segunda-feira, 6 de março de 2017

COMO FAZER O EXAME DE CONSCIÊNCIA?

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA

O exame deve ser feito principalmente sobre os pecados que somos obrigados a confessar. Ora, segundo o Santo Concílio de Trento, é necessário confessar todos e cada um dos pecados mortais, de que houver lembrança depois de ter neles refletido convenientemente e com cuidado, mesmo que sejam secretos e cometidos somente por pensamento e desejo, assim como as circunstâncias que mudam a espécie de pecado.

Na verdade, há na confissão matéria necessária e matéria não necessária. Por exemplo os pecados mortais são matéria necessária; já os pecados veniais constituem matéria não necessária, embora seja louvável contar também os pecados veniais dos quais deve haver arrependimento. Depois falaremos mais sobre isto. Quanto as circunstâncias que mudam a espécie de pecado, darei apenas um exemplo para que todos possam entender: na confissão não bastaria dizer que pecou contra a castidade. Circunstâncias que mudam a espécie: por exemplo, se foi pecado solitário; e se foi com outrem tem que dizer se é casado(a)  (adultério) ou não, se é parente(incesto) ou não, se é consagrado(a) a Deus (sacrilégio) ou não; se é com pessoa do mesmo sexo (sodomia) ou não etc. Assim poderíamos dar exemplos em relação a outros mandamentos.

Caríssimos, se quereis fazer um exame conveniente, retirai-vos para qualquer lugar isolado ou para a igreja. De início, agradecer a Deus por ter esperado até este momento, e rogar-Lhe que faça conhecer a gravidade e o número dos pecados. Lembrar depois dos lugares em que estivemos, das pessoas com quem nos comunicamos, das leituras, dos divertimentos, das ocupações em que tivermos empregado depois da nossa última boa confissão. Devemos, também, refletir em todas a faltas que pudéssemos cometer por pensamentos, palavras e ações; é preciso examinar-nos particularmente sobre os pecados de omissão e sobre as obrigações do nosso estado como por exemplo: sacerdote, pai de família, magistrado, médico, advogado, comerciante etc.. Porque cada estado ou profissão tem obrigações próprias.  Mas para um exame mais exato e mais claro, quando se têm cometido diferentes espécies de pecados, é melhor pôr sob os olhos os mandamentos de Deus e da Igreja, e examinar quais as faltas em cada mandamento.

Quanto aos PECADOS VENIAIS, é bom confessá-los, visto que são também perdoados pela absolvição do confessor, mas não há obrigação disso, pois podemos obter a remissão da faltas veniais, como diz o Santo Concílio de Trento, por outros meios, seja fazendo atos de contrição ou de amor, seja recitando devotamente o Pai-Nosso.

Não havendo matéria certa depois da última confissão é preciso, se queremos receber a absolvição, acusar um pecado da vida passada, do qual se tem verdadeira contrição. Dir-se-á, por exemplo: Eu me acuso especialmente das faltas que outrora cometi contra a pureza (ou contra a caridade, ou contra a justiça, ou contra a obediência). Observem bem isto: o confessor não pode dar absolvição ao penitente que não apresentar pecados a absolver.


Assim, cada vez que uma pessoa piedosa se aproxima do tribunal da penitência, ser-lhe-á muito útil renovar, ao menos de modo geral, a confissão de uma falta notável da vida passada. Demais, é isto um ato de humildade muito agradável a Deus, e excelente meio de afastar toda a inquietação quanto à validade das suas confissões. Por não observar esta norma, muitas confissões são nulas. É claro que o confessor exorta a pessoa a fazer assim. Mas se ela não fizer, ele avisa que só lhe dará uma bênção. Então, para evitar este perigo (confissão nula), já no exame de consciência, se deve propor a confessar tal pecado mais grave da vida passada, excitando-se a uma viva dor desse pecado particular antes de chegar ao confessionário. Caríssimos, este conselho é da mais alta importância. Mas infelizmente não é compreendido ou desprezado por pessoas piedosas. 

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