segunda-feira, 22 de julho de 2019

A CONFISSÃO DEVE SER INTEIRA

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA, dia 22º

Se o pecador não se confessar dos pecados mortais de que tem lembrança, não recebe o perdão. Falo dos pecados lembrados, porque, esquecendo involuntariamente um pecado, desde que a pessoa tenha um arrependimento geral de todas as ofensas feitas a Deus, este pecado esquecido será perdoado; mas, se a pessoa se lembrar dele depois, deve então confessá-lo.

No caso, porém, de a pessoa deixar voluntariamente de declarar um pecado mortal, então deve acusar-se desta omissão, e renovar além disso a confissão de todos os outros pecados já declarados; pois, a confissão foi nula e sacrílega.

Santa Teresa d'Ávila, que vira o inferno, não deixava de repetir aos pregadores: "Pregai, pregai contra as más confissões; pois, é pelas más confissões que a maior parte dos cristãos se condena".

Caríssimos, é, na verdade, vergonhoso cometer o pecado, mas não é vergonhoso livrar-se dele pela confissão. Aqui podem-se aplicar as palavras das Sagradas Escrituras: "Há  vergonha que leva ao pecado, e há vergonha que traz consigo glória e graça" (Eclesiástico, IV, 25). Devemos fugir da vergonha que nos torna inimigos de Deus pelo pecado, mas não da que, pela confissão do pecado cometido, alcança a graça de Deus e a glória do céu.

Que vergonha houve para os santos convertidos e penitentes, quando fizeram a confissão de seus grandes e inúmeros pecados? Assim: Santo Agostinho, Santa Maria do Egito, Santa Margarida de Cortona, etc.? Foi pelas suas confissões que adquiriram o céu, onde agora gozam de Deus. Quando Santo Agostinho se converteu, não contente de confessar os seus pecados, ele os consignou em um livro, para os tornar conhecidos de todo o mundo.

Santo Antônio de Lisboa (de Pádua) conta que um bispo viu um dia o demônio ao lado de uma mulher que se dispunha à confissão, e lhe perguntou o que fazia ali. O espírito maligno respondeu: "Estou restituindo o que roubei; quando tentei esta mulher para pecar, tirei-lhe a vergonha; agora, lha restituo, a fim de que não tenha coragem de confessar o pecado". S. João Crisóstomo diz o seguinte: "Deus deu a vergonha para o pecado, e a confiança à confissão. O demônio faz tudo ao contrário: liga ao pecado a confiança, e à confissão a vergonha". 


Cuidado com o demônio mudo, muito cuidado com ele! Faz como o lobo: este toma a ovelha pelo pescoço, para que ela não possa gritar; e, segurando-a assim, a arrasta e a devora. Do mesmo modo age o demônio com certas almas: toma-as pela garganta, impedindo-as de declarar o seu pecado. e, por este meio, leva-as para o inferno. 

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