LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA
8º dia de junho
"Bem-aventurados os que choram porque eles serão consolados".
O adultos geralmente choram quando ficam muitíssimo tristes
por alguma perda de algum bem, de um ente querido que morre etc. Há, no entanto
duas categorias de bens: os terrenos e os celestiais. Nosso Senhor Jesus Cristo
aqui nesta terceira bem-aventurança se refere aos bens sobrenaturais: a graça e
a glória celestial. Porque, pelo fato de alguém chorar pela perda de bens
terrenos, nem por isso, os recupera pelas lágrimas do pranto. Este choro
termina tornando as pessoas mais infelizes ainda. Na verdade são
bem-aventurados por causa de seu pranto os que choram as perdas nas quais
incorreram com o pecado, porque são os únicos que podem reaver com o choro o quanto perderam. Portanto os que Jesus Cristo aqui proclama bem-aventurados são
os que choram a perda da graça e da glória celestial por efeito do pecado.
Chorando seus pecados com um compunção profunda do coração, conseguem o perdão
dos mesmos e assim recuperam estes bens verdadeiramente preciosos. Devemos
reservar nossa dor para este uso mais nobre: chorar o que perdemos pelo pecado:
os bens da graça e os bens da glória. Doutro modo o nosso pranto, não só seria
inútil, mas às vezes, danoso.
Chorar os pecados e conservar no coração as lágrimas da
compunção é sinal de predestinação, ou seja, é caminho certo do Céu. Jesus
Cristo queria falar da consolação futura. Embora já na terra as lágrimas da
penitência já trazem consolação, neste mundo, no entanto, tal consolação não é perfeita,
porque sempre restam dúvidas sobre a nossa perseverança. Perfeita consolação,
pois, será somente no céu onde cada penitente, lá chegando, não só reconquistará com
plenitude os bens da graça e da glória pelos quais chora, mas reconquistará os
bens temporais dos quais se privou para viver em contrição: o gozo, as glórias,
as amizades, as grandezas, as comodidades. No Céu estes bens serão recuperados
com grandes juros, porque serão gozos, e glórias infinitamente superiores. Aliás, o próprio Deus nos consolará: "Eu mesmo, diz o Senhor pela boca de Isaías, vos consolarei" (Is. 51, 12).
Podemos perguntar por
que esta bem-aventurança vem depois da dos pobres e dos mansos? A razão é a
seguinte: assim como a pobreza é o que sumamente dispõe à mansidão, assim a
mansidão é a que sumamente dispõe para
as lágrimas da contrição. Jesus, outrossim, quis com estas três
primeiras bem-aventuranças reordenar todo o homem velho em si mesmo.
Primeiramente quis que ele calcasse aos pés os bens das riquezas, que são os
espinhos que sufocam os bens da alma. Depois, passando para o interior, quis
que primeiro fosse dominada a ira com a mansidão; e a concupiscência com as renúncias da carne. E só depois assim pensar na própria alma e chorar os
seus males, privando-se de todos os prazeres, impuros ou imperfeitos. Resumindo
podemos dizer que Nosso Senhor Jesus Cristo nesta bem-aventurança quis falar de
todos aqueles que têm o coração desapegado de tudo o que é contrário à
contrição.
Caríssimos, consideremos a bondade do Coração de Jesus: Jesus quer nos consolar e nos restituir os verdadeiros bens. Nós procuramos consolar alguém enlutado pela morte dum ente querido, mas não temos poder de restitui-lho vivo. Quando Jesus disse à viúva de Naim: "Não chores", realmente a consolava, porque ressuscitou seu filho e lho entregou vivo. Aos mortos espiritualmente, Jesus diz: Chorem seus pecados, e Eu vos restituirei a vida da graça e depois a glória no Céu.
Caríssimos, consideremos a bondade do Coração de Jesus: Jesus quer nos consolar e nos restituir os verdadeiros bens. Nós procuramos consolar alguém enlutado pela morte dum ente querido, mas não temos poder de restitui-lho vivo. Quando Jesus disse à viúva de Naim: "Não chores", realmente a consolava, porque ressuscitou seu filho e lho entregou vivo. Aos mortos espiritualmente, Jesus diz: Chorem seus pecados, e Eu vos restituirei a vida da graça e depois a glória no Céu.
Deparamo-nos frequentemente com pessoas chorando por causa
de perdas terrenas, mas mui raramente, por causa da perda dos bens da graça e da
glória eterna. A esta bem-aventurança corresponde o dom da ciência. Por não possuí-lo muitíssimos, para não dizer
a grande maioria não choram pela perda dos verdadeiros bens, que são a graça de
Deus e a glória do Céu. Perder estes bens lhes dá uma pena muito menor do que
perder um animal de estimação. Mas as pessoas espirituais e que possuem o dom
da ciência do Espírito Santo, estas sim, choram quando têm a suma desgraça de
cair em pecado mortal. "Noite e dia
me alimento de lágrimas, sentindo dizer continuamente: Onde está o teu
Deus?" (Salmo 41, 4).
Caríssimos, procuremos manter uma compunção profunda dentro
do coração por todos os pecados que já cometemos. Peçamos ao Espírito Santo o
dom da ciência para detestarmos o pecado como o sumo mal, o mal extremo, absoluto.
E façamos a oração litúrgica da Igreja pedindo o dom das lágrimas: "Deus todo poderoso e cheio de bondade, que
para matar a sede de vosso povo sequioso, fizestes brotar do rochedo uma fonte
de água viva, fazei sair da dureza dos nossos corações, lágrimas de compunção,
para podermos chorar os nossos pecados e merecer, pela vossa misericórdia,
obter a sua remissão. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!"
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