sábado, 22 de junho de 2019

UNIÃO DO NOSSO CORAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA
22º dia de junho

Meditamos sobre a Comunhão, e logo pensamos na união do nosso coração ao Coração de Jesus.
Iniciemos nossa meditação com a belíssima explanação feita por S. João Eudes: "Jesus Filho de Deus e filho do homem... não sendo somente nosso Deus, nosso Salvador e soberano Senhor; mas mesmo, sendo nossa cabeça e nós os seus membros e seu corpo, diz S. Paulo, osso de seus ossos, e carne de sua carne (Ef 5, 30) e, por conseguinte, estando unidos a ele pela união mais íntima que possa existir, tal a dos membros à cabeça; unidos a ele espiritualmente pela fé e pela graça que nos deu no santo batismo; unidos a ele corporalmente pela união do seu santíssimo corpo com o nosso na santa Eucaristia, segue-se daí necessariamente que, como os membros são animados do espírito da cabeça e vivem de sua vida, assim também devemos estar animados do espírito de Jesus Cristo, viver de sua vida, caminhar em suas veredas, revestir-nos de seus sentimentos e inclinações, fazer todas as nossas ações nas disposições e intenções com que ele faz as suas, em uma palavra, continuar a realizar a vida, a religião e a devoção que ele exerceu sobre a terra" (Reinado de Jesus, parte II).

Realmente não pode existir união mais íntima, união significada por São Paulo em várias passagens: "Revesti-vos de Jesus Cristo" (Rom. XIII,14); "Revesti-vos do homem novo" (Ef. IV, 24); Animai-vos dos sentimentos que animam a Jesus Cristo" (Fil. II, 5)

Caríssimos, ouçamos a Santa Margarida Maria escrevendo a uma visitandina de Moulins: "É preciso, que nos consumamos todas nessa fornalha ardente do Sagrado Coração do nosso adorável Mestre... e depois de termos lançado o nosso coração, todo cheio de corrupções, nas chamas divinas do puro amor, aí devemos tomar um outro, novo, que nos faça viver para o futuro de uma vida renovada... é preciso que esse divino Coração de Jesus tome de tal modo o lugar do nosso, que só ele viva e atue em nós e por nós, que sua vontade mantenha a nossa por tal forma aniquilada, que possa agir sem resistência alguma da nossa parte; enfim, que seus afetos, pensamentos e desejos tomem o lugar dos nossos, mas principalmente o seu amor, que se amará a si mesmo em nós e por nós" (Obras, t. II, p. 468).

O mesmo ensina o Beato Padre Olier em sua belíssima oração tão conhecida, apreciada e rezada por muitos: "Ó Jesus, vivendo em Maria, vinde e vivei em nós, com o vosso espírito de santidade, na plenitude do vosso poder, na perfeição de vossas veredas, na verdade de vossas virtudes, na comunhão de vossos divinos mistérios; dominai em nós todas as forças inimigas, na virtude de vosso Espírito e para a glória de vosso Pai".

Que o Santíssimo Coração de Jesus reproduza no nosso pobre coração as suas virtudes: a humildade de sua Encarnação, a pobreza de seu nascimento, o recolhimento e retiro dos seus trinta anos de vida oculta, o zelo de sua vida pública, a generosidade de sua imolação e o fervor de suas orações. Deus Pai verá assim em nós, a imagem fiel, de seu divino Filho em quem pôs todas as suas complacências. Deus se comprazerá em ver o nosso coração tão unido ao Sacratíssimo Coração de seu Filho como um só coração, assim como a nossa vontade tão conformada a de Jesus como se visse só a de Seu Filho. Quão desejável esta íntima união nossa com Jesus! Pois assim o Pai verá o próprio Jesus cobrindo-nos, envolvendo-nos, escondendo-nos em si, Jesus animando-nos, movimentando-nos, agindo em nós e por nós.


Na verdade, Jesus ama cada um de nós com um amor inefável e esse amor faz com que Ele se mantenha unido a todos por uma união que deseja tornar cada vez mais estreita, cada vez mais perfeita. Devemos ver Jesus no nosso coração e o nosso coração no Coração de Jesus. Pela comunhão feita com todas as devidas disposições, é certo que somos transformados em Jesus, nossa vida é a vida de Jesus, nosso coração está transformado no Coração de Jesus e, como São Paulo, podemos dizer no momento bendito e inefável da sagrada comunhão: "Eu vivo, mas, na verdade, não sou eu quem vive, é Jesus quem vive em mim" (Gál. II, 20). Parafraseando: Meu coração bate, mas, na verdade, não é mais o meu, é o Coração de Jesus que bate em meu peito. Amém!

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