LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA
Os Concílios: o de Laodiceia em 366, o de Rênes em 639, o de
Chalon em 644, o de Nantes em 656, o de Constantinopla em 692, o de Germânia em
735, o de Tours em 813, o de Paris em 820, o de Pavia em 850, etc., proclamavam
a instituição divina e a necessidade da confissão muitos séculos antes do 4º
Concílio de Latrão.
O Concílio de Germânia, reunido em 735, ordena que cada
coronel tivesse à sua disposição um padre para ouvir a confissão dos seus
soldados.
A história conserva os nomes de muitos confessores. Eis aqui
alguns; no século sétimo, Santo Ausberg, Arcebispo de Ruão, confessor do rei
Tierry I; São Wieron, Bispo de Ruremonde, confessor de Pepino, pai de Carlos
Martello. No século oitavo, Carlos Magno se confessava a Hildebrando, Arcebispo
de Colônia, e seu filho Luiz le Debonnaire a Santo Alderico, Bispo de Mans. No
10º século, o imperador Othon tinha por confessor Ulrico, Bispo de Augsburg. No
11º século, o Padre Estêvão, da diocese de Orleans, dirigia a consciência da
rainha Constança, mulher do piedoso rei Roberto.
Depois deste pequeno parêntese sobre os confessores de
algumas altas personalidades, passemos finalmente a falar sobre os Santos
Padres da Igreja. Aliás, vamos ouvir apenas alguns, porque, na verdade
constituem uma multidão esmagadora para os nossos adversários. S. Bernardo
(séc. XII) dizia: "De que serve confessar
parte de seus pecados e calar outra? Não são todos eles conhecidos de Deus?
Ousais, pois, ocultar alguma coisa àquele que ocupa o lugar de Deus em um tão
grande sacramento?" Santo Anselmo,
(séc. XI), dizia: "Descobri fielmente aos padres, por uma humilde confissão, toda as manchas da lepra que
tendes dentro de vós, e sereis purificados". São João Clímaco (séc. VI),
escrevia: "Nunca se ouviu dizer que os pecados declarados no sacramento da
penitência fossem divulgados. Deus assim determinou para que os pecadores não se
afastassem por isso da confissão,
ficando privados da única esperança de salvação que lhes resta". No séc.
V. S. Leão, numa carta dirigida aos bispos de Campanha, protesta energicamente
contra o abuso da confissão pública: "basta descobrir aos padres, por uma confissão secreta, os pecados de que se acha
carregada a consciência". Santo Agostinho, falecido em 430, dizia:
"Não basta confessar a Deus, é preciso confessar-se àqueles que receberam
d'Ele o poder de ligar e desligar". S. João Crisóstomo (+ 407) falava da
confissão nos mesmos termos em que os Padres falam em nossos dias: "O
padre coloca seu trono no céu, e é de lá que exerce seu julgamento. Quem disse
isso? o próprio Rei do Céu: - tudo que ligardes na terra será ligado no
céu. Que há comparável a esta honra? O céu empresta à terra as suas decisões. O
Juiz acha-se aqui em baixo, e o Senhor obedece ao seu ministro e ratifica o
julgamento que este faz." E fazendo alusão aos Sacerdotes da Antiga Lei,
que não faziam senão certificar a cura dos leprosos, sem os curar, o mesmo
santo dizia: "Não é a lepra do corpo, é a da alma que os padres da Nova
Lei curam. Não é o direito de julgar da cura que eles exercem, mas o de curar".
Nenhum comentário:
Postar um comentário