LEITURA ESPIRITUAL
MEDITADA
15º dia de junho
Contemplemos o amabilíssimo Coração de Jesus na instituição
deste adorável Sacramento. Foi um momento extremamente solene, pois, foi na
véspera de Sua Paixão e Morte. Jesus Cristo celebrava a última Páscoa com os
seus discípulos no Cenáculo. Poucos momentos antes das cenas dolorosas da sua
Paixão. Dentro de algumas horas irá morrer numa Cruz. Como já por várias vezes
havia predito, depois ressuscitaria e passados ainda quarenta dias aqui na
terra subiria ao Céu para voltar a terra no dia do fim do mundo, para julgar
publicamente todos os vivos e os mortos, isto é, os bons e os maus. Então quais
teriam sido os sentimentos do Coração de Jesus? Sua atitude será de uma
infinita ternura; seu Coração bate com força, com o impulso, um surto de
inefável amor: seus lábios revelarão a caridade que arde grandemente em seu
Coração: "Desejei ardentemente
celebrar esta Páscoa convosco", dirige-se aos seus Apóstolos. Não os
quer deixar órfãos. Tomou o pão em sua sacrossantas mãos e disse: "Tomai e comei, isto é o meu
Corpo". Igualmente tomando o cálice com vinho em suas mãos disse: "Tomai e bebei, este é o meu Sangue...
Fazei isto em memória de mim... Eu sou a vide e vós os sarmentos; o que está em
Mim e eu nele, este terá muito fruto... Como o Pai me amou, assim também Eu vos
amei. Permanecei no meu amor" (S. Lucas XV, 19 e 20; S. João XV, 4-9). E
no mesmo instante em que Nosso Senhor Jesus Cristo pronunciou estas palavras: "Este é o meu Corpo; este é o meu
Sangue", por virtude do seu poder infinito, converteu o pão que tinha
em suas mãos nos seu sacratíssimo Corpo; e o vinho no seu Sangue. E pelas
palavras que ajuntou a seguir: "Fazei isto em memória de mim", deu
poder aos seus Apóstolos, e neles a todos os sacerdotes que lhes haviam de
suceder no sagrado ministério, para realizarem em seu nome e por sua virtude a
mesma conversão e transubstanciação eucarística, quando celebram a Santa Missa,
e exatamente no momento da Consagração.
Assim, caríssimos, Jesus não nos deixou órfãos, sem amparo e
sem alimento neste vale de lágrimas. Ele será o Emanuel, isto é, o Deus conosco.
Sua carne e seu sangue serão o alimento de nossa almas. Ele permanecerá
conosco, outrossim, para Ele mesmo ser o nosso amparo. Os pagãos inventavam
inúmeros deuses, mas nunca ousavam imaginar sequer um deus que pudesse estar
pertinho deles. O Coração adorável do Filho de Deus humanado quis, através da
Santíssima Eucaristia, estar bem junto de nós. Ali no sacrário está portanto o
nosso divino Salvador, real e verdadeiramente na Hóstia consagrada. Ali está
para nos fazer companhia e ser todo o nosso consolo. É claro que está para
receber o tributo de nossa adoração, mas também está para nos dizer: "Quem
estiver aflito, acabrunhado, venha a mim e eu vos aliviarei". Que bondade
inefável a do Coração de Jesus!!! Está sempre à nossa disposição, não é mister
estar marcando audiência, pois está sempre disposto a ouvir as nossas súplicas,
acolher as nossas aflições e ser, na santa Comunhão, alimento e vida da nossa
alma. Vede, caríssimos, que grande amor
nos manifesta o Coração de Jesus na Eucaristia.
Terminemos esta nossa leitura espiritual com as reflexões de
São Francisco de Sales: "Em nenhuma outra ação se pode considerar Jesus
Cristo nem mais terno nem mais amante que na Santa Eucaristia, na qual se
reduz, por assim dizer, e se converte paar nós num manjar deleitoso, para entrar
nas nossas almas e unir-se estreitamente ao coração dos seus filhos".Amém!
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