sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O PENSAMENTO DA ETERNIDADE



 LEITURA  MEDITADA - Dia 5 de fevereiro

   1 - Há uma eternidade. - A razão demonstra-me a imortalidade da minha alma; a mais evidente revelação ensina-me a ressurreição do meu corpo e a futura eternidade de todo o meu ser. O Divino Mestre, Nosso Senhor Jesus Cristo falou de maneira tão clara que não há possibilidade de interpretação em outro sentido, mas literalmente deixou claro que existe uma eternidade feliz para os bons e uma eternidade infeliz para os maus: "E estes [os maus] irão para o suplício eterno; e os justos para a vida eterna" (Mateus XXV, 46). Sim, depois desta vida em que tudo passa, entrarei na eternidade em que nada passa. Os céus e a terra, que são obra das mãos de Deus, hão de acabar; mas Deus e eu mesmo pela disposição da suprema vontade de Deus, permanecerei. Eis o que diz o Divino Espírito Santo nos Salma CI, 28 e 29: "Tu porém és sempre o mesmo, e os teus anos não têm fim. O filhos dos teus servos habitarão seguros, e a sua posteridade subsistirá diante de ti". Deus quis que a eternidade estivesse ligada com o meu ser, assim como o está n'Ele. Portanto, Deus e o homem subsistirão eternamente.

   2 - Que é a eternidade? - Com relação a nós, a eternidade é uma duração sem fim: nada pode medi-la; um estado sempre fixo: nada pode mudá-lo; duração que não se pode medir e estado imutável, são as ideias mais simples e mais verdadeiras que eu posso ter da eternidade. Na verdade é uma duração sem fim, pois, qualquer que seja o número que se lhe ajunte, não se aumenta; qualquer que seja a quantidade que se lhe tire, não se abrevia. Sempre! nunca! não se pode exprimir melhor a duração da eternidade. Poder-se-ia dizer, um dia, de um homem: "Começa a us eternidade (quando acaba de morrer)"; e nunca se dirá com verdade, que ele chegou à terceira, à quarta parte, que percorreu a milésima parte da sua eternidade, ela estará sempre para ele tão inteira como no momento em a principiou. Quanto tempo estará um santo gozando da sua suprema felicidade no Céu? Sempre. Quando vai acabar ou mesmo diminuir esta felicidade? Nunca! Quanto tempo estará o condenado nos tormentos? Sempre! Quando vão acabar estes sofrimentos ou, ao menos, diminuir? Nunca! A eternidade nunca acaba e nunca muda. O Divino Espírito Santo no Livro do Eclesiastes  XI, 3,  faz a seguinte comparação: " Se a árvore cair para a parte do meio-dia ou para a do norte, em qualquer lugar onde cair, aí ficará". Quantas gotas d'água há nos oceanos, quantos grãos de areia há em todas as praias, quantas folhas de todas as árvores no mundo, quantas letras em todos os livros e computadores da terra, tudo isto multiplicado por milhões de séculos não é nada em comparação da eternidade.  As mudanças são próprias da nossa condição presente; a imutabilidade está ligada ao nosso destino futuro. Aqui, as horas seguem-se umas às outras, sem se ajuntarem; lá, tudo é invariável e permanente. Nenhuma mudança há de temer no Céu; nenhuma mudança a esperar no inferno. Há uma coisa terrível na eternidade infeliz: assim como há a eternidade do sofrimento, há também o sofrimento da eternidade. A esperança de acabar um dia o sofrimento, não deixa de ser um alívio. Pois bem, no inferno não há esta esperança.

Caríssimos, para terminar, quero fazer uma pergunta. Não há outra alternativa: um dia cairei na eternidade. Qual será a minha eternidade? Ainda bem que só depende de mim! E não posso esquecer nunca : há um só passo entre mim e a eternidade. Pelo que acabamos de meditar devemos concluir que, em se tratando de eternidade, todo cuidado é pouco. E não esqueçamos mais uma verdade: não se pode voltar atrás. "A vós que sois meus amigos, disse Jesus, quero dizer que não deveis temer aqueles que só podem tirar a vida corporal e nada mais podem fazer; direi a quem deveis temer: temei Aquele que tem poder de tirar a vida e depois lançar no inferno o corpo e a alma".


Nenhum comentário:

Postar um comentário