segunda-feira, 12 de outubro de 2020

O QUE DEVEMOS EVITAR EM RELAÇÃO AO HÓSPEDE DIVINO


SENTENÇAS: 1 - "Não extingais o Espírito (Santo)"  (I Ts V, 19).

                          2 - "Não entristeçais o Espírito Santo de Deus"  (Ef IV, 30).

                          3 - "Vós resistis sempre ao Espírito Santo" (At VII, 51).

REFLEXÕES:  S. Paulo adverte-nos que não expulsemos e não contristemos o Espírito Santo. O diácono Santo Estevão lança em rosto dos judeus de cerviz dura, a terrível acusação: "Vós resistis sempre ao Espírito Santo". Portanto, são três coisas que devemos evitar em relação à Santíssima Trindade (por apropriação ao Espírito Santo) que habita em nossa alma: não extinguir (=não expulsar), não contristar e não resistir às suas inspirações.

1 - NÃO EXPULSAR A SS. TRINDADE: Quando alguém tem a infelicidade suma de cometer um pecado grave,  extingue em sua alma a SS. Trindade.  Com o pecado mortal, o pecador expulsa de si o Espírito Perfeitíssimo, Eterno, Criador e Sumo Benfeitor. O pecado mortal acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Onde há o espírito do mundo e do demônio, não pode estar o Espírito de consolação, de verdade e de pureza. Cometer um pecado mortal significa expulsar o Espírito Santo que é Deus, e introduzir em seu lugar, o espírito imundo, que é o Demônio. Nada mais horrível do que isto!!!...

2 - NÃO CONTRISTAR A SS. TRINDADE: Quem comete o pecado venial entristece e trata mal o doce Hóspede Divino. Depois do pecado mortal, o pecado venial é o maior mal sobre a face da terra. É chamado LEVE, mas em relação ao mortal, assim como dizemos que a Terra é pequena em comparação com o Sol. Facilmente entendemos que não pode ser leve o tratar mal em si mesmo o próprio Deus! Normalmente temos todo cuidado em tratar bem os hóspedes. Será que não vamos ter este cuidado justamente com o nosso Pai, Redentor e Santificador que se digna vir habitar na sua pobre criatura?! O pecado venial enfraquece a caridade; traduz uma afeição desordenada pelos bens criados; impede o progresso da alma no exercício das virtudes e a prática do bem moral; merece penas temporais. Não leva ao Inferno, mas, se não for perdoado e reparado em vida, leva ao Purgatório. O pecado venial deliberado e que fica sem arrependimento dispõe-nos pouco a pouco a cometer o pecado mortal.

3 - NÃO RESISTIR À SS. TRINDADE: Isto é, não resistir às inspirações e moções que o Hóspede Divino amorosamente nos dá, desejando operar a nossa santificação e salvação.

Os pecados que o Catecismo chama contra o Espírito Santo não têm perdão nem neste mundo e nem no outro. A misericórdia de Deus não tem limites, mas quem se recusa deliberadamente a acolher a misericórdia de Deus pelo arrependimento rejeita o perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo. Semelhante endurecimento pode levar à impenitência final e à perdição eterna.

PARÁBOLA:  Havia um grande e poderoso rei. Só tinha um filho que foi morto por um seu inimigo por inveja. Um dia este rei, descendo a escadaria de seu palácio, encontrou estendido no último degrau, um menino mendigo, maltrapilho, coberto de feridas purulentas. Era horrível de ver e exalava um mau cheiro horrível. O bondoso rei comoveu-se. Tomou a pobrezinho em seus braços e levou-o a seu quarto e ali começou a cuidar dele como se fosse o seu filho. Logo depois, mandou vir os melhores médicos e ele mesmo com suas próprias mãos aplicava-lhe os medicamentos. O pobrezinho ficou curado. O rei vestiu-o de seda. Chegado, aquele rapaz, aos vinte anos, o rei adotou-o como filho. Agora com toda saúde, belo como um príncipe. O rei amava-o ternamente. E assim eis aquele que fora um menino mendigo e coberto de feridas, agora é o filho do rei.

Num gesto de altíssimo amor, um dia o rei disse ao seu filho adotivo: Passarei todo meu reino para seu nome. Mas, como te amo, quero ficar junto de você no seu palácio.

Foram feitos os documentos e o rei assinou-os. Mas, não demorou muito, o filho adotivo começou a tratar mal o seu pai e benfeitor. Conversava pouco com ele, e mesmo assim não prestava muita atenção nas conversas. Não dava a mínima atenção aos conselhos do experiente e sábio rei. Estas indelicadezas e resistências foram aumentando até que um dia, o filho adotivo agarrou o rei pelo braço, lançou pela escadaria abaixo dizendo: fora daqui. E o rei expulso teve a tristeza que ver que o seu filho adotivo recebia com honras em seu palácio o assassino de seu filho verdadeiro.

Na verdade, nenhuma imaginação conseguirá pintar em parábolas a rebeldia horrível e a monstruosa ingratidão do pecador para com seu Pai do Céu!

Arrependo-me, Senhor, de todo o coração de Vos ter ofendido e ter correspondido tão mal aos Vossos numerosos benefícios. Amém!

 

 

 

 

 

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