LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA
Parte superior: representação da alma no estado de graça. Na parte inferior: representação da alma em pecado mortal. |
Basta meditarmos que a alma em estado de graça é morada do
próprio Deus!!! "A Trindade Santíssima, diz o sábio Cornélio a Lápide,
habita pessoal e substancialmente na alma em estado de graça, e nela permanece
como em seu templo, enquanto esta alma se mantém em estado de graça".
O Espírito Santo fez ver um dia a Santa Teresa d'Ávila a
Santíssima Trindade presente e viva em sua alma. "Eu vi distintamente em
minha alma, disse ela, as três pessoas divinas, e compreendi o sentido destas
palavras de Jesus Cristo: As três pessoas divinas habitarão na alma que vive em
estado de graça".
Esta grande verdade é afirmada pelo próprio Jesus Cristo
claramente nas Sagradas Escrituras: "Se
alguém me ama, meu Pai o amará também, e nós viremos a ele e nele faremos
morada". (S. João XIV, 23). E São Paulo diz o mesmo: "O amor de Deus foi difundido em nossos
corações pelo Espírito Santo, que habita em nós" (Rom. V, 5). E, coisa
admirável! se ele habita em nós, nós também habitamos n'Ele. "Aquele que
habita nos céus, diz Santo Anselmo, Aquele que reina sobre os anjos, Aquele
diante do qual se inclinam a terra e os céus com tudo que eles encerram, Aquele
mesmo dá-se a nós para ser nossa morada". Pois, aquele que está no amor,
quer dizer, em estado de graça, está em Deus, e Deus está nele, como atesta a
palavra divina na primeira Epístola de S. João IV, 16.
Caríssimos, que tristeza nos causa ver o pecado mortal, qual
terrível incêndio, destruir este palácio da graça em nossa alma!!! Mas, por
outro lado, quão maravilhoso é, ver o poder da absolvição levantar novamente
das ruínas, este palácio!!!
São Filipe Neri dizia um dia a um dos seus discípulos:
"Oh! meu filho, como vossa fisionomia está nojenta"! O moço
compreendeu, e apressou-se a ir confessar-se. Quando voltou, seu bom pai lhe
disse: "Agora estais belo, meu filho; eis aí como vos amo!"
São José Cupertino dizia ao criado de um cardeal: "Como!
meu filho, tu serves a um tão nobre senhor, e não tens vergonha de sair com uma
aparência tão imunda?. Vai, pois, lavar-te" O homem foi imediatamente confessar-se;
depois voltou para junto do santo, que, abraçando-o, disse: "Meu filho,
agora eis que te vejo formoso; ainda há pouco estavas horrível!"
São Bernardo tinha razão em dizer: "Amai a confissão, é ela
que nos torna agradáveis aos olhos de Deus, quando é feita com verdadeira dor
dos pecados. Amai a confissão, se amais a beleza da vossa alma".
Santo Agostinho já tinha dito: "Se quereis realçar em
beleza, confessai-vos; sois disforme, confessai-vos para vos tornardes belo;
sois pecador, confessai-vos para vos tornardes justo".
Certa vez um jovem já ia entrando na sacristia onde estava o
Padre Pio, e este disse-lhe: "Afasta-te daqui, porco!". O moço sai
correndo e tremendo. Mas foi meditar no porquê daquela palavra
"porco". E, tocado pela graça, reconheceu que ele, pelos pecados que
trazia na alma, era verdadeiramente um porco, em certo sentido, bem pior,
porque sua sujeira era culposa e na alma. Voltou e pediu confissão ao Padre Pio
que o acolheu com toda bondade. E no fim disse-lhe o grande santo: "Vai em
paz, você é belíssimo, és filho de Deus!"
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