domingo, 2 de agosto de 2020

O GRANDE REMÉDIO DO ESCRÚPULO

O grande remédio do escrúpulo é a obediência ao confessor. Mas a tentação mais comum dos escrupulosos é justamente não obedecer ao confessor.

    Na verdade, o demônio costuma embaraçar as almas escrupulosas inspirando-lhes o temor de pecar, se fizerem o que diz o confessor. É preciso vencer esta tentação, ou, melhor dizendo é preciso vencer estas vãs apreensões. Desde que o confessor aconselhe alguma coisa, todos os doutores e todos os mestres da vida espiritual ensinam, comumente, que é preciso vencer o escrúpulo e obedecer. Aquele que obedece caminha sempre seguro. "Nunca um verdadeiro obediente se perdeu", diz S. Francisco de Sales. E acrescenta: "É preciso contentar-se com saber que se pratica o bem obedecendo ao pai espiritual, sem indagar as razões". Um padre dizia: "Mesmo quando o confessor se enganasse, o penitente não se engana obedecendo e caminha com segurança".

   É ao confessor que compete decidir se uma pessoa é escrupulosa ou não. Todos os escrupulosos  pretendem que seus escrúpulos não são escrúpulos, mas verdadeiros pecados. O demônio os engana assim para tornar-lhes odiosa a vida espiritual, para fazê-los abandonar a oração, a comunhão, para conduzi-los pelo caminho largo, e mesmo para fazê-los perder a cabeça. Também, uma pessoa escrupulosa que não obedece, está perdida.

Eis aí porque os teólogos ensinam que, quando um confessor ordena agir com liberdade e vencer seus escrúpulos, não somente se pode, mas mesmo se deve obedecer. Demais São João da Cruz declara que "não crer na decisão do confessor, é orgulho e falta de fé". É isto que o escrupuloso deve temer, e não imaginários pecados.

O Padre Tanquerey, grande teólogo, fala sobre os inconvenientes do escrúpulo: "1º - Quando alguém tem a desdita de se deixar dominar pelos escrúpulos, são deploráveis os efeitos que eles produzem no corpo e na alma. Vamos resumir:

a) Enfraquecem gradualmente e desequilibram o sistema nervoso: os temores, as angústias incessantes exercem uma ação deprimente sobre a saúde do corpo; podem converter-se numa verdadeira obsessão.

b) Cegam o espírito e falseiam o juízo: perde-se pouco a pouco, a faculdade de discernir o que é pecado do que não o é; o que é grave do que é leve.

c) A indevoção do coração é muitas vezes consequência do escrúpulo; à força de viver na agitação e confusão torna-se o escrupuloso medonhamente egoísta, entra a desconfiar de toda gente, até de Deus, que começa a olhar como demasiado severo; queixa-se de que o Senhor nos deixe nesse infeliz estado, acusa-o injustamente: é evidente que a verdadeira devoção, em tal estado, é impossível.

d) Vêm por fim os desfalecimentos e as quedas. O escrupuloso gasta as energias em esforços inúteis sobre ninharias, e depois já não tem força para lutar em pontos de grande importância. Daí vem os desfalecimentos. E não encontrando alívio na piedade, vai procurá-la noutras partes, o que, às vezes, é perigoso.

O escrupuloso deve rezar pedindo a Deus a cura desta doença espiritual. Neste ínterim, Deus quer que a alma tire algum proveito: Deve aceitar este sofrimento como uma provação. Assim deve aproveitá-lo para purificar a alma e deve chegar a uma grande pureza de coração. Também ajuda na aquisição da humildade e da obediência. O escrupuloso se corrigindo tem facilidade de chegar a possuir uma consciência delicada, o que é um grande dom de Deus.  Amém!

 

 

 

O GR

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