Extraído da "CARTA PASTORAL SOBRE PROBLEMAS DO APOSTOLADO MODERNO", escrita por D. Antônio de Castro Mayer em 06 / 01 / 1953.
- Afirmação errônea dos modernistas: Cumpre empregar a maior energia para reduzir os que se manifestam intransigentes na defesa da doutrina católica. Não há erro mais pernicioso do que a intransigência da verdade.
* Afirmação certa: A intransigência é para a virtude o que o instinto de conservação é para a vida. Uma virtude sem intransigência, ou que odeia a intransigência, não existe ou só conserva a exterioridade. Uma fé sem intransigência, ou já morreu, ou só vive na parte externa, pois perdeu o espírito. Sendo a fé o fundamento da vida sobrenatural, a tolerância em matéria de fé é o ponto de partida para todos os males, especialmente para as heresias.
Explanação
São Pio X apontava como uma das características dos modernistas uma tolerância extrema para com os inimigos da Igreja, e uma intolerância acerba contra os que defendiam energicamente a ortodoxia. Há, de fato, nesta atitude uma incoerência flagrante, pois os que fazem praça de tolerar todas as opiniões deveriam tolerar os que sustentam os direitos da intransigência. Aliás, esta contradição é comum a todos os heresiarcas. As várias seitas se unem com grande cordialidade, fechando os olhos aos seus pontos divergentes, sempre que se trate de impugnar a intransigência da Igreja em matéria de Fé. Temos nessa atitude um critério para estimar a importância singular que tem para a vida da Igreja a intolerância em questões doutrinais.
É evidente que os excessos da intransigência, por isso mesmo que excessos, devem ser reprimidos, pois todo excesso é um mal. Cumpre, porém, não esquecer as sábias normas ditadas pela Santa Sé, no pontificado de São Pio X, em relação ao modo por que se há de corrigir uma ou outra demasia de valorosos polemistas católicos, empenhados no combate ao erro. Escrevendo ao Emmo. Cardeal Ferrari, Arcebispo de Milão, a respeito do jornal "La Riscossa" que se alarmava com a infiltração modernista naquela Arquidiocese o Emmo. Cardeal de Lai, Secretário da Sagrada Congregação Consistorial dizia: "Todos estes fatos explicam que certos bons católicos sintam temor com relação à sua querida Diocese, e levantem a voz para conclamar às armas. Talvez se excedam na maneira. Mas, em plena batalha, quem com direito, poderia fazer uma grave censura aos defensores, se não medem com precisão matemática seus golpes? Era a resposta que dava também S. Jerônimo aos que lhe repreendiam o ardor, muitas vezes impetuoso e áspero, contra os hereges e os descrentes de seu tempo. A propósito, direi outro tanto, também eu, a Vossa Eminência, com relação ao ataque da "Riscossa". Que haja males por aí [em Milão] depois dos fatos referidos, ninguém poderá negá-lo. Não é, portanto, e não pode ser chamado inteiramente injusto o fato de alguns terem levantado sua voz. Foram além das medidas? Então convém lamentar, mas não é absolutamente mau que, clamando o alarme, tenham exagerado um pouco o perigo. É sempre preferível exceder-se um pouco no advertir contra o mal, do que calar-se e deixá-lo crescer" (Disquisitio, p. 156/7, apud "Pensée Catholique", nº 23, p. 84) E: "Em fim de contas, no seio de uma tão grande licença da imprensa má, entre os perigos que cercam a Igreja de tantos lados, não parece de bom aviso ligar excessivamente as mãos aos defensores, nem combatê-los e desencorajá-los por qualquer pequeno descuido" (idem, ibidem).
E o próprio Santo Papa, escrevendo em 12 de agosto de 1909 a Mons. Mistrangelo, Arcebispo de Florença, sobre uma modificação ordenada na redação do jornal "L'Unitá Cattolica", declarou: "Tudo está bem quando se trata de respeitar as pessoas, mas eu não quereria que por amor da paz, se chegasse a compromissos, e que para evitar aborrecimentos se faltasse ainda que pouco à verdadeira missão da "Unitá Cattolica", que é velar pelos princípios e ser a sentinela avançada que dá alarme, ainda que fosse à maneira do ganso do capitólio, e que desperta os adormecidos. Neste caso, a "Unitá" não teria mais razão de existir" (Disquisitio, p. 107, apud "Pensée Catholique", nº 23, p. 84).
Nota: 1- Onde D. Antônio diz "Bem-aventurado Pio X", pus "São Pio X". Quando escreveu a Carta Pastoral sobre Problemas do Apostolado Moderno, Pio X ainda não tinha sido canonizado.
2- Só os modernistas não veem crise hoje na Igreja. Um verdadeiro católico, e que, portanto, ame de fato a Sagrada Tradição, sofre em ver a Santa Madre Igreja como Jesus na sua Paixão, ou seja, entregue, nas mãos dos inimigos. O Católico, em tamanha crise, não pode permanecer indiferente e ficar escrevendo de maneira bem "light", como se a Igreja estivesse bem como nunca. Temos que dar testemunho de Nosso Senhor Jesus Cristo!
3- Felicito todos os blogs e sites católicos que defendem a Tradição. Mas não esqueçamos que, antes de tudo, devemos orar e fazer penitência.
POR ANDA O ESPÍRITO PROFÉTICO À ATUALIDADE?
ResponderExcluirEXTINGUIU-SE?
O modernismo tem grassado na Igreja, cada vez mais em alta devido às falhas de seus mais altos hierárquicos; mesmo no clero que, com más formações em seminários - alguns deles estariam infiltrados de socialistas - e seus maus exemplos arrastam multidões atrás de si para o laicismo.
A Igreja desde a Reforma(Rebelião) Protestante adiante vem deteriorando-se, piorando de forma mais acentuada após a Rev Francesa à frente, dos anos 30 adiante com mais outro esquema da maçonaria: as infiltrações no Vaticano de forma sistemática.
Temos que não deixar de mencionar as diversas predições de N Senhora, como em Quito, Lourdes, Fátima mais recente, La Salette etc.
O trecho abaixo quando Nossa Senhora veio à montanha de La Salette e advertiu-nos:
“No ano de 1864, Lúcifer, juntamente com um grande número de demônios, será solto do inferno. Eles vão pôr fim à fé pouco a pouco, mesmo naqueles que se dedicam a Deus. Eles irão cegá-los de tal maneira que, a menos que recebam uma graça especial, essas pessoas irão assumir o espírito desses anjos do inferno; várias instituições religiosas perderão toda a fé e perderão muitas almas".
Que vemos hoje senão o cumprimento disso no que nos deparamos nas ruas, mídia, posters, tvs etc., como a imodéstia, corrupção total à vista de todos, apostasia às claras no clero e até no episcopado, coadjuvados por muitas das homilias dos sacerdotes uma agua-doce e, de um tempos para cá, só se aborda o unilateral Senhor Deus da "misericórdia, da compaixão, do acolhimento, do Deus que anda ao lado".... Mas sem exigir profundamente penitencia, conversão, ação missionaria, renuncia si, esforço serio de conversão dos afastados e dos pagãos, e/ou se envolvendo num tal "ecumenismo" mais com fedor de sincretismo que tudo, como vemos por aí!
Raríssimo: um sacerdote nas homilias falar contundentemente em condenação ao inferno, do diabo em suas investidas e correlatos de forma como ao contrario acima, e as palavras "inferno e Satã" talvez 1 vez ou 2 por ano ouço e olhe lá - de forma rápida; seria para "não assustar as pessoas"?... Sendo que isso sucede há muitos anos e, se comparasse com os termos "misericoridia, ternura, acolhimento" e correlatos aos milhares, mesmo no folhetos paroquiais, assim como no boletim socialista O DOMINGO da Edit. Paulus, a qual tem até uma bíblia adaptada às ideologias socialistas!
*Aliás, já a questionei, em especial nas preces comunitárias mais presas a um humanismo barato que tudo e comentários ao final; há dias que se apegam ao niilismo; já referiram-se ao Boff, Fidel Castro e a outros socialistas...