Capítulo III - A Fé
Visto que o homem depende inteiramente de Deus como de seu Criador e Senhor, e que a razão criada está inteiramente sujeita à Verdade incriada, somos obrigados a prestar, pela fé, à revelação de Deus, plena adesão do intelecto e da vontade (cân. 1). Esta fé, porém, que é "o início da salvação humana", a Igreja a define como uma virtude sobrenatural pela qual, inspirados e ajudados pela graça, cremos ser verdade o que Deus revelou, não devido à verdade intrínseca das coisas, conhecida pela luz natural da razão, mas em virtude da autoridade do próprio Deus, autor da revelação, que não pode enganar-se nem enganar (cân. 2). Pois, segundo o testemunho do Apóstolo, a fé é o fundamento firme das coisas esperadas, uma prova das coisas que não se vêem" (Hebr. 11,1).
Não obstante, para que a homenagem de nossa fé estivesse em conformidade com a razão (cf. Rom. 12, 1), quis Deus ajuntar ao auxilio interno do Espírito Santo os argumentos externos da sua revelação, isto é, os fatos divinos, e sobretudo os milagres e as profecias, que, por demonstrarem abundantemente a onipotência e a ciência infinita de Deus, são sinais certíssimos da revelação divina, acomodados que são à inteligência de todos (cân. 3 e 4). Foi por isso que Moisés, os profetas e principalmente o próprio Jesus Cristo fizeram muitos e manifestíssimos sinais e profecias; e dos Apóstolos lemos: Eles, porém, partiram e pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a sua palavra com os sinais que a acompanhavam (S. Marc. 16, 20). E em outro lugar se lê: E temos ainda mais firme a palavra dos profetas, à qual fazeis bem de atender, como a uma candeia que alumia em um lugar tenebroso (2 S. Ped. 1, 19).
Embora, porém, a adesão da fé não seja de modo algum um movimento cego do espírito, ninguém, contudo, pode "crer na pregação evangélica", como se exige para conseguir a salvação, "sem a iluminação e a inspiração do Espírito Santo, que a todos faz encontrar doçura em consentir e crer na verdade" (Concílio II Arausicano). Pelo que, [já] a própria fé em si, embora não opere pela caridade (cf. Gál. 5, 6), é um dom de Deus, e o seu exercício é um ato salutar, pelo qual o homem presta livre obediência ao próprio Deus, prestando consentimento e cooperação à sua graça, à qual poderia resistir. (cân. 5).
Deve-se, pois, crer com fé divina e católica tudo o que está contido na palavra divina escrita ou transmitida pela Tradição, bem como tudo o que a Igreja, quer em declaração solene, quer pelo Magistério ordinário e universal, nos propõe a crer como revelado por Deus.
Como, porém, sem fé é impossível agradar a Deus (Heb. 11, 6) e chegar ao consórcio dos seus filhos, ninguém jamais pode ser justificado sem ela, nem conseguir a vida eterna se nela não permanecer até o fim (S. Mat. 10, 22; 24, 13). E para que pudéssemos cumprir o dever de abraçar a verdadeira fé e nela perseverar constantemente, Deus instituiu por meio de seu Filho Unigênito a Igreja, e a muniu com os sinais manifestos da sua instituição, para que pudesse ser por todos reconhecida como guarda e mestra da palavra revelada.
Porquanto somente à Igreja Católica pertencem todos os caracteres, tão numerosos e tão admiravelmente estabelecidos por Deus para tornar evidente a credibilidade da fé cristã. Além disso, a Igreja em si mesma, por sua admirável propagação, exímia santidade e inesgotável fecundidade em todos os bens, pela sua unidade católica e invicta estabilidade, é um grave e perpétuo motivo de credibilidade, e um testemunho irrefragável da sua missão divina. Donde resulta que a mesma Igreja, como um estandarte que se ergue no meio das nações (Isaías, 11, 12), não só convida os incrédulos a entrarem no seu grêmio, mas também garente a seus filhos que a fé que professam se baseia em fundamento firmíssimo. E este testemunho acresce o auxílio eficaz da virtude do alto. Porquanto o benigníssimo Senhor excita e ajuda com a sua graça os que vagueiam no erro, a fim de poderem chegar ao conhecimento da verdade (1 Tim. 2, 4). E aos que chamou das trevas à luz maravilhosa (1 Ped. 2, 9), confirma-os com sua graça, para que permaneçam nesta mesma luz, não os abandonando senão quando primeiro abandonado por eles. Pelo que, de maneira alguma é igual a condição daqueles que, pelo dom celeste da fé, abraçaram a verdade católica, e dos que, levados por opiniões humanas, seguem uma religião falsa; pois os que receberam a fé sob o Magistério da Igreja, jamais poderão ter justa razão de alterar ou pôr em dúvida esta mesma fé (cân. 6). E por isso, dando graças a Deus Pai, que nos fez idóneos de participar da sorte dos santos na luz (Col. 1,12), não menosprezemos tão grande vantagem, mas, pondo os olhos em Jesus, autor e consumador da fé (Heb. 12, 2), conservemos firme a profissão da nossa esperança (Heb. 10, 23).
Embora, porém, a adesão da fé não seja de modo algum um movimento cego do espírito, ninguém, contudo, pode "crer na pregação evangélica", como se exige para conseguir a salvação, "sem a iluminação e a inspiração do Espírito Santo, que a todos faz encontrar doçura em consentir e crer na verdade" (Concílio II Arausicano). Pelo que, [já] a própria fé em si, embora não opere pela caridade (cf. Gál. 5, 6), é um dom de Deus, e o seu exercício é um ato salutar, pelo qual o homem presta livre obediência ao próprio Deus, prestando consentimento e cooperação à sua graça, à qual poderia resistir. (cân. 5).
Deve-se, pois, crer com fé divina e católica tudo o que está contido na palavra divina escrita ou transmitida pela Tradição, bem como tudo o que a Igreja, quer em declaração solene, quer pelo Magistério ordinário e universal, nos propõe a crer como revelado por Deus.
Como, porém, sem fé é impossível agradar a Deus (Heb. 11, 6) e chegar ao consórcio dos seus filhos, ninguém jamais pode ser justificado sem ela, nem conseguir a vida eterna se nela não permanecer até o fim (S. Mat. 10, 22; 24, 13). E para que pudéssemos cumprir o dever de abraçar a verdadeira fé e nela perseverar constantemente, Deus instituiu por meio de seu Filho Unigênito a Igreja, e a muniu com os sinais manifestos da sua instituição, para que pudesse ser por todos reconhecida como guarda e mestra da palavra revelada.
Porquanto somente à Igreja Católica pertencem todos os caracteres, tão numerosos e tão admiravelmente estabelecidos por Deus para tornar evidente a credibilidade da fé cristã. Além disso, a Igreja em si mesma, por sua admirável propagação, exímia santidade e inesgotável fecundidade em todos os bens, pela sua unidade católica e invicta estabilidade, é um grave e perpétuo motivo de credibilidade, e um testemunho irrefragável da sua missão divina. Donde resulta que a mesma Igreja, como um estandarte que se ergue no meio das nações (Isaías, 11, 12), não só convida os incrédulos a entrarem no seu grêmio, mas também garente a seus filhos que a fé que professam se baseia em fundamento firmíssimo. E este testemunho acresce o auxílio eficaz da virtude do alto. Porquanto o benigníssimo Senhor excita e ajuda com a sua graça os que vagueiam no erro, a fim de poderem chegar ao conhecimento da verdade (1 Tim. 2, 4). E aos que chamou das trevas à luz maravilhosa (1 Ped. 2, 9), confirma-os com sua graça, para que permaneçam nesta mesma luz, não os abandonando senão quando primeiro abandonado por eles. Pelo que, de maneira alguma é igual a condição daqueles que, pelo dom celeste da fé, abraçaram a verdade católica, e dos que, levados por opiniões humanas, seguem uma religião falsa; pois os que receberam a fé sob o Magistério da Igreja, jamais poderão ter justa razão de alterar ou pôr em dúvida esta mesma fé (cân. 6). E por isso, dando graças a Deus Pai, que nos fez idóneos de participar da sorte dos santos na luz (Col. 1,12), não menosprezemos tão grande vantagem, mas, pondo os olhos em Jesus, autor e consumador da fé (Heb. 12, 2), conservemos firme a profissão da nossa esperança (Heb. 10, 23).
Nenhum comentário:
Postar um comentário