LEITURA MEDITADA, dia 13º
Primeiramente, o pensamento da eternidade é uma luz segura,
que nos dirige nas nossas resoluções. Que é o conjunto de todas as dores, e o
agregado de todas as venturas, se umas e outras são eternas? Tratando-se de uma
eternidade, diz S. Gregório, nunca há demasiada precaução e prudência porque
nunca há demasiada segurança. Esta máxima tem sido a de todos os santos. São Luiz de Gonzaga, por exemplo, dizia: "O que não é eterno, nada é". E antes de fazer qualquer coisa dizia: "Que vale isto para a eternidade". Riqueza ou pobreza, vida cômoda ou penitente, honras ou opróbrios? E, é claro, consultavam não o que o mundo diz, mas o que Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou. E seguiam com generosidade e alegria o que o Divino Mestre mostrou como mais seguro para se conquistar o Reino de Deus.
Depois, o pensamento da eternidade ampara-nos e
fortalece-nos. Opõe prazer a prazer, dor a dor. Na presença de um gozo que
durará sempre, um prazer que é momentâneo, perde todo o seu atrativo; e temo
deveras os tormentos que nunca terão fim; e assim não me assusta uma tribulação
que dura um momento. Tudo o que não é eterno, nada vale, ou deve ter-se em
conta de nada: é a minha resposta aos atrativos do vício, e aos rigores da
virtude.
Ademais, o pensamento da eternidade é motivo de zelo na
prática do bem. Seguro de que acharei na eternidade o fruto de minhas boas
obras, e não sabendo quando nela entrarei, animo-me com esta poderosa
consideração: Não esqueças, alma minha, que trabalhas para a eternidade. Em
recompensa deste ato de humildade e de caridade, verei a Deus mais claramente,
possuí-Lo-ei mais deliciosamente por toda a eternidade. Vem a noite;
multipliquemos os nossos merecimentos, enquanto temos tempo. Diz a Sagrada
Escritura que aquele que semeia pouco, colherá pouco, e o que semeia em
abundância colherá em abundância. E Nosso Senhor Jesus Cristo dá-nos este
conselho: "Juntai um tesouro no Céu,
onde o ladrão não rouba, a traça não rói, nem a ferrugem consome"
Devemos estar profundamente persuadidos de que aquilo que
sacrificamos pela nossa santificação, o pomos nas mãos de Deus, que no-lo
restituirá cem vezes mais na felicidade eterna. Caríssimos, devemos fazer as
nossas ações conscientes de que as suas consequências podem ser eternas. E a
eternidade se aproxima. Somos como uma vela acesa: a medida que ilumina, vai-se
acabando. Assim, a medida que vivemos, estamos morrendo. E não sabemos nem o
dia, nem a hora. Devemos trabalhar para o céu enquanto é dia.
Vinde, ó Jesus, Rei dos bens eternos; Vós no-los prometestes
no vosso Evangelho, e no-los alcançastes com a vossa morte, e disso nos dais
penhor no altar: "Quem come a minha
carne e bebe o meu sangue, terá a vida eterna" (S. João VI, 55). Ó meu
doce Jesus, se me alimentais com o pão dos escolhidos, é porque só quereis que
eu participe da sua felicidade. Oh! vinde, Senhor, tomar posse da minha alma, e
contrair com ela uma aliança que nada possa alterar daqui em diante! Amém!
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