quinta-feira, 1 de setembro de 2016

PROFISSÃO DE FÉ

Composta pelo Papa Paulo VI para o término do Ano da Fé (1968)
Extraída do ANEXO do livro "A TEMPO E CONTRATEMPO de autoria de Gustavo Corção, EDITORA  PERMANÊNCIA

     CREMOS em um só Deus, Pai, Filho e  Espírito Santo, Criador das coisas visíveis, como este mundo, onde se desenrola a nossa vida passageira; Criador das coisas invisíveis, como os puros espíritos que também são denominados Anjos (1); e Criador, em cada homem, da sua alma espiritual e imortal. 
   CREMOS que este Deus único é absolutamente uno na sua essência infinitamente santa, assim como em todas as suas perfeições, na sua onipotência, na sua ciência infinita, na sua providência e no amor. Ele é aquele que é, como Ele mesmo revelou a Moisés (2); Ele é amor, como no-lo ensinou o Apóstolo São João (3); de tal maneira que estes dois nomes, Ser e Amor, exprimem inefavelmente a mesma divina realidade d'Aquele que se quis dar a conhecer a nós e que, "habitando uma luz inacessível" (4), é, em si mesmo, acima de todo nome, de todas as coisas e de toda inteligência criada. Só Deus pode dar-nos o conhecimento exato e pleno de si mesmo, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo, eterna Vida, de que nós somos chamados a participar, aqui na  terra, na obscuridade da fé, e, depois da morte, na Luz eterna. As relações mútuas que constituem eternamente as três Pessoas, que são, cada uma delas, o único e mesmo Ser divino, são a bem-aventurada vida íntima de Deus três vezes santo, infinitamente acima de tudo o que podemos conceber à maneira humana (5). Entretanto, rendemos graças à Bondade divina pelo fato de numerosíssimos crentes poderem dar testemunho conosco, diante dos homens, da Unidade de Deus, embora não conheçam o Mistério da Santíssima Trindade.
   CREMOS, portanto, no Pai que gerou eternamente o Filho; no Filho, Verbo de Deus, que é eternamente gerado; no Espírito Santo, Pessoa incriada, que procede do Pai e do Filho, como seu eterno Amor. Assim, nas três Pessoas divinas, "coaeternae sibi et coaequales" (6), superabundam e consumam-se, na superexcelência e glória próprias do Ser incriado, a vida e a felicidade de Deus perfeitamente uno, e sempre "deve ser venerada a Unidade na Trindade e a Trindade na Unidade" (7). 
Continua nas próximas postagens.

   Notas: 
   (1) Cfr. Dz-Sch. 3002. -   (2) Cfr. Ex. 3, 14.  -   (3) Cfr. I Jo. 4, 8.  -  (4) Cfr. I Tim. 6, 16.  -   (5) Cfr. Dz-Sch. 804.  -   (6) Cfr. Dz-Sch. 75.  -   (7) Cfr. Dz-Sch. 75.
   Obs.: "Coaeternae sibi et coaequales= igualmente eternas e iguais.        

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