LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA
19º dia de junho
Estamos contemplando o adorável Coração de Jesus, vivo,
palpitante sempre de amor por nós. Meditamos na bondade, ternura, misericórdia
e amor do coração de Jesus vivo em sua vida oculta e em sua vida pública, na sua
Paixão e Morte e finalmente o adoramos à destra do Eterno Pai após a sua
Ascensão. Lá está sempre a interceder por nós, como diz São Paulo. Jesus saiu
do Pai e voltou para o Pai. E de lá enviou o Divino Espírito Santo. Assiste a
Sua Santa Igreja e mora nas almas em estado de graça. Trabalha sempre no
sentido de nos santificar.
A Segunda Pessoa da Santíssima Trindade é o Filho de Deus. A
Terceira Pessoa é o Espírito Santo, amor do Pai e do Filho, amor substancial,
eterno, infinito e pessoal como o Pai e o Filho.
Explica o Símbolo Atanasiano: II. "O Pai não foi feito
por ninguém, nem criado, nem gerado. O filho é só do Pai; não feito, não
criado, mas gerado. O Espírito Santo é do Pai, e do Filho; não feito, não
criado, não gerado, mas procedente. Há, pois, um só Pai, não três Pais; um só
Filho, não três Filhos; um só Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E
nesta Trindade nada existe de anterior ou posterior, nada de maior ou menor;
mas todas as três pessoas são coeternas e iguais umas às outras; de sorte que,
em tudo, como acima ficou dito, deve ser venerada a unidade na Trindade, e a
Trindade na unidade. Quem quer, portanto, salvar-se, assim deve crer a respeito
da Santíssima Trindade".
Podemos resumir assim: O Pai, na infinita perfeição da
divina natureza, se vê na infinita intelecção do Filho, ou seja do Verbo, e o
Pai e o Filho se amam no infinito amor do Espírito Santo.
Na Teologia dizemos que Jesus Cristo é a imagem
consubstancial ao Pai Eterno. É a imagem da substância divina e podemos dizer
outrossim que o Filho de Deus é a imagem da bondade do Pai. Trata-se aqui
também de uma verdade dogmática. Jesus disse ao doutor da Lei que O chamava de
Bom: "Ninguém é bom a não ser Deus", só Deus é Bom. Logo o Filho de
Deus é a imagem infinita da bondade do Pai Eterno. Santo Tomás de Aquino
explica que Deus é metafisicamente bom, porque tem em sua própria essência as
razões de sua própria existência e, nele, essência e existência distintas em
todos os outros seres, são uma e a mesma coisa. Deus é metafísica e fisicamente
bom. É metafisicamente bom porque possui todas as qualidades que são próprias à
plenitude da sua natureza. Deus é fisicamente bom, porque sendo eterno e
infinito, nada pode faltar à sua plenitude. Devemos dizer que Deus é a bondade
metafísica, a bondade física e a bondade moral, no sentido eterno e absoluto.
Deus é a própria Bondade. Sendo Jesus
Cristo o Filho de Deus, é a imagem consubstancial ao Pai. Isto quer dizer que
Jesus é a imagem do Pai na mesma unidade substancial, embora Pessoa distinta.
Ora, imagem consubstancial da bondade de Deus é a própria bondade. Logo, Jesus,
o Filho de Deus, é infinitamente bom.
Caríssimos, vede onde queremos chegar com estas explicações
teológicas e filosóficas: Se Deus é a própria Bondade e o Filho tem a mesma
natureza do Pai, logo o Filho de Deus é também a própria Bondade. Mas a Segunda
Pessoa da Santíssima Trindade uniu-se á natureza humana, e assim devemos dizer
que o Filho de Deus ungiu o seu coração humano com a sua bondade divina. Longino
que abriu o lado de Jesus, fê-lo com certeza inspirado pelo próprio divino
Mestre. O Coração aberto de Jesus, eis a porta por onde a bondade divina
pudesse se manifestar em uma torrente de água viva que se precipitou sobre a
humanidade.
Para glória de sua bondade infinita, o Coração de Jesus
operou uma nova criação, muito mais maravilhosa que a primeira, ou seja a
salvação dos homens. "Amou-me e se entregou a si mesmo por mim".
Amém!
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