sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A SALVAÇÃO PELA FÉ - (III)

CAPÍTULO  PRIMEIRO
DESMANTELO E DESEQUILÍBRIO DA TEORIA PROTESTANTE

No post A SALVAÇÃO PELA FÉ - ( I ) já vimos: 1. A TESE DO PASTOR
                                                                                       2. TEXTOS EVANGÉLICOS
                                                                                       3. CONCILIAÇÃO DOS TEXTOS

No post A SALVAÇÃO PELA FÉ - ( II) já vimos: 4. PERANTE A LÓGICA E A BÍBLIA: O CASO DOS PAGÃOS. 

HOJE VEJAMOS:
PERANTE A LÓGICA E A BÍBLIA: O CASO DOS CRISTÃOS.

   Passemos agora às religiões cristãs, que admitem a revelação feita por Nosso Senhor Jesus Cristo. Se elas ensinam que "o homem se salva pelas obras", estão ensinando uma coisa certa ou errada? Isto depende do sentido que se queira dar à frase. Se se toma no sentido de que o homem se salva exclusivamente pelas suas obras, desprezando-se a fé, como a desprezam aqueles que dizem "Todas as religiões são boas, vem a dar tudo na mesma coisa; minha religião consiste em fazer o bem", a doutrina está errada. Foi precisamente para combater este erro, para mostrar que era preciso submeter humildemente a inteligência a todas as verdades por Ele reveladas, que Jesus Cristo tanto insistiu em dizer que - quem crê n'Ele se salva, quem não crê se condena. Mas, se se toma num sentido que não exclua a obrigação de crer e se leva em conta a absoluta necessidade da graça para a realização das boas obras, a frase tem um sentido legítimo e verdadeiro, perante a razão e perante a Bíblia.

   Senão vejamos. Os cristãos, ou aqueles que têm conhecimento da doutrina cristã, Nosso Senhor veio ao mundo para dispensá-los da observância dos mandamentos, impondo-lhes unicamente a obrigação de crer? Absolutamente não! porque é o próprio Cristo quem diz: Se tu queres entrar na vida, guarda os mandamentos (Mateus XIX-17). Absolutamente não! porque ninguém está dispensado de obedecer à voz da consciência, de cumprir esta lei que está escrita no coração humano, se quiser conseguir o Céu. Foram abolidas todas as cerimônias e prescrições da lei mosaica, mas o Decálogo ficou de pé, porque é a lei eterna, que rege a alma do homem, é a fonte de toda a moral, de todas as leis. 
   O que acontece com o cristão é que, tendo um conhecimento mais vasto das coisas de Deus, dos preceitos e da vontade divina, a observância dos mandamentos lhe abre novos horizontes. Tem maiores obrigações e responsabilidades, desde que por sua vez recebeu maiores luzes, mais abundantes graças e tem mais facilidade para salvar-se. A todo aquele a quem muito foi dado, muito lhe será pedido (Lucas XII-48). Ele sabe que o grande mandamento da lei é este: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma e de todo o teu entendimento (Mateus XXII-37). Bem como, conhece pelo Evangelho as palavras de Jesus Cristo. Ora, não estará amando a Deus com todo o seu entendimento, se não crer nas palavras do Divino Mestre. Logo, a obrigação de crer nas palavras de Jesus, que são palavras de Deus, pois Jesus Cristo é Deus, já está incluída na lei: observa os mandamentos. Porque não posso amar a Deus e, ao mesmo tempo desacreditar a sua palavra. E quando Jesus lhe diz que quem crê n'Ele se salva, quem não crê se condena, o cristão sabe que tem que aceitar todas as palavras de Jesus; logo, não pode desprezar a verdade que está contida nestas palavras: Se tu queres entrar na vida, guarda os mandamentos (Mateus XIX-17). Veja-se, portanto, que equilíbrio, que lógica se encerra na doutrina católica! Os mandamentos incluem a obrigação da fé em Cristo, e a fé em Cristo traz como consequência a obrigação dos mandamentos. 

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