quinta-feira, 18 de julho de 2019

A INSTITUIÇÃO DIVINA DO SACRAMENTO DA PENITÊNCIA PROVADA PELA TRADIÇÃO

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA, dia 18º

Antes de expor os argumentos da Tradição é sempre útil ver quais são os adversários da tese e refutá-los. Pois bem, como todos sabem, os grandes adversários do Sacramento da Penitência são os protestantes. Estes, seguindo Calvino, e também os ímpios modernos ousam dizer que a confissão era desconhecida nos primeiros séculos do Cristianismo. Sustentam que a confissão data dos 4º Concílio de Latrão em 1215, época em que o Papa Inocêncio III tê-la-ia inventado. Caríssimos, isto constitui um grave erro que denota a mais grosseira ignorância, ou, pior ainda, é uma demonstração da mais insolente má fé. Vamos ouvir Santo Afonso: este grande Doutor da Santa Igreja diz que o Papa Inocêncio III, não fez senão determinar o tempo em que a confissão deve ser feita pelos fiéis, isto é, ao menos uma vez por ano, como já haviam prescrevido os papas Inocêncio I (+ 417), Leão I (+ 474), Zeferino (+218). Além disso, sabemos que a Tradição e a História da Igreja se apoiam no Santo Evangelho de S. João para provar que a confissão foi instituída por Jesus Cristo. Suponhamos os Sacramento da Penitência como a Igreja o administra, realmente estabelecido por Nosso Senhor Jesus Cristo: Eis aqui os fatos que se devem produzir e dos quais a História Eclesiástica dá, sem dúvida, testemunho; os Padres da Igreja falarão da Confissão em seus escritos, e dirão que ela vem de Jesus Cristo; hão de afirmar que é necessária à salvação, que deve ser feita com sinceridade e com contrição; que só os sacerdotes podem absolver, etc. Os Concílios traçarão as regras aos confessores, para remediar os abusos que nascerão em diversas épocas da história. Conservar-se-ão muitos nomes de confessores que prestaram o socorro de seu ministério a personagens históricos. Talvez se encontre nas mais antigas igrejas o lugar dos tribunais da penitência; enfim, as seitas separadas da Igreja de Jesus Cristo, desde os primeiros séculos, terão provavelmente conservado alguns vestígios dessa salutar instituição.

Consultando as antiguidades eclesiásticas obteremos precisamente estes resultados que acabamos de enumerar. Até historiadores protestantes, devendo ser sinceros diante da evidência, declararam que a Confissão entre os Católicos já era exercida nos quatro primeiros séculos. Por exemplo, o historiador protestante Gibbon diz: "o homem instruído não pode resistir ao peso da evidência histórica que estabeleceu a Confissão como um dos principais pontos da doutrina católica em todo o período dos quatro primeiros séculos".


Entre outras seitas heréticas encontramos também quem dá testemunho histórico da existência da Confissão já nos primeiros séculos da Igreja Católica. Por exemplo: os eutiquianos, os jacobitas, os armênios, os nestorianos, em um palavra, as Seitas do Oriente, separadas da Igreja Romana desde o 4º e o 5º séculos, praticavam a confissão como necessária. Muitos sábios autores atestam que se vêem nas catacumbas de Roma os confessionários próximos aos altares, cujas pinturas, semelhantes às de Pompéia, remontam aos primeiros séculos do Cristianismo. 

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