LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA
A confissão impede o roubo, a maledicência, a calúnia; ela
exige a reparação de toda a injustiça cometida contra o próximo. O próprio
Rousseau, ímpio como foi, exclamava: "Quantas reparações, quantas
restituições a confissão obriga a fazer!" Também a escritora Mme. de
Genlis relatava em uma de suas obras:
"Há seis meses que me roubaram o valor de dez mil francos em objetos de
prata. Foi-me impossível descobrir o autor deste roubo. Ontem o Sr. Cura de
Santo Eustáquio pediu-me para falar em particular. Era para me anunciar que
trazia consigo a restituição do roubo. Estamos no fim da quaresma e o ladrão
quis fazer sua páscoa. Se, em vez de ter sido educado no religião católica, não
conhecesse senão a filosofia da escola moderna, ele pensaria que o que é bom para
roubar é bom para guardar".
Voltaire, o patriarca da impiedade, chamava a confissão
"uma coisa excelente, uma instituição salutar, o maior freio que se pode
pôr aos crimes, e sobretudo o único freio para os crimes ocultos".
Leibnitz, embora protestante, dizia: "a necessidade de
confessar-se afasta muitos homens do mal, principalmente os que não estão ainda
endurecidos, e oferece grandes consolações aos desalentados. Também considero o
confessor como o principal órgão da divindade para a salvação das almas; seus
conselhos servem para regar nossas afeições, evitar as ocasiões de pecado,
restituir o roubado, reparar os escândalos, levantar os espíritos abatidos,
enfim para curar e suavizar todos os males das almas doentes".
Dizia também o célebre Mons. Gaume: "Descobri um só
interesse público ou privado, moral ou material que a confissão não proteja, e
que não proteja mil vezes mais eficazmente do que os magistrados armados de
toda a autoridade das leis humanas. A confissão protege a santa autoridade dos
pais e dos reis, contra a insubordinação dos filhos e dos povos; protege a vida
moral e mesmo física dos filhos contra a negligência e a má vontade dos pais;
protege a inocência, a reputação, a propriedade, a vida e a tranquilidade de
todos, contra as paixões culpáveis que a todos ameaçam, paixões cujos germes
existem no coração de todos os filhos de Adão. Homens cegos, que tendes a
desgraça de não vos confessardes, pais, mães, negociantes, ricos e pobres, não
sabeis o que deveis ao tribunal da penitência. Sem a confissão, desde muito,
talvez, a desonra pesasse sobre o que tendes de mais caro, a calúnia tivesse
enxovalhado vosso nome, a injustiça abalado vossa fortuna, uma taça de amargura
abreviado vossa vida".
Caríssimos, há uma tara terrível que é mais freqüente que
muita gente pensa: é a cleptomania, isto é, a tendência patológica para furtar.
Pois bem, além do tratamento de especialistas, psicólogos e psiquiatras, não
resta dúvida que a confissão é o grande meio para ajudar as pessoas vítimas de
tal mania, a se curarem inteiramente.
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