sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

O CONFESSOR É MÉDICO DAS ALMAS

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA

Os males acometidos contra as almas podem ser considerados doenças. E neste caso, qual é o médico? É o confessor. Devemos, ainda considerar que as enfermidades espirituais são muito mais funestas do que as corporais, porque podem conduzir a morte eterna. Assim, os fiéis devem procurar o remédio para suas paixões, para as suas más inclinações, para os seus vícios, enfim, para seus pecados, no confessionário. Ali está um pai, como já vimos, mas está também o médico das almas. Foi Nosso Senhor Jesus Cristo quem estabeleceu o sacerdote para ser o médico das almas.

Caríssimos, que missão sublime esta do confessor! Dizia Jesus Cristo: "Não são aqueles que passam bem que têm necessidade de médico, são os doentes"  e acrescentava: "Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores". Nosso Senhor enviou o confessor para curar aqueles que têm o coração contrito (Cf. S. Lucas IV, 18). Jesus Cristo, Médico incomparável, Ele restitui a vista aos cegos, a audição aos surdos, a palavra aos mudos, a saúde aos doentes, e mesmo a vida aos mortos.

O médico tem quatro deveres a cumprir para com o doente:
1.       Deve procurar bem conhecer sua moléstia.
2.       Quando a conhece, deve dar ao enfermo sábios conselhos para induzi-lo a se tratar e a evitar tudo quanto é prejudicial.
3.       Deve prescrever-lhe remédios eficazes e apropriados à moléstia.
4.       Deve com bastante frequência examinar ao seu doente para certificar-se se suas prescrições são executadas, se os remédios produzem efeito, se não é preciso prescrever outros.
Ora, aí estão precisamente os deveres do confessor em sua qualidade de médico das almas. Vejamos hoje, os dois primeiros destes quatro deveres do confessor como médico das almas:

·         1º - Deve procurar conhecer bem as moléstias de seu penitente: O confessor primeiramente deve indagar a origem e a causa das enfermidades espirituais de seu penitente. Para conhecer a gravidade do mal, ele deve informar-se dos hábitos viciosos, das ocasiões que o fazem cair no pecado; deve saber desde que tempo está sujeito a este vício, em que lugar, em que circunstância, com que espécie de pessoas caíra nele. É claro que os penitentes já devem explicar isto, mas, se o não fazem, o confessor com muita prudência e delicadeza, procura ajudar os seus doentes espirituais. Isto porque esses conhecimentos lhe são necessários para saber quais os avisos e quais os remédios que deve dar ao penitente. E assim, este não deve nem estranhar nem achar ruim que o confessor lhe interrogue sobre estes pontos. O bom confessor que ainda não conhece bem seu penitente, tem obrigação de fazer estas perguntas, e o penitente deve, por sua vez responder com sinceridade, porque isto é indispensável para a cura da sua alma.  Nós gostamos dos médicos que fazem muitas perguntas porque demonstram que realmente se preocupam com a nossa saúde. O mesmo devemos pensar ao relação aos médicos das nossas almas, que são os nossos confessores.


·         2º - Assim tendo todo conhecimento necessário, o confessor dá sábios conselhos para induzir o penitente a se tratar e a evitar tudo quanto é prejudicial: Portanto, depois destas perguntas (que explicamos logo acima no nº 1) o confessor, bem instruído da origem e da gravidade do mal, passará a dar os avisos sérios e com mansidão, primeiro porque é médico e segundo porque é pai. Na qualidade de médico o confessor é obrigado a fazer advertências. Deve mostrar aos penitentes carregados de maiores iniquidades, a malícia dos seus pecados, as funestas consequências a que eles arrastam, os castigos que eles merecem, os pesares amargos que experimentarão  por causa deles na hora da morte, as graças preciosas que desprezam, a triste sorte que os ameaça na eternidade. Mas, os penitentes não devem se assustar, pois o confessor deve também, a exemplo do bom Samaritano, misturar o óleo com o vinho para curar as feridas, isto é, deve misturar a doçura à severidade, e mesmo a doçura deve exceder a severidade. O confessor sabe que no confessionário, mais do que em qualquer outro lugar, vale a sentença de São Francisco de Sales: "Pegam-se mais moscas com uma gota de mel, do que com um barril de vinagre". Não esqueçamos nunca que, no confessor, a qualidade de médico está sempre inerente à de pai. Se fosse pai segundo o sangue como acontece no Oriente, seria mais difícil, mas é pai espiritual, é pai pela bondade, e talvez seria melhor dizer que alma do confessor é "mãe"! Amém!

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