Leituras: Epístola de São Paulo Apóstolo aos Romanos 6, 3-11.
Continuação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos 8, 1-9:
"Naquele tempo, estava com Jesus uma grande multidão, e não tinha o que comer. Jesus chamou os discípulos e lhes disse: Tenho compaixão deste povo: porque já estão comigo há três dias e não têm o que comer. Se eu os mandar em jejum para as suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns vieram de longe. Seus discípulos responderam-Lhe: De onde poderá alguém fartá-los de pão, aqui no deserto? Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendes? Responderam: sete. Então Ele ordenou à multidão que se assentasse no chão. E tomando os sete pães, deu graças, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que distribuíssem ao povo. Havia também alguns peixinhos, e Ele os abençoou e mandou que os distribuíssem. Comeram pois, e ficaram fartos, e dos pedaços que tinham sobrado, levaram sete cestos. E os que comeram eram perto de quatro mil. E Jesus os despediu".
Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo!
Ouçamos, no Evangelho, as palavras bondosas de Jesus: "Tenho compaixão deste povo". Jesus tem compaixão de nós, das nossas fraquezas, da nossa debilidade, da indecisão da nossa vontade. Vê as nossas almas cansadas, famintas, necessitadas de auxílio e, como outrora às turbas que vinham para O ouvir, repete-nos também a nós: "Tenho compaixão". A compaixão de Jesus volta-se primeiro para as nossas necessidades espirituais; com a Sua Paixão e Morte já proveu com liberalidade a essas necessidades, mas deseja continuar a cuidar delas todos os dias de um modo mais pessoal e direto, oferecendo-Se como alimento às nossas almas. O Evangelho fala-nos da segunda multiplicação dos pães, mas para nós, mais afortunados que as multidões da Palestina, Jesus reservou um pão infinitamente mais nutritivo e mais precioso: a Eucaristia.
Fascinadas pela palavras de Jesus, as turbas haviam-no seguido, esquecendo até as próprias necessidades: andavam com Ele há três dias e não tinham nada para comer. Que lição para nós, muitas vezes mais solícitos pelo pão material do que pelo espiritual! E Jesus, depois de ter provido largamente às necessidades do espírito, pensa também nas do corpo. Os discípulos, por sua vez, ficam admirados: "como poderá alguém saciá-los de pão aqui no deserto?" Já tinham assistido à primeira multiplicação dos pães, mas agora parece não terem dela a menor lembrança e ficam desconfiados. Quantas vezes palpamos nós de igual modo os milagres da graça, os milagres da divina Providência! Porém, não é raro ficarmos perplexos em face de novos casos difíceis e obscuros, como se puséssemos em dúvida a onipotência de Deus. Pensemos, por exemplo, na nossa vida espiritual: existem ainda pontos por vencer, por superar... experimentamo-lo tantas vezes e talvez agora não tenhamos já coragem para recomeçar de novo. Oh! se tivéssemos fé, se nos lançássemos em Deus com maior confiança! Bastaria talvez um belo ato de confiança total para conseguir a vitória. Jesus olha-nos e repete-nos: " Tenho compaixão deste povo; e a sua compaixão não é estéril. É ação vital, é auxílio e graça atual para a nossa alma; por que não temos, pois, mais confiança n'Ele?
(Extraído do Livro "INTIMIDADE DIVINA" do P. Gabriel de Sta M. Madalena, O.C.D.).
Terminemos com palavras de Santa Teresinha do Menino Jesus, Doutora da Igreja: "Ah, Senhor meu! Tenho necessidade da Vossa ajuda, porque sem ela nada posso fazer. Por Vossa misericórdia não consintais que a minha alma seja enganada, deixando o caminho começado. Dai-me luz para que veja como está nisto todo o meu bem...
Fazei-me compreender que a minha fé em Vós deve apoderar-se da minha miséria e não me devo espantar... se me acontecer sentir temor e fraqueza. Devo deixar que a carne faça o seu ofício, lembrando-me de que Vós, ó Jesus, dissestes na oração do horto: 'a carne é fraca'... Se a vossa carne divina e sem pecado é enferma, como quererei que a minha seja tão forte que não sinta temor? Portanto não me quero queixar de temores nem desanimar por ver fraco o meu natural. Quero confiar na Vossa misericórdia desconfiando das minhas forças, porque toda a minha fraqueza está em me apoiar nelas".
Ó JESUS, SENHOR E MEU PAI, TENDE COMPAIXÃO DA MINHA POBRE ALMA E SUSTENTAI-A COM A VOSSA GRAÇA. AMÉM!
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