terça-feira, 13 de setembro de 2016

JUSTIFICAÇÃO - UMA ALEGORIA



   Mas continuemos com a nossa história.

   O Rei dos Céus dá ao homem todas as instruções necessárias para bem conduzir-se na viagem. Avisa-o de que esta não deixará de ter as suas dificuldades. Exigirá uma vigilância contínua, muita força de vontade para não afastar-se do roteiro e para enfrentar as tempestades que não faltarão pelo caminho. Mas não deve desanimar, porque o Rei dos Céus irá com ele, dando-lhe instruções durante toda a viagem, ajudando-o em todo o seu percurso. Estará ao seu lado para atendê-lo com gosto, sempre que necessitar de alguma coisa. Dar-lhe-á a alimentação necessária para não desfalecer em meio da sua empresa. Mas é preciso obedecer-lhe, do contrário pode suceder um lamentável desastre. Dadas estas explicações, levantam voo. 

   O homem, a caminho do Céu, vai seguindo o seu roteiro, mas nem sempre está firme na direção. Comete algumas falhas, que fazem pequenas avarias no avião. Amedronta-se às vezes com as tempestades, mas junto dele está sempre o Rei dos Céus, instruindo-o, aconselhando-o, fortalecendo-o. No entanto, apesar de toda a assistência de seu guia e protetor, o homem nem sempre se porta com a firmeza e perfeição desejadas. E em dada ocasião, comete uma falta grave, porque teima em desobedecer ao seu guia e zás... o avião se desarranja e despenca daquelas alturas. Só não morre o aviador, porque o Rei dos Céus lhe fornece um PÁRA-QUEDAS. Está novamente na terra e novamente sujeito à morte. Mas está unicamente por culpa sua.

   Volta assim ao princípio a nossa história: o Rei dos Céus o convida a subir outra vez. Tem que dar com ele algumas passadas e (maravilhosa bondade do Rei dos Céus!), outro belo avião é oferecido de presente, porque já foi pago por Ele na cruz, uma vez que as riquezas de sua morte redentora são infinitas. Para encurtar a história, raros são os que fazem a viagem para o Céu no primeiro avião que tomaram (a não ser as criancinhas que vão ao Céu sem o uso da razão). Muitos são os que despencam de lá de cima repetidas vezes. O nosso herói, por exemplo, já perdeu a conta das vezes em que caiu e voltou para a terra.

   Paremos mais uma vez para dar a explicação.

   As instruções que dá o Rei dos Céus para a viagem são os ensinos de sua doutrina, de sua lei que nos apontam o exato roteiro para o Céu. As tempestades que aparecem no caminho são AS TENTAÇÕES que ameaçam fazer desaparecer da alma do cristão a graça santificante. O Rei dos Céus sempre ao seu lado, ajudando-o, iluminando-o, fortalecendo-o é ainda A GRAÇA ATUAL, da qual precisa o cristão constantemente, para manter-se no seu estado de união com Deus. O alimento que lhe dá o Rei dos Céus é a SANTÍSSIMA EUCARISTIA, sem a qual não tereis vida em vós (João VI-54). As pequenas avarias são os PECADOS VENIAIS. Mas o falha grave que provoca o lastimável desastre é o PECADO MORTAL, que faz desaparecer em nós a graça santificante e nos torna novamente mortos pelo pecado, fora do caminho da salvação. O pára-quedas é a MISERICÓRDIA DIVINA que dá tempo e espaço ao pecador para regenerar-se, porque Deus não quer a morte do pecador, e sim, que ele se converta e viva (Ezequiel XXXIII-11). As passadas que ele dá para conseguir novamente um meio de subir para o Céu são o exame de consciência, a contrição e a confissão pelos quais recebe outra vez a graça santificante, no Sacramento da Penitência. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário