SENTENÇAS: 1 - "Não extingais o Espírito (Santo)" (I Ts V, 19).
2 - "Não entristeçais o Espírito Santo de Deus" (Ef IV, 30).
3 - "Vós resistis sempre ao Espírito Santo" (At VII, 51).
REFLEXÕES: S. Paulo adverte-nos que não expulsemos e não contristemos o
Espírito Santo. O diácono Santo Estevão lança em rosto dos judeus de cerviz
dura, a terrível acusação: "Vós resistis sempre ao Espírito Santo".
Portanto, são três coisas que devemos evitar em relação à Santíssima Trindade
(por apropriação ao Espírito Santo) que habita em nossa alma: não extinguir
(=não expulsar), não contristar e não resistir às suas inspirações.
1 - NÃO
EXPULSAR A SS. TRINDADE: Quando alguém tem a infelicidade suma de cometer um
pecado grave, extingue em sua alma a SS.
Trindade. Com o pecado mortal, o pecador
expulsa de si o Espírito Perfeitíssimo, Eterno, Criador e Sumo Benfeitor. O
pecado mortal acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante,
isto é, do estado de graça. Onde há o espírito do mundo e do demônio, não pode estar
o Espírito de consolação, de verdade e de pureza. Cometer um pecado mortal
significa expulsar o Espírito Santo que é Deus, e introduzir em seu lugar, o
espírito imundo, que é o Demônio. Nada mais horrível do que isto!!!...
2 - NÃO
CONTRISTAR A SS. TRINDADE: Quem comete o pecado venial entristece e trata mal o
doce Hóspede Divino. Depois do pecado mortal, o pecado venial é o maior mal
sobre a face da terra. É chamado LEVE, mas em relação ao mortal, assim como
dizemos que a Terra é pequena em comparação com o Sol. Facilmente entendemos
que não pode ser leve o tratar mal em si mesmo o próprio Deus! Normalmente
temos todo cuidado em tratar bem os hóspedes. Será que não vamos ter este
cuidado justamente com o nosso Pai, Redentor e Santificador que se digna vir
habitar na sua pobre criatura?! O pecado venial enfraquece a caridade; traduz
uma afeição desordenada pelos bens criados; impede o progresso da alma no
exercício das virtudes e a prática do bem moral; merece penas temporais. Não
leva ao Inferno, mas, se não for perdoado e reparado em vida, leva ao
Purgatório. O pecado venial deliberado e que fica sem arrependimento dispõe-nos
pouco a pouco a cometer o pecado mortal.
3 - NÃO
RESISTIR À SS. TRINDADE: Isto é, não resistir às inspirações e moções que o
Hóspede Divino amorosamente nos dá, desejando operar a nossa santificação e
salvação.
Os pecados
que o Catecismo chama contra o Espírito Santo não têm perdão nem neste mundo e
nem no outro. A misericórdia de Deus não tem limites, mas quem se recusa
deliberadamente a acolher a misericórdia de Deus pelo arrependimento rejeita o
perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo. Semelhante
endurecimento pode levar à impenitência final e à perdição eterna.
PARÁBOLA: Havia um grande e poderoso rei. Só tinha um filho que foi
morto por um seu inimigo por inveja. Um dia este rei, descendo a escadaria de seu
palácio, encontrou estendido no último degrau, um menino mendigo, maltrapilho,
coberto de feridas purulentas. Era horrível de ver e exalava um mau cheiro
horrível. O bondoso rei comoveu-se. Tomou a pobrezinho em seus braços e levou-o
a seu quarto e ali começou a cuidar dele como se fosse o seu filho. Logo
depois, mandou vir os melhores médicos e ele mesmo com suas próprias mãos
aplicava-lhe os medicamentos. O pobrezinho ficou curado. O rei vestiu-o de
seda. Chegado, aquele rapaz, aos vinte anos, o rei adotou-o como filho. Agora
com toda saúde, belo como um príncipe. O rei amava-o ternamente. E assim eis
aquele que fora um menino mendigo e coberto de feridas, agora é o filho do rei.
Num gesto de
altíssimo amor, um dia o rei disse ao seu filho adotivo: Passarei todo meu
reino para seu nome. Mas, como te amo, quero ficar junto de você no seu
palácio.
Foram feitos
os documentos e o rei assinou-os. Mas, não demorou muito, o filho adotivo
começou a tratar mal o seu pai e benfeitor. Conversava pouco com ele, e mesmo
assim não prestava muita atenção nas conversas. Não dava a mínima atenção aos
conselhos do experiente e sábio rei. Estas indelicadezas e resistências foram
aumentando até que um dia, o filho adotivo agarrou o rei pelo braço, lançou
pela escadaria abaixo dizendo: fora daqui. E o rei expulso teve a tristeza que
ver que o seu filho adotivo recebia com honras em seu palácio o assassino de
seu filho verdadeiro.
Na verdade,
nenhuma imaginação conseguirá pintar em parábolas a rebeldia horrível e a
monstruosa ingratidão do pecador para com seu Pai do Céu!
Arrependo-me, Senhor, de todo o
coração de Vos ter ofendido e ter correspondido tão mal aos Vossos numerosos
benefícios. Amém!
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