quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

A CONFISSÃO BEM FEITA DÁ A PAZ E A FELICIDADE VERDADEIRAS

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA

 Nosso Senhor Jesus Cristo disse: "Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz; não vo-la dou como a dá o mundo" (S. João XIV, 27). O demônio faz o pecador crer que só será feliz se seguir o mundo com suas concupiscências, fazendo o pecado. Mas o diabo é o pai da mentira. Nosso Senhor Jesus Cristo é a verdade, Ele é alegria infinita. Estar com Jesus, diz o Livro da Imitação de Cristo, é um doce Paraíso; e estar sem Jesus é um terrível inferno. Pois bem! Se a alma perdeu esta alegria infinita que é Jesus, é a confissão bem feita que lhe restituirá a paz de Jesus, que é um dom tão importante que, como diz São Paulo, "sobrepuja todo entendimento humano". Porque Jesus Cristo é Deus e, portanto, infinito, e nós somos criaturas, e, portanto, limitados.

Toda felicidade vem de Deus, que é fonte de todo o bem. Unido a Deus pela graça, o homem é feliz; mas, separado de Deus pelo pecado, é soberanamente infeliz. Assim dizia o profeta Jeremias II, 19: "Sabei e vede, como é amargo ter abandonado o Senhor". Com o pecado nasce na alma um verme roedor que se chama remorso de consciência. O rei Davi explica a vida infeliz que levou enquanto se achava em estado de pecado: "Minhas lágrimas serviram-me de alimento, porque, dia e noite, eu ouvia uma voz interior que me fazia esta censura: onde está o teu Deus?" (Salmo 41, 4). Mas parece, dizem muitos, que as pessoas do mundo são felizes...! Mas é a paz do mundo; e esta é enganadora. O fato de os mundanos procurarem sem cessar divertimentos e prazeres, é justamente porque nunca estão satisfeitos. Pelo contrário, basta um momento de sossego, logo sentem o espinho do remorso. Santo Agostinho dizia: "O pecador é infeliz porque sente o remorso; e os que já não o sentem mais, são mais infelizes ainda, porque certamente senti-lo-ão eternamente". Realmente, o remorso é um meio da misericórdia divina levar o pecador ao arrependimento e daí à confissão. Mas com tanto pecar, a consciência pode se tornar cauterizada, é aí já não sente mais o remorso, e tanto pior.

O único remédio contra os remorsos é a confissão bem feita; somente ela, instituída por Deus para perdoar os pecados, pode dar ao homem a certeza divina de seu perdão, estando ele bem disposto. Ouvi a este respeito o protestante Naville: "Parece-me, diz ele, que é bastante entrar em si mesmo para compreender como a Igreja romana, com as graças de que ela dispõe e a sua divina autoridade, se vê apoiada pelas necessidades mais íntimas da nossa alma. Quem não voltou um olhar de inveja para o tribunal da penitência! Quem não desejou na amargura do remorso, na incerteza do perdão divino, ouvir de uma boca que o pode dizer com o poder de Jesus Cristo: 'Vai em paz, teus pecados de são perdoados'."

Acrescentaremos, caríssimos, com o conde de Maistre: "Que há de mais natural do que o movimento de um coração que se chega a outro coração para nele derramar um segredo? O infeliz, despedaçado pelo remorso ou pela dor, tem necessidade de um amigo, de um confidente que o escute, o console e algumas vezes o dirija. O estômago no qual está depositado um veneno e que entra em convulsões para o vomitar, é a imagem perfeita de um coração onde o inimigo infiltrou a sua peçonha: sofre, debate-se, contrai-se até que ache um coração amigo, ou ao menos assaz benévolo, para ser o confidente de sua desgraça".


Nenhum comentário:

Postar um comentário