terça-feira, 13 de dezembro de 2016

CONFISSÃO NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTOS

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA

Antes da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo a confissão existia mas não como sacramento, porque todos os Sacramentos foram instituídos pelo Divino Salvador. No Antigo Testamento existia, mas apenas como meio dado ao pecador para obter o seu perdão. Para se livrar da confissão seria, pois, preciso abafar a voz da natureza; ela clama a todos os culpados que não há perdão sem arrependimento e não há arrependimento sem acusação da falta cometida. Quem não reconhece sua falta e a confessa é porque dela não se arrepende. E assim, não pode ser perdoado.

Adão e Eva foram os primeiros pecadores e os primeiros penitentes; eles se confessaram, desculpando-se, é verdade, mas nisso eles fizeram o que fazem ainda tantos cristãos que se acusam lançando a culpa sobre os outros. Adão disse: "a mulher que Vós me destes por companheira apresentou-me o fruto da árvore proibida e eu comi. Eva disse: " a serpente me enganou e eu comi" - Eu comi, eis aí a confissão. (Cf. Gênesis III, 12).

Davi confessou sua culpa ao profeta Natan: "Eu pequei" (2 Reis XII, 13).

O filho pródigo, apresentado por Jesus Cristo como modelo de arrependimento, acusa seus erros dizendo: meu pai, eu pequei contra o céu em vossa presença (S. Lucas XV, 18). O bom ladrão na cruz fez uma confissão pública: "quanto a nós recebemos o que mereceram as nossas obras" (S. Lucas, XXIII, 41).

A confissão era formalmente prescrita pela Lei Mosaica: "Anunciai isto aos filhos de Israel  -  disse o Senhor a Moisés  - quando um homem ou uma mulher cometerem um dos pecados que acontecem de ordinário aos homens, eles confessarão a falta que cometeram" (Num. LV).  Estas últimas palavras: "as faltas que cometeram" demonstram evidentemente uma confissão particular e bem determinada. Esta confissão devia-se fazer ao sacerdote como atestam o Levítico capítulo V, e a tradição judaica; fazia-se ao ouvido do sacerdote e não era conhecida senão por ele.


"Quando Jesus Cristo veio ao mundo, diz um autor, ele achou a confissão estabelecida e, impondo aos fiéis a obrigação de se confessar, não deu uma lei nova, não fez senão confirmar e aperfeiçoar uma lei já existente, ele que veio, não destruir a lei, mas aperfeiçoá-la (S. Mateus V, 17). Algo semelhante ao que aconteceu com o matrimônio. Assim como Jesus Cristo elevou o matrimônio à dignidade de sacramento, também elevou a confissão à mesma dignidade, ligando-lhe graças especiais, tornando-a parte essencial do sacramento da penitência. É isto que explica porque o preceito da confissão não excitou murmuração alguma entre os judeus e os gentios. Estavam habituados; nada lhes parecia mais natural; uma tradição constante e universal fazia sentir a necessidade indispensável da confissão". 

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