SENTENÇAS; "Deus rejeita os soberbos" (Tg IV, 6 ); "Quem ama o perigo, morre nele" (Eclo
III, 27).
REFLEXÕES: Os vícios capitais são sete: orgulho,
inveja ira, gula, luxúria, preguiça e avareza. A palavra "capital"
vem de "caput" (latim) que
quer dizer: cabeça, chefe, fonte, parte principal. A origem do mal em nós são
os vícios capitais. E estes derivam da tríplice concupiscência: soberba, carne,
avareza. Da SOBERBA nascem o orgulho, a inveja e a ira; da CONCUPISCÊNCIA DA CARNE
nascem a gula, a luxúria e a preguiça; e a CONCUPISCÊNCIA DOS OLHOS é a avareza
(amor desordenado das riquezas), e desta
o demônio se serve para ajudar os outros dois.
Orgulho, avareza e luxúria são os três demônios que andam
juntos para perder as almas. Constituem a tríplice concupiscência que domina o
mundo, do qual o demônio é o príncipe: "Não
ameis o mundo, nem as coisas que há no mundo; porque tudo que há no mundo é
concupiscência da carne (=luxúria); concupiscência dos olhos (= avareza); e
soberba da vida (= orgulho), e isto não vem do Pai" (I Jo II, 15 e
16).
O demônio
por inveja procura perder as almas, e ataca pelo lado mais fraco. Geralmente,
este é a carne. Mas não sempre. Nestes casos, o demônio ataca pelo amor do
dinheiro, por ser, primeiro, um vício que não é diante dos homens tão odioso
como os outros dois; e segundo, por ser contagioso. Através dele o demônio
facilmente leva a pobre alma a se encher de orgulho e finalmente a cair na
luxúria. Na verdade, as riquezas oferecem alimento à soberba porque traz
grandezas e renome no mundo. Daí seguem-se a vaidade, a vanglória e a presunção.
Com a presunção a alma se expõe aos perigos e, como diz o Espírito Santo Eterno
"quem ama o perigo, perece nele".
E os perigos mais próximos são justamente as ocasiões para os pecados da carne.
Por outro lado, as riquezas afagam a carne e lançam-na no comodismo e, deste na
sensualidade. O coração se apega aos bens da terra, e o que a alma perde no
amor de Deus, o demônio leva para o amor do mundo. Então assim: mesmo que o amor ao dinheiro não
consiga riquezas, leva a pessoa a se afastar da oração, do culto a Deus e dos
sacramentos. Que pode um soldado sem armas?!
Se o grande
S. Paulo, convertido diretamente por Jesus,
elevado vivo ao Paraíso, afirmou que castigava o seu corpo e o reduzia à
escravidão, para não acontecer que, depois de ter pregado aos outros, ele mesmo
viesse a ser condenado, quem vai ter a presunção de achar que não cairá, mesmo
não vigiando, rezando e fazendo penitência? E o demônio, como diz S. Pedro,
está em torno de nós como um leão rugidor procurando nos devorar.
Os votos religiosos são o caminho mais curto e mais seguro para
o Céu. Quem pertence verdadeiramente a Deus e só a Ele ama de todo coração,
liberta-se de tudo o que o prende à Terra. Pelo voto de pobreza liberta-se das
riquezas; pelo voto de castidade renuncia aos prazeres; pelo voto de obediência
renuncia-se a si mesmo. Os que não são chamados à vida consagrada, devem ter o
espírito de humildade, de penitência e de castidade.
EXEMPLO: Nos meados do século passado, vivia
no Japão um homem muito rico, chamado Asano e tinha uma filha de nome Aiko. Ela
amava ternamente a seu pai. Tocada pela graça de Deus, ao ouvir um santo
missionário, converteu-se. Sendo seu pai pagão, a moça não quis contristá-lo
revelando-lhe sua conversão ao Catolicismo. Mas ele notava uma grande
transformação em sua extremosa filha: ela passou a não ter nenhum interesse nos
prazeres e bens da terra.
A ideia de
entrar num convento para se consagrar inteiramente a Jesus, fortificava-se cada
dia em sua alma. Entrementes o pai sonhava grandes projetos para o casamento de
sua linda Aiko. Logo após a 2ª guerra mundial, Asano ficou tuberculoso. Sua
filha consultou o seu pároco se devia entrar para o convento. Ele aconselhou-a
a ficar com seu pai doente. Ela obedeceu e cuidou com todo carinho de seu pai,
que se restabeleceu da doença. O pai sentia-se comovido em ver a caridade e a
fortaleza de sua filhinha naquele período de graves crises pós-guerra. Aquele
homem sentia que algo de extraordinário tocava o coração de sua filhinha
querida. Um dia viu-a em oração e começou a pensar em ser católico. E um dia, disse
a sua filha: "Aiko, percebo que você quer ser religiosa. Pois bem, fico
muito contente com isso, e quero dizer-te, que já sou católico". Após
poucos meses de instrução, foi batizado. E no final de 1945, Aiko entrou para o
Convento. Amém!
Nenhum comentário:
Postar um comentário