Introdução: A Santa Madre Igreja tem algum poder para determinar a matéria e a forma nos sacramentos. Não tem, porém, nenhum poder de mudar substancialmente aquelas coisas que o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo determinou "in specie". A Santa Igreja diz com São Paulo: "Eu recebi do Senhor o que também vos ensinei a vós". Constituem a "forma" de consagrar o pão e o vinho, as palavras com as quais Nosso Senhor Jesus Cristo na última Ceia consagrou e instituiu este sacramento. Mas entre as palavras que Nosso Senhor usou, além das essenciais, há também outras. Cabe à Igreja indicar quais são as palavras essenciais na consagração do pão e também do vinho. É o que vamos estudar neste post. Antes se faz mister saber exatamente o que quer dizer "palavras essenciais da consagração". Palavras essenciais da consagração na Missa são todas e somente aquelas que significam completa e perfeitamente o que se realiza na consagração, ou seja, o presença do Corpo e do Sangue de Cristo. Isto significa que, se um celebrante omitir ou mudar substancialmente uma só destas palavras, ele não consagra validamente. As outras palavras, (além das essenciais), ou as que vêm antes ou depois, não são requeridas essencial e necessariamente para que haja consagração. São, no entanto, por preceito da Santa Igreja, obrigatórias. Portanto, o celebrante que voluntariamente as omitisse, celebraria validamente, porém, ilicitamente, e assim cometeria pecado grave.
Para não deixar qualquer dúvida, devemos observar que a Santa Madre Igreja, no que se refere à Fé, segue sempre a Nosso Senhor Jesus Cristo: o que ensina de maneira infalível para toda à Igreja haure em Nosso Senhor através das Sagradas Escrituras e da Tradição.
Forma da Consagração do pão: "Hoc est (enim) corpus meum", "Isto é (pois) o meu corpo". Com exceção do "enim", "pois", as outras palavras são essenciais.
Forma da Consagração do vinho: ""Hic est (enim) calix sanguinis mei, novi et aeterni testamenti: mysterium fidei: qui pro vobis et pro multis effundetur in remissionem peccatorum". "Este é, (pois) o cálice do meu sangue, do novo e eterno testamento - mistério de fé - que será derramado por vós e por muitos em remissão dos pecados".
Pois bem, destas palavras, as essenciais são: "Hic est calix sanguinis mei", ou "Hic est sanguis meus".
Em relação às palavras essenciais na "forma" da consagração do pão, "Hoc est corpus meum", todos os teólogos concordam unanimemente.
Em relação, porém, às palavras essenciais na "forma" da consagração do vinho há divergência entre eles. Há os que afirmam serem essenciais apenas estas palavras: "Hic est calix sanguinis mei". (1ª opinião). Alguns teólogos são de opinião que as palavras restantes da consagração do vinho são também essenciais.(2ª opinião)
Estes teólogos tentam prová-lo com o seguinte argumento: Jesus Cristo fez a transubstanciação para que fosse também sacrifício: por isso a transubstanciação não se realiza simplesmente para que Cristo se torne presente no altar (sacramento) mas também e primariamente, para que Ele próprio seja oferecido e imolado pela salvação dos homens.(sacrifício). Ora, na forma da consagração ou do pão ou do vinho devem haver algumas palavras que signifiquem que Cristo se tornou presente em vítima sacrifical. Logo, estas palavras: novi et aeterni testamenti, mysterium fidei, qui pro vobis et pro multis effundetur in remissionem peccatorum", são palavras essenciais, na consagração do vinho.
E estes teólogos acrescentam que todas estas palavras ou são tiradas das Sagradas Escrituras, ou no-las ensinou a Sagrada Tradição que é a intérprete e guardiã da verdade católica.
E estes teólogos pretendem se basear em Santo Tomás de Aquino, S. T. 3, q. 78, a. 3.
Na verdade, até hoje a Santa Igreja não definiu a questão mas a resolveu na prática: Para que o sacramento não corra perigo de nulidade, obrigou sob pena de pecado mortal que estas palavras destacadas no forma da consagração do vinho, sejam pronunciadas na íntegra.
Observação: Os Manuais de Teologia Dogmática (Hervé) e de Teologia Moral (Noldin) adotados por D. Antônio de Castro Mayer em nosso Seminário, defendem ambos a primeira opinião. E citam outros vários teólogos de peso.
Os argumentos destes teólogos parecem-me irrefutáveis: 1) Primeiro desfazem a argumentação acima enunciada pelos teólogos da segunda opinião: Pelo próprio fato de o Sangue ficar, em virtude das palavras, separado do corpo, já suficientemente é significada a sua efusão e virtude para a remissão dos pecados. Portanto, as palavras da consagração que significam tudo isto, não são necessárias para que o Sangue de Jesus se torne presente.
Segundo muitos autores de grande autoridade, estas palavras: "novi et aeterni testamenti... remissionem peccatorum" embora não pertençam à essência da forma, pertencem, no entanto à integridade e perfeição da forma.
Outros argumentos para provar a primeira opinião, ou seja, aqueles que afirmam serem palavras essenciais na forma da consagração do vinho, apenas estas: "Hic est calix sanguinis mei":
a) Nenhum dos autores sagrados referem aquelas palavras na íntegra.
b) Aquelas palavras da consagração: "novi et aeterni testamenti: mysterium fidei; qui pro vobis et pro multis effundetur in remissionem peccatorum", na verdade, não se encontram nas formas de outras liturgias, principalmente orientais, e que são aprovadas pela Igreja e reconhecidas como válidas. E a Igreja não tem o poder de subtrair nenhuma palavra de Jesus que seja essencial. Em algumas liturgias faltam algumas destas palavras; em outras são todas omitidas.
c) Com toda certeza São Paulo conscreveu uma fórmula válida (Cf. 1Cor. XI, 25). Ora, o Apóstolo não refere estas palavras, o que teria feito, caso fossem essenciais. Logo...
d) Os teólogos que seguem a segunda opinião querem se basear em Santo Tomás de Aquino. Lendo, porém o Doutor Angélico vemos que ele em S.T. 3, q. 78, a. 3 não fala de palavras essenciais mas de palavras que pertencem à substância da forma, pertencem portanto, à integridade, não à essência. E Santo Tomás conclui: "Todas as palavras referidas são da substância da forma. Mas as primeiras: "Hic est calix sanguinis mei", significam a mesma conversão do vinho no sangue".
Por isso diz o célebre teólogo Arregui, S. J.:"Segundo uma sentença comum e moralmente certa, Santo Tomás no local citado, fala da substância da forma referindo-se não à sua essência mas à sua integridade.
e) Dizer que todas as palavras da consagração do vinho são essenciais porque são tiradas das Sagradas Escrituras, não é por si só argumento. Pois, São Lucas XXII, 19 e São Paulo 1 Cor. XI, 24, além das palavras Hoc est corpus meum, trazem estas: "quod pro vobis datur, tradetur". No entanto a Santa Igreja não inclui estas palavras na forma da consagração do pão. E o teria feito, caso estas palavras fossem essenciais. Logo...
Para não deixar qualquer dúvida, devemos observar que a Santa Madre Igreja, no que se refere à Fé, segue sempre a Nosso Senhor Jesus Cristo: o que ensina de maneira infalível para toda à Igreja haure em Nosso Senhor através das Sagradas Escrituras e da Tradição.
Forma da Consagração do pão: "Hoc est (enim) corpus meum", "Isto é (pois) o meu corpo". Com exceção do "enim", "pois", as outras palavras são essenciais.
Forma da Consagração do vinho: ""Hic est (enim) calix sanguinis mei, novi et aeterni testamenti: mysterium fidei: qui pro vobis et pro multis effundetur in remissionem peccatorum". "Este é, (pois) o cálice do meu sangue, do novo e eterno testamento - mistério de fé - que será derramado por vós e por muitos em remissão dos pecados".
Pois bem, destas palavras, as essenciais são: "Hic est calix sanguinis mei", ou "Hic est sanguis meus".
Em relação às palavras essenciais na "forma" da consagração do pão, "Hoc est corpus meum", todos os teólogos concordam unanimemente.
Em relação, porém, às palavras essenciais na "forma" da consagração do vinho há divergência entre eles. Há os que afirmam serem essenciais apenas estas palavras: "Hic est calix sanguinis mei". (1ª opinião). Alguns teólogos são de opinião que as palavras restantes da consagração do vinho são também essenciais.(2ª opinião)
Estes teólogos tentam prová-lo com o seguinte argumento: Jesus Cristo fez a transubstanciação para que fosse também sacrifício: por isso a transubstanciação não se realiza simplesmente para que Cristo se torne presente no altar (sacramento) mas também e primariamente, para que Ele próprio seja oferecido e imolado pela salvação dos homens.(sacrifício). Ora, na forma da consagração ou do pão ou do vinho devem haver algumas palavras que signifiquem que Cristo se tornou presente em vítima sacrifical. Logo, estas palavras: novi et aeterni testamenti, mysterium fidei, qui pro vobis et pro multis effundetur in remissionem peccatorum", são palavras essenciais, na consagração do vinho.
E estes teólogos acrescentam que todas estas palavras ou são tiradas das Sagradas Escrituras, ou no-las ensinou a Sagrada Tradição que é a intérprete e guardiã da verdade católica.
E estes teólogos pretendem se basear em Santo Tomás de Aquino, S. T. 3, q. 78, a. 3.
Na verdade, até hoje a Santa Igreja não definiu a questão mas a resolveu na prática: Para que o sacramento não corra perigo de nulidade, obrigou sob pena de pecado mortal que estas palavras destacadas no forma da consagração do vinho, sejam pronunciadas na íntegra.
Observação: Os Manuais de Teologia Dogmática (Hervé) e de Teologia Moral (Noldin) adotados por D. Antônio de Castro Mayer em nosso Seminário, defendem ambos a primeira opinião. E citam outros vários teólogos de peso.
Os argumentos destes teólogos parecem-me irrefutáveis: 1) Primeiro desfazem a argumentação acima enunciada pelos teólogos da segunda opinião: Pelo próprio fato de o Sangue ficar, em virtude das palavras, separado do corpo, já suficientemente é significada a sua efusão e virtude para a remissão dos pecados. Portanto, as palavras da consagração que significam tudo isto, não são necessárias para que o Sangue de Jesus se torne presente.
Segundo muitos autores de grande autoridade, estas palavras: "novi et aeterni testamenti... remissionem peccatorum" embora não pertençam à essência da forma, pertencem, no entanto à integridade e perfeição da forma.
Outros argumentos para provar a primeira opinião, ou seja, aqueles que afirmam serem palavras essenciais na forma da consagração do vinho, apenas estas: "Hic est calix sanguinis mei":
a) Nenhum dos autores sagrados referem aquelas palavras na íntegra.
b) Aquelas palavras da consagração: "novi et aeterni testamenti: mysterium fidei; qui pro vobis et pro multis effundetur in remissionem peccatorum", na verdade, não se encontram nas formas de outras liturgias, principalmente orientais, e que são aprovadas pela Igreja e reconhecidas como válidas. E a Igreja não tem o poder de subtrair nenhuma palavra de Jesus que seja essencial. Em algumas liturgias faltam algumas destas palavras; em outras são todas omitidas.
c) Com toda certeza São Paulo conscreveu uma fórmula válida (Cf. 1Cor. XI, 25). Ora, o Apóstolo não refere estas palavras, o que teria feito, caso fossem essenciais. Logo...
d) Os teólogos que seguem a segunda opinião querem se basear em Santo Tomás de Aquino. Lendo, porém o Doutor Angélico vemos que ele em S.T. 3, q. 78, a. 3 não fala de palavras essenciais mas de palavras que pertencem à substância da forma, pertencem portanto, à integridade, não à essência. E Santo Tomás conclui: "Todas as palavras referidas são da substância da forma. Mas as primeiras: "Hic est calix sanguinis mei", significam a mesma conversão do vinho no sangue".
Por isso diz o célebre teólogo Arregui, S. J.:"Segundo uma sentença comum e moralmente certa, Santo Tomás no local citado, fala da substância da forma referindo-se não à sua essência mas à sua integridade.
e) Dizer que todas as palavras da consagração do vinho são essenciais porque são tiradas das Sagradas Escrituras, não é por si só argumento. Pois, São Lucas XXII, 19 e São Paulo 1 Cor. XI, 24, além das palavras Hoc est corpus meum, trazem estas: "quod pro vobis datur, tradetur". No entanto a Santa Igreja não inclui estas palavras na forma da consagração do pão. E o teria feito, caso estas palavras fossem essenciais. Logo...
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