LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA
7º dia de junho
7º dia de junho
Vamos, com a graça de Deus, contemplar este tesouro
incomparável de sabedoria e de verdadeira felicidade emanado do Coração do
Divino Mestre. Sentado na grama, Jesus abre a boca e ensina: "Bem-aventurados
os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus". O Coração
cheio de bondade de Jesus quer iniciar o seu sermão mostrando onde se encontra
a verdadeira felicidade. O homem antigo, mesmo no povo de Israel, procurava a
riqueza, o gozo, a estima, o poder, e considerava tudo isto como a fonte de
toda felicidade. Nosso Senhor Jesus tira-os desta ilusão e mostra outro caminho
a ser trilhado. Exalta a pobreza, a doçura, a misericórdia, a pureza e a
humildade. Deixava claro a todos a distância infinita entre os pensamentos dos
povos do Testamento Velho e as virtudes cristãs do Novo. Jesus Cristo modelo
perfeito de todas as virtudes, coloca o amor da pobreza e a humildade como base
de seu sermão. Aliás, como diz São Paulo: "Sendo rico, fez-se pobre, para
com sua pobreza nos pudesse enriquecer a todos". E na verdade, a pobreza
aceita com resignação e até com alegria para imitar a Jesus, torna o homem mais
expedito e pronto para correr no seguimento do Divino Mestre. Jesus inicia o
seu sermão com esta bem-aventurança porque, na verdade, ela serve de fundamento
a todas as outras que vêm depois. Com efeito a pobreza aceita com espírito reto
de imitar a Jesus é útil em sumo grau para adquirir as virtudes expressas nas
outras bem-aventuranças. Ao pobre é mais fácil ser manso, moderado, humilde, e
sacrificar-se como vítima à justiça, ter um coração misericordioso, um coração
puro, manter-se em grande paz entre as vicissitudes e turbulências do gênero
humano. Aqui entendemos também como
"pobres de espírito" aqueles que, embora, tenham riquezas, não têm
nenhum apego a elas, e usa-as para praticar a esmola, e ajudar as obras pias da
Igreja.
"Bem-aventurados os mansos porque eles possuirão a terra". Nosso
Senhor Jesus Cristo é o modelo perfeito de todas as virtudes, mas quis
ressaltar a sua doçura e humildade: "Aprendei de mim que sou manso e
humilde de coração, e assim encontrareis descanso para as vossas almas". A
mansidão deve brotar de um grande amor para com Deus, que leve a suportar de
boa vontade qualquer ofensa. É uma virtude cristã e heroica. Jesus certamente
aludiu a este grau heroico da mansidão, no qual se encontra certamente a
verdadeira paz, o verdadeiro descanso. A mansidão deve ser para nós uma virtude
de predileção porque nos torna semelhantes a Jesus Cristo, nos preserva de
infinitos perigos de pecar enquanto nos preserva da ira e da vingança. Também é
uma virtude que nos fornece uma magnífica disposição para aquela graça que nos
facilita a prática do bem, mantendo-nos numa grande tranquilidade. O Coração
manso de Jesus conquista o nosso coração; e nós também conquistaremos os
corações dos homens pela mansidão. Logicamente esta bem-aventurança se segue a
primeira, porque não ficaria bem ver um pobre de espírito, altaneiro, rígido, briguento
e insolente. Se alguém é pobre de vontade deverá gostar de ser desprezado, como
Jesus Cristo foi desprezado por ser pobre. Só o humilde será manso, porque o
orgulhoso nunca conseguirá conter o ímpeto de seu furor. Caríssimos, pensemos
muitas vezes nos ofensas que fizemos a Deus, e, então, tendo concebido um santo
ódio contra nós mesmos, não só gostaremos de ser desprezados, mas nos
admiraremos como todos não nos desprezam. Amém!
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