almas. Constituem a tríplice concupiscência que domina o mundo, do qual o demônio é o príncipe: "Não ameis o mundo, nem as coisas que há no mundo; porque tudo que há no mundo é concupiscência da carne (=luxúria); concupiscência dos olhos (= avareza); e soberba da vida (= orgulho), e isto não vem do Pai" (I Jo II, 15 e 16).

O demônio por inveja procura perder as almas, e ataca pelo lado mais fraco. Geralmente, este é a carne. Mas não sempre. Nestes casos, o demônio ataca pelo amor do dinheiro, por ser, primeiro, um vício que não é diante dos homens tão odioso como os outros dois; e segundo, por ser contagioso. Através dele o demônio facilmente leva a pobre alma a se encher de orgulho e finalmente a cair na luxúria. Na verdade, as riquezas oferecem alimento à soberba porque traz grandezas e renome no mundo. Daí seguem-se a vaidade, a vanglória e a presunção. Com a presunção a alma se expõe aos perigos e, como diz o Espírito Santo Eterno "quem ama o perigo, perece nele". E os perigos mais próximos são justamente as ocasiões para os pecados da carne. Por outro lado, as riquezas afagam a carne e lançam-na no comodismo e, deste na sensualidade. O coração se apega aos bens da terra, e o que a alma perde no amor de Deus, o demônio leva para o amor do mundo.  Então assim: mesmo que o amor ao dinheiro não consiga riquezas, leva a pessoa a se afastar da oração, do culto a Deus e dos sacramentos. Que pode um soldado sem armas?!

Se o grande S. Paulo, convertido diretamente por Jesus,  elevado vivo ao Paraíso, afirmou que castigava o seu corpo e o reduzia à escravidão, para não acontecer que, depois de ter pregado aos outros, ele mesmo viesse a ser condenado, quem vai ter a presunção de achar que não cairá, mesmo não vigiando, rezando e fazendo penitência? E o demônio, como diz S. Pedro, está em torno de nós como um leão rugidor procurando nos devorar.  

 Os votos religiosos são o caminho mais curto e mais seguro para o Céu. Quem pertence verdadeiramente a Deus e só a Ele ama de todo coração, liberta-se de tudo o que o prende à Terra. Pelo voto de pobreza liberta-se das riquezas; pelo voto de castidade renuncia aos prazeres; pelo voto de obediência renuncia-se a si mesmo. Os que não são chamados à vida consagrada, devem ter o espírito de humildade, de penitência e de castidade.

EXEMPLO: Nos meados do século passado, vivia no Japão um homem muito rico, chamado Asano e tinha uma filha de nome Aiko. Ela amava ternamente a seu pai. Tocada pela graça de Deus, ao ouvir um santo missionário, converteu-se. Sendo seu pai pagão, a moça não quis contristá-lo revelando-lhe sua conversão ao Catolicismo. Mas ele notava uma grande transformação em sua extremosa filha: ela passou a não ter nenhum interesse nos prazeres e bens da terra.

A ideia de entrar num convento para se consagrar inteiramente a Jesus, fortificava-se cada dia em sua alma. Entrementes o pai sonhava grandes projetos para o casamento de sua linda Aiko. Logo após a 2ª guerra mundial, Asano ficou tuberculoso. Sua filha consultou o seu pároco se devia entrar para o convento. Ele aconselhou-a a ficar com seu pai doente. Ela obedeceu e cuidou com todo carinho de seu pai, que se restabeleceu da doença. O pai sentia-se comovido em ver a caridade e a fortaleza de sua filhinha naquele período de graves crises pós-guerra. Aquele homem sentia que algo de extraordinário tocava o coração de sua filhinha querida. Um dia viu-a em oração e começou a pensar em ser católico. E um dia, disse a sua filha: "Aiko, percebo que você quer ser religiosa. Pois bem, fico muito contente com isso, e quero dizer-te, que já sou católico". Após poucos meses de instrução, foi batizado. E no final de 1945, Aiko entrou para o Convento. Amém!

  

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