SENTENÇA: "Jesus Cristo, sendo rico, se fez pobre por vós, a fim de que vós
fôsseis ricos pela sua pobreza" (II Cor VIII, 9).
REFLEXÕES: Jesus Cristo é o Filho Eterno do Pai
Eterno. É o Verbo de Deus. "Todas as
coisas foram feitas por Ele" (Jo I, 2). Quem mais rico do que o
Criador do Céu e da Terra? Não ganhou, mas CRIOU todas as riquezas, todo ouro e
toda pedra preciosa. No entanto, quem mais pobre do que Jesus? E pobre por
escolha: sendo o mais rico, QUIS ser o mais pobre: nasceu pobre, viveu mais
pobre, morreu paupérrimo, e foi sepultado num túmulo emprestado.
Mas, por que
assim quis? Para nos dar a verdadeira riqueza que está no Céu, que é Deus, o
Sumo Bem. Não procuremos os bens, mas o Bem, a fonte de todos os bens. Mas,
hoje muitos pregam a Jesus, mas não o Jesus pobre, não o Jesus que disse: "Não podeis seguir a Deus e as
riquezas", não o Jesus que é sempre o mesmo, mas um Jesus que deve ser
adaptado aos tempos modernos onde o dinheiro seria a única solução, inclusive
para a Igreja.
O Jesus
verdadeiro não tinha dinheiro: teve que fazer um milagre para que Pedro
recebesse da boca de um peixinho a moeda para pagar o tributo do seu Templo, da
Casa de Seu Pai Eterno. O Jesus dos Evangelhos não espoliou suas ovelhas; deu
sim sua vida por elas. Foi tratado por aqueles que veio resgatar, como um homem
que não tinha direitos. Veio para servir e não para ser servido. Desceu do Seio
do Pai Eterno, dos esplendores do Céu para buscar a ovelhinha tresmalhada da
Humanidade pecadora. Atraiu-nos, não pela pompa, mas pela doçura, mansidão e
humildade. "Aprendei de mim que sou
manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas" (Mt
XI, 29).
EXEMPLO: Depois do século X, "século de
ferro", a humanidade estava em disputas pelo dinheiro e pelas honras.
Muitas pessoas da Igreja também envolvidas pelas paixões da cobiça e da
avareza. O crucifixo da capela de S. Damião em Assis, na Itália, milagrosamente
falou a um jovem rico que abandonara tudo para seguir a Jesus pobre: "Vai,
Francisco, ressoou a voz, restaura a minha Igreja que ameaça ruína!". E
Francisco de Assis fê-lo fundando a Ordem dos Frades Menores e, com Santa Clara
de Assis, a Ordem feminina. E o
fundamento da Regra de sua Ordem era a POBREZA EVANGÉLICA. Eis apenas uma
demonstração de seu amor pela pobreza: S. Francisco havia saído. Os seus
frades, para a refeição cobriram com uma bela toalha a mesa do refeitório e
nela puseram copos em vez das costumeiras tigelas de barro. Chegou Francisco, e
vendo todos aqueles preparativos, tornou a sair para fora, sem ser visto; pôs
um velho chapéu ali deixado em terra por um mendigo, e, tomando um bastão,
voltou a bater à porta, dizendo: "Pelo
amor do Senhor Jesus dai esmola a este pobre peregrino!". O frade
porteiro o recebeu. Os frades já estavam à mesa. Chegando no refeitório, todos
o reconheceram, mas nenhum se deu por achado. O pretenso mendigo sentou-se no
chão e pôs-se a comer a sopa e um pedaço de pão seco. Ninguém abriu a boca, mas
nenhum conseguiu engolir um bocado: como podiam eles estar sentados em volta de
uma mesa "elegantemente" posta, enquanto o mestre Francisco, como uma
borralheira, lá estava a um cantinho, com a tigela nos joelhos? Os frades não
se puderam conter: alguns puseram-se a chorar, e todos se levantaram e foram
pedir perdão ao seu pai espiritual. Amém!
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