LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA
S. Basílio (+ 380) em termos formais diz: "Consideramos
como obrigatório para todos a confissão dos pecados àqueles a quem confiada a
dispensa dos mistérios de Deus".
Santo Ambrósio (+ 397) diz: "Uma humilde confissão é a melhor
defesa que o pecador pode fazer. É chorando por nossas faltas cometidas que
escaparemos à pena eterna, que seria inevitável se procurássemos
justificá-las".
Santo Agostinho (+ 430), comentando esta passagem dos Salmos
"Entrai pela porta que conduz a
Deus, pela confissão" (In Ps. 97) diz: "Por estas palavras o
profeta declara que ninguém pode chegar à porta da misericórdia de Deus, senão
pela confissão de seus pecados. O começo das boas obras é a confissão das
más".
Tertuliano (+ 216), célebre escritor eclesiástico, já dizia:
"Alivia-se o peso dos pecados confessando-os, tanto quanto se os agrava ocultando-os.
A confissão é um começo de satisfação; a dissimulação é um ato de revolta...
Vale, pois, mais vos condenardes ocultado vossos pecados do que vos salvardes
confessando-os?... A confissão vos causa temor? Pensai nas chamas do inferno
que a confissão extinguirá para vós. Refleti na enormidade do castigo para não
mais hesitardes quanto à adoção do remédio".
O célebre e seguro autor espiritual Mons. Gaume diz que a
confissão foi sempre considerada como o único meio para se obter o perdão dos
pecados.
Caríssimos, é mesmo impossível que haja um outro meio de
perdão. Com efeito, se houvesse na religião outro meio além da confissão, para
se restabelecer na graça de Deus; se bastasse, por ex., humilhar-se em sua
presença, jejuar, orar, dar esmolas, declarar-lhe sua falta no íntimo do
coração, que aconteceria? Que ninguém mais se confessava. Pois quem seria
bastante simples para ir solicitar, com um tom suplicante, aos pés de um homem,
uma graça que poderia facilmente obter sem ele, e contra a sua vontade? Então
que seria da confissão estabelecida pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo (Cf.
S. João, XX, 21 a 23). - Cairia em
desuso e ficaria sem efeito no mundo. Que seria do magnífico poder que Ele deu
aos seus ministros de perdoar ou reter os pecados? Não é evidente que este
poder tão admirável e divino tornar-se-ia um poder ridículo e completamente
irrisório visto que nunca teriam de exercê-lo? Assim, ou há obrigação para
todos os pecadores confessarem seus pecados ao padre, ou então Jesus Cristo
zombou de seus ministros dizendo-lhes: os
pecados serão perdoados a quem os perdoardes, etc. E teria igualmente zombado deles quando lhes disse: dar-vos-ei as chaves do reino dos céus (S.
Mateus, XVI, 19). De que lhes serviria ter as chaves do céu se nele se pudesse
entrar sem que fosse aberto pelo seu ministério?
Mas, não falte quem pergunte: Padre, mas a contrição
perfeita não perdoa o pecador na hora? Respondo: é verdade! Mas é necessário
estar lembrado que não se faz um ato de contrição perfeita sem que ao mesmo
tempo tenha o desejo da confissão. Ademais
devemos dizer que ninguém é bom juiz em causa própria: quem tem segurança de
ter conseguido obter uma contrição verdadeiramente perfeita? Com a confissão é
segurança é muito maior, porque com a absolvição basta o penitente ter a
contrição imperfeita, ou também chamada atrição. É muito mais fácil alguém se
arrepender meditando no inferno que mereceu e no céu que perdeu, do que se
arrepender sendo movido unicamente pela ofensa feita ao Sumo Bem e Benfeitor,
nosso Pai que nos amou de tal modo que nos deu o seu próprio Filho, isto é, arrepender-se tendo como motivo o amor de Deus. Contudo, caríssimos, é sumamente louvável que
procuremos sempre ter a contrição perfeita, mas o próprio Espírito Santo,
sabendo da nossa fraqueza, aconselha-nos a meditar em nossos novíssimos:
"Meditai nos vossos novíssimos e não pecareis jamais".
Como devemos estar sempre no estado de graça, devemos
meditar assiduamente na Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo! Procurar
em todas as ocasiões fazer atos perfeitos de amor a Deus.
Quero lembrar outra verdade importantíssima: Se formos
confessar levando no coração o ato de contrição perfeita é certo que a
purificação da alma é muito maior, neste sentido que também ficam perdoadas as
penas temporais justamente segundo o grau do amor a Deus. O fogo do amor de
Deus purifica mais que o fogo do purgatório, pelos merecimentos infinitos de
Nosso Senhor Jesus, merecimentos estes que as almas do Purgatório não têm mais
à sua disposição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário