segunda-feira, 6 de junho de 2016

A GRANDE PROMESSA DO SACRATÍSSIMO CORAÇÃO DE JESUS

Por Frei  José Agostinho
Terceiro dos Menores Franciscanos

(Editado em 1954 pela Editora Vozes Ltda., PETRÓPOLIS, R. J.)

   A esta última [12ª promessa] costuma-se dar o nome de "grande promessa", não tanto porque exige maior esforço e persistência do beneficiário, como principalmente porque lhe proporciona o alcance da graça inapreciável da perseverança final, augúrio certo da salvação eterna, o maior e único bem que importa ao homem receber. 

   1. O Fato

   Revelando a Santa Margarida Maria esse seu desígnio, Nosso Senhor fez-lhe ouvir explicitamente estas palavras: "Eu te prometo, na excessiva misericórdia do meu Coração, que concederei a graça da penitência final a todos que comungarem na primeira sexta-feira de nove meses consecutivos. Eles não morrerão no meu desagrado, nem sem receber os Sacramentos; e, nesse transe extremo, receberão asilo seguro no meu Coração". 

   "Foi numa sexta-feira do mês de maio de 1686, escreveu a Santa, que, durante a Santa Comunhão, meu Divino Mestre me disse estas palavras". A Igreja anima-nos a acreditar na veracidade de tal revelação, proclamando a visitandina de Paray-le-Monial "iluminada pela luz divina" e fazendo-nos honrá-la na oração de sua festa como aquela "a quem Jesus revelou de modo admirável as insondáveis riquezas de seu Coração". 

   2. Esclarecimentos

   O Cardeal Richard, Arcebispo de Paris, no seu conhecido Catecismo do Sagrado Coração de Jesus, procurou dissipar as dúvidas que o conhecimento dessa extraordinária promessa costumava suscitar no espírito dos que a ouvem pela primeira vez, formulando as perguntas e respostas que adiante reproduzimos. 

   1ª  É certa esta promessa? 
   Esta promessa é certa quanto à origem e quanto aos efeitos. Foi certamente feita a Santa Margarida Maria, como fazem crer os escritos autênticos da Serva de Deus, os quais foram examinados pela Santa Sé por ocasião da sua beatificação. Cumprir-se-á, pois, certamente, em favor de todos aqueles que satisfizerem as condições a que está subordinada. 

   2ª  Como devemos interpretar esta promessa?
   É preciso compreender esta promessa no seu verdadeiro sentido e livrar-se de toda a interpretação falsa. 
   Nosso Senhor não disse que todos aqueles que cumprissem as condições estipuladas ficariam dispensados de uma atenta vigilância para evitar o pecado, de um combate corajoso para vencer as tentações e cumprir todos os mandamentos, do emprego assíduo da oração e da penitência. Assegura somente que aqueles que fizerem estas nove comunhões obterão as graças necessárias para guardar perfeitamente os preceitos e os conselhos evangélicos para carregar a cruz que lhes for destinada, todos os dias da vida, e para perseverar até à morte no caminho estreito que conduz ao céu.

   (...)

   3ª  Que meio empregará Nosso Senhor, para tirar os homens desta invencível apatia, vizinha da morte? 
   Ele vai servir-se do desejo de salvar-se, que estes cristãos tão negligentes ainda conservam. Como auxílio desta última centelha escondida sob a cinza da tibieza, vai procurar reanimar as chamas do amor dos homens, fazendo-os tornar ao caminho da mesa santa. Não lhes pedirá diretamente a comunhão frequente, porque sabe que não seria atendido, mas, pede-lhes uma série de comunhões transitórias, é verdade, mas bastante multiplicadas e acompanhadas de circunstâncias assaz difíceis para habituar, ao menos, à comunhão mensal.

   4ª  Quais são as condições necessárias para se ter direito aos frutos desta grande promessa?
   Três:

   1ª) - A comunhão deve ser feita numa sexta-feira, a primeira do mês, e não em outro dia.

   2ª) - Deve ser feita em nove meses consecutivos. A novena, porém, deverá ser recomeçada, se na série das primeiras sextas-feiras houver uma interrupção.

   3ª) - Deve não somente ser feita em estado de graça, como também na intenção especial de honrar o Sagrado Coração. Essas condições, fáceis na aparência, apresentam dificuldades tais que é preciso o cristão amar verdadeiramente Nosso Senhor, para se sujeitar a elas.

   5ª  Aqueles que, logo depois de terem feito com sincera piedade, as nove comunhões, afastarem-se da frequência dos sacramentos, ou pecarem, perderão o direito aos frutos da promessa divina?
   Não!
   Não, certamente, porque os benefícios de Deus não são susceptíveis de arrependimento. O Sagrado Coração saberá pelos efeitos de seu amor tirar do abismo do pecado esses pobres náufragos, e preservá-los do abismo do inferno.
   As graças obtidas pelas nove comunhões são, porém, tão abundantes, que esse esquecimento completo dos deveres essenciais à vida cristã só poderá ocorrer como rara exceção ou, pelo menos, será momentâneo.

CONCLUSÃO: Estas explicações devem impelir todos os cristãos a abraçar uma prática tão salutar. Podemos começá-la em qualquer mês. (...).

   

   
   
   

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