LEITURA ESPIRITUAL
MEDITADA
3º dia de junho
Diz-nos o Evangelho que, depois de ter sido encontrado no
Templo, Jesus voltou a Nazaré com Sua Mãe e São José, e ali permaneceu até à
idade de trinta anos. E São Lucas resume todo este período nestas simples
palavras: "E era-lhes submisso"
(S. Lucas, II, 1). Assim, Aquele que é Sabedoria eterna quis passar trinta anos
no silêncio e na obscuridade, na obediência e no trabalho.
São João Evangelista é considerado ditoso em ter recostado
seu rosto sobre o peito de Jesus Cristo, de onde percebeu as batidas daquele
Coração adorável. Que felicidade para o Coração de Maria Santíssima permanecer
por trinta anos junto ao Coração adorável de seu Filho, que é o Filho de Deus
feito homem por meio dela! Do Coração Imaculado de Maria é que saiu o sangue
que jorra no Coração de Jesus!
Santa Isabel, repleta do Espírito Santo, chamou a Maria, Mãe
do seu Senhor, bendita entre todas as mulheres, bem-aventurada porque
acreditou. Nossa Senhora tinha certeza absoluta que o seu Filho é o Filho do
Altíssimo. E assim podemos imaginar o doce enlevo com que conversou na
intimidade daquela pequena e pobre casa de Nazaré com o seu Jesus. Que união
daqueles dois corações!!!... Foi algo inefável que certamente, arrebatou em
êxtases os próprios Anjos e todo Paraíso!
Ali em Nazaré, "a flor de Galileia", a
"gentil rosa branca", como a chama São Jerônimo, decorreram
calmamente os anos da adolescência e da juventude de Jesus Cristo. Quão afável,
quão amável aquele Coração divino, nestas etapas de sua vida. Ali,
"crescia e se fortalecia, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava
n'Ele" (S. Lucas, II, 21). Ali levava uma vida exteriormente comum e
podemos dizer até vulgar, porém aos olhos de Deus inteiramente extraordinária,
celestial e divina pela puríssima intenção, a altíssima perfeição com que
praticava todas as suas obras e virtudes. Evidentemente que não conheceu a
ociosidade. A oração, a obediência, o trabalho foram as características da sua
vida nestes quase trinta anos de permanência em Nazaré. Contemplemos o Coração
de Jesus em Nazaré junto de Sua Mãe Santíssima: com que alegria no coração ao
poder estar submisso a Ela. Pois o próprio Espírito Santo inspira São Lucas
para colocar em relevo este detalhe: "Era-lhes submisso".
Podemos supor com justeza que, a maior parte do dia, Jesus
passava com os seus Pais, constituindo o encanto e a felicidade deles. Com eles
recitava os Salmos, e juntos oravam pela salvação do povo. Oh amabilíssima
Trindade da terra! Os três corações mais puros e amáveis que existiram e é
impossível existir outros iguais. Quanto ao Coração de Jesus, nele habita toda
plenitude da Divindade, é o mais amável e o único digno de adoração. O de Nossa
Senhora é o mais puro possível sobre a face da terra, é Imaculado; em uma
palavra: é o Coração da Mãe de Deus. Não é preciso dizer mais nada, toda língua
se cale. Quanto ao coração de S. José, sabemos pelo Espírito Santo, que é o
coração dum justo.
Caríssimos, quem não amará Jesus, ao contemplá-Lo nesta
época da sua vida em Nazaré, tão simples, tão bom, tão humilde, tão obediente,
tão diligente, tão puro, tão modesto, tão religioso, tão belo... numa palavra
tão amável? Ó dulcíssimo Coração de Jesus fazei que as crianças, os
adolescentes e os jovens amem de verdade o Vosso adorável Coração!
Já tinha terminado e escrito Amém quando me veio um
pensamento: Os infelizes Protestantes devem ficar embaraçados em pensar que
Jesus Cristo só pregou durante três anos, e em companhia de Sua Mãe permaneceu
trinta anos. Com certeza pensariam em protestar aqui também, mas preferem não
tocar neste ponto. Não será isto dureza de coração sobretudo naqueles que dizem
que Maria era uma mulher como as outras, enquanto a Bíblia diz que ela é cheia
de graça e bendita entre todas as mulheres? Rezemos para que os protestantes se
convertam. Amém!
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