Basta igualmente esta palavra de Cristo - se tu queres entrar na vida, guarda os mandamentos (Mateus XIX-17) - para mostrar que, se o Protestantismo se distingue de todas as religiões do mundo ensinando que o homem se salva pela fé e não pelas obras, isto não é sinal de que seja a única Religião Verdadeira; é sinal, apenas, de que ensina uma coisa que evidentemente está contra a lógica e o bom senso.
Este princípio estabelecido por Jesus Cristo - guardar os mandamentos, para salvar-se - vigora em todas as religiões, porque é também um imperativo da razão humana, e a razão, assim como a fé, procede de Deus, Nosso Criador. A Humanidade viveu milhares de anos antes de Jesus Cristo vir a este mundo e, durante todo esse tempo, excetuando o povo judaico, pequenino povo que tinha a revelação dada por Deus a Moisés e aos Profetas, todas as nações da terra estavam imersas no paganismo, desconhecendo as verdades da fé. Mesmo depois da vinda de Jesus Cristo, quantos milhões de pessoas tem havido e ainda há, como por exemplo entre budistas, bramanistas, confucionistas, maometanos, índios selvagens etc. que sem culpa nenhuma sua, desconheceram ou ainda desconhecem a revelação de Nosso Senhor Jesus Cristo! Podiam ou podem estes homens salvar-se?
Sim, sem dúvida alguma, porque não é admissível que Deus os condenasse a todos irremediavelmente ao inferno, se eles não tinham culpa nenhuma em desconhecer a revelação cristã. Mas salvar-se como? Seguindo o que Cristo disse: Se tu queres entrar na vida, guarda os mandamentos (Mateus, XIX-17). E aqui perguntará o leitor:
- Se os mandamentos foram revelados aos judeus por intermédio de Moisés, e as religiões pagãs não conheciam esta revelação, como podiam admitir este princípio: - guarda os mandamentos, se queres salvar-te? Conheciam por acaso estes mandamentos?
- Conheciam, sim; embora não tão perfeitamente como nós os conhecemos. Porque estes mandamentos, Deus os gravou no coração do homem. Honrarás pai e mãe, não matarás, não furtarás, não levantarás falso testemunho, não desejarás a mulher de teu próximo etc., são leis que se impõem a todos os homens pela voz imperiosa de sua consciência. Se a Religião tem por fim o aperfeiçoamento moral do homem e a sua união com Deus, esta união, este aperfeiçoamento não se realizam senão quando ele obedece à voz da consciência, que é a própria voz de Deus falando a sua alma, a seu coração. Só assim podia (ou pode ainda hoje) o pagão que nunca ouviu falar de Cristo, agradar a Deus e, agradando a Deus pelas suas obras, conseguir a salvação.
- Mas, dirá o protestante, esta história da possibilidade de se salvarem os pagãos, pode-se provar pelas Escrituras?
- Perfeitamente. Abra-se a Epístola de S. Paulo aos Romanos. Lemos aí que Deus há de retribuir a cada um segundo as suas obras; com a VIDA ETERNA, por certo, aos que, perseverando em fazer OBRAS BOAS, buscam glória e honra e imortalidade; mas com ira e indignação aos que são de contenda e que não se rendem à verdade, mas que obedecem à injustiça. A tribulação e a angústia virá sobre toda a alma do homem que obra mal, ao judeu, primeiramente, e ao grego; mas A GLÓRIA E O HONRA E A PAZ será dada a todo o obrador do bem, ao judeu, primeiramente, e ao grego; porque não há para com Deus acepção de pessoas (Romanos II-6 a 11). O grego, a que se refere aí S. Paulo, em contraposição ao judeu, é o gentio, o pagão, o que não conhecia a lei de Moisés. Deus não tem acepção de pessoas: todo o que opera o bem recebe a vida eterna, seja judeu, seja gentio. Porque, como diz em continuação o Apóstolo São Paulo, se os judeus tinham uma lei escrita dada por Deus e os gentios não a tinham, o que interessa a Deus não é que SE OUÇA a lei que foi dada por Ele, ma sim que SE PRATIQUE o que ordena esta mesma lei. E o gentio, cumprindo a lei que estava escrita no seu coração , se podia tornar também justificado diante de Deus. Vejamos as palavras do Apóstolo: Não são justos diante de Deus os que ouvem a lei; mas os QUE FAZEM O QUE MANDA A LEI SERÃO JUSTIFICADOS; porque, quando os gentios que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, esses tais, não tendo semelhante lei, a si mesmos servem de lei, os quais MOSTRAM A OBRA DA LEI ESCRITA NOS SEUS CORAÇÕES, dando testemunho a eles A SUA MESMA CONSCIÊNCIA (Romanos II- 13-15).
- Mas perguntará alguém: Não diz a Bíblia que sem a fé é impossível agradar a Deus? Como podiam esses pagãos agradar a Deus sem a fé?
- A dificuldade é muito fácil de resolver. Na mesma ocasião em que diz a Bíblia - ser impossível sem a fé agradar a Deus - mostra imediatamente qual o programa mínimo de fé que é exigido desses que não cheguem a ter conhecimento da revelação divina; deles se exige apenas que creiam o seguinte: que existe um Deus e que este Deus recompensa os bons. Vejamos o texto: Sem a fé é impossível agradar a Deus; porquanto é necessário que o que se chega a Deus creia que há Deus e que é remunerador dos que O buscam (Hebreus XI-6). Se eles estavam ou estão, sem nenhuma culpa sua, na ignorância de muitas outras verdades da fé, Deus se contenta com este mínimo; crer na existência de um Deus Remunerador; é o bastante para se aproximarem de Deus.
Portanto, se as religiões pagãs que existiram antes do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo ensinavam que seus adeptos podiam conseguir a recompensa divina mediante as suas obras, se as religiões pagãs ainda hoje existentes ensinam que os seus seguidores (que não têm suficiente conhecimento da doutrina de Jesus Cristo) se salvam pela maneira digna e correta de proceder, essas religiões podem ter lá os seus erros graves em matéria de doutrina, mas NESTE PONTO têm ensinado uma coisa certa, confirmada por São Paulo, quando afirmou que os gentios se salvam obedecendo à lei que está escrita em seus corações (Romanos II-15). O caminho do Céu para eles é este mesmo. Agora, se de fato foram muitos ou foram poucos os que procederam corretamente e obedeceram a esta lei, isto já é outra questão. O homem tem a sua liberdade; pode usar dela bem ou mal. Infelizmente a tendência desta nossa corrupta Humanidade é mais para usar mal do que para usar bem; porém tinha que haver para os pagãos, assim como para os cristãos (falamos, é claro, dos pagãos de boa fé) algum direito, alguma possibilidade de salvar-se. Do contrário Deus seria injusto, não seria bom para todos os homens que O temem. Bem-aventurados todos os que temem ao Senhor, os que andam nos seus caminhos ( Salmo 127, 1). E o pagão que não recebeu as luzes da revelação cristã, mas crê na existência de um Deus Justiceiro, embora erre, por ignorância invencível, sobre a própria natureza da Divindade, não tem outro meio para mostrar que teme o Senhor e que quer andar nos seus caminhos, senão obedecendo fielmente aso ditames da sua própria consciência.
- Conheciam, sim; embora não tão perfeitamente como nós os conhecemos. Porque estes mandamentos, Deus os gravou no coração do homem. Honrarás pai e mãe, não matarás, não furtarás, não levantarás falso testemunho, não desejarás a mulher de teu próximo etc., são leis que se impõem a todos os homens pela voz imperiosa de sua consciência. Se a Religião tem por fim o aperfeiçoamento moral do homem e a sua união com Deus, esta união, este aperfeiçoamento não se realizam senão quando ele obedece à voz da consciência, que é a própria voz de Deus falando a sua alma, a seu coração. Só assim podia (ou pode ainda hoje) o pagão que nunca ouviu falar de Cristo, agradar a Deus e, agradando a Deus pelas suas obras, conseguir a salvação.
- Mas, dirá o protestante, esta história da possibilidade de se salvarem os pagãos, pode-se provar pelas Escrituras?
- Perfeitamente. Abra-se a Epístola de S. Paulo aos Romanos. Lemos aí que Deus há de retribuir a cada um segundo as suas obras; com a VIDA ETERNA, por certo, aos que, perseverando em fazer OBRAS BOAS, buscam glória e honra e imortalidade; mas com ira e indignação aos que são de contenda e que não se rendem à verdade, mas que obedecem à injustiça. A tribulação e a angústia virá sobre toda a alma do homem que obra mal, ao judeu, primeiramente, e ao grego; mas A GLÓRIA E O HONRA E A PAZ será dada a todo o obrador do bem, ao judeu, primeiramente, e ao grego; porque não há para com Deus acepção de pessoas (Romanos II-6 a 11). O grego, a que se refere aí S. Paulo, em contraposição ao judeu, é o gentio, o pagão, o que não conhecia a lei de Moisés. Deus não tem acepção de pessoas: todo o que opera o bem recebe a vida eterna, seja judeu, seja gentio. Porque, como diz em continuação o Apóstolo São Paulo, se os judeus tinham uma lei escrita dada por Deus e os gentios não a tinham, o que interessa a Deus não é que SE OUÇA a lei que foi dada por Ele, ma sim que SE PRATIQUE o que ordena esta mesma lei. E o gentio, cumprindo a lei que estava escrita no seu coração , se podia tornar também justificado diante de Deus. Vejamos as palavras do Apóstolo: Não são justos diante de Deus os que ouvem a lei; mas os QUE FAZEM O QUE MANDA A LEI SERÃO JUSTIFICADOS; porque, quando os gentios que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, esses tais, não tendo semelhante lei, a si mesmos servem de lei, os quais MOSTRAM A OBRA DA LEI ESCRITA NOS SEUS CORAÇÕES, dando testemunho a eles A SUA MESMA CONSCIÊNCIA (Romanos II- 13-15).
- Mas perguntará alguém: Não diz a Bíblia que sem a fé é impossível agradar a Deus? Como podiam esses pagãos agradar a Deus sem a fé?
- A dificuldade é muito fácil de resolver. Na mesma ocasião em que diz a Bíblia - ser impossível sem a fé agradar a Deus - mostra imediatamente qual o programa mínimo de fé que é exigido desses que não cheguem a ter conhecimento da revelação divina; deles se exige apenas que creiam o seguinte: que existe um Deus e que este Deus recompensa os bons. Vejamos o texto: Sem a fé é impossível agradar a Deus; porquanto é necessário que o que se chega a Deus creia que há Deus e que é remunerador dos que O buscam (Hebreus XI-6). Se eles estavam ou estão, sem nenhuma culpa sua, na ignorância de muitas outras verdades da fé, Deus se contenta com este mínimo; crer na existência de um Deus Remunerador; é o bastante para se aproximarem de Deus.
Portanto, se as religiões pagãs que existiram antes do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo ensinavam que seus adeptos podiam conseguir a recompensa divina mediante as suas obras, se as religiões pagãs ainda hoje existentes ensinam que os seus seguidores (que não têm suficiente conhecimento da doutrina de Jesus Cristo) se salvam pela maneira digna e correta de proceder, essas religiões podem ter lá os seus erros graves em matéria de doutrina, mas NESTE PONTO têm ensinado uma coisa certa, confirmada por São Paulo, quando afirmou que os gentios se salvam obedecendo à lei que está escrita em seus corações (Romanos II-15). O caminho do Céu para eles é este mesmo. Agora, se de fato foram muitos ou foram poucos os que procederam corretamente e obedeceram a esta lei, isto já é outra questão. O homem tem a sua liberdade; pode usar dela bem ou mal. Infelizmente a tendência desta nossa corrupta Humanidade é mais para usar mal do que para usar bem; porém tinha que haver para os pagãos, assim como para os cristãos (falamos, é claro, dos pagãos de boa fé) algum direito, alguma possibilidade de salvar-se. Do contrário Deus seria injusto, não seria bom para todos os homens que O temem. Bem-aventurados todos os que temem ao Senhor, os que andam nos seus caminhos ( Salmo 127, 1). E o pagão que não recebeu as luzes da revelação cristã, mas crê na existência de um Deus Justiceiro, embora erre, por ignorância invencível, sobre a própria natureza da Divindade, não tem outro meio para mostrar que teme o Senhor e que quer andar nos seus caminhos, senão obedecendo fielmente aso ditames da sua própria consciência.
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