LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA
1. Não basta, para a atrição, o temor dos castigos temporais
que Deus inflige aos pecadores nesta vida; pois os teólogos dizem que, assim
como o castigo do pecado mortal é eterno, do mesmo modo o motivo do
arrependimento deve ser o temor das penas eternas.
2. No ato de atrição, não basta que nos arrependamos somente
de ter merecido o inferno; devemo-nos arrepender também DE TER OFENDIDO A DEUS,
merecendo por isso o inferno.
3. O Sacrossanto Concílio de Trento diz que o ato de atrição
deve ser acompanhado, não só da esperança do perdão, mas ainda da vontade de
não mais pecar. De modo que, se alguém se arrependesse das suas faltas por
causa do inferno que mereceu, ficando, porém, disposto a não deixar de pecar,
caso o inferno não existisse, uma tal dor de nada lhe serviria; torná-lo-ia
mais culpado ainda por causa da sua má vontade.
4. É preciso observar, além disso, que, ainda que a atrição,
como foi dito, baste para se obter a graça neste sacramento, o penitente,
confessando-se, deve juntar ainda assim ao ato de atrição o de contrição, tanto
para sua maior segurança, com para seu maior bem.
Caríssimos, no próximo post, se Deus quiser, falaremos mais
sobre a contrição e aí, comparando com a atrição teremos uma noção clara de ambas.
Mas, ou nos catecismos para os jovens, ou para as crianças, e até mesmo nos
retiros que já preguei, quase sempre ao falar da contrição e da atrição,
contava um exemplo como parábola. Embora ele seja mais próprio para as
crianças, peço permissão para contá-lo aqui para todos os caríssimos leitores.
Em se tratando de algo um tanto subtil, nunca é demais empregarmos todos os
recursos para se chegar a uma total clareza.
EXEMPLO QUE MOSTRA A DIFERENÇA ENTRE CONTRIÇÃO E ATRIÇÃO: O
Padre Giuseppe Mortarino, I. C., no seu livro "A PALAVRA DE DEUS EM
EXEMPLOS", conta às crianças a seguinte parábola: Dois jovens, irmãos, que
tinham a mãe enferma, foram mandados pelo pai à farmácia a fim de buscarem um
remédio. Mas na rua viram uma porção de jovens que iam atrás de um homem que
levava um urso. Aí os dois irmãos seguiram também o homem, para verem o urso
dançar, não pensando mais no remédio. Quando se lembraram, fizeram o mandado.
E, de volta para casa, dizia magoado um deles: "Ai de mim! que fizemos!
Agora estou com medo das pancadas que papai me dará". - O outro no entanto
exclamava com grande desgosto: Como fomos maus! Desgostamos papai, que é tão
bom!" Ao primeiro se parece o
pecador que se arrepende por temor dos castigos divinos (dor imperfeita ou
atrição). Ao outro se assemelha quem se arrepende por ter ofendido um Deus tão
bom (dor perfeita, ou contrição). É claro que toda comparação claudica. Mas
meditando nos detalhes que expusemos sobre a atrição, todos terão facilidade em
entender a atrição em seu pleno sentido. E agora, na próxima postagem sobre
este assunto, vamos dar maiores detalhes sobre a contrição, se Deus quiser.
Amém!
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