quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A CERTEZA DA SALVAÇÃO - ( 34 )

   103.  A DESIGUALDADE DAS GRAÇAS (c).

   O protestante que peca está numa situação lamentabilíssima. Caiu fragorosamente das grandes alturas, a que se julgava elevado, na sua presunção.

   Embalado, como esteve até agora, com a pretensão de que JÁ ESTÁ SALVO, JÁ ESTÁ REGENERADO, ou por cegueira não leva em consideração os pecados que vai cometendo e deles, portanto, não se arrepende, e neste caso é o maior dos infelizes, julgando-se salvo quando está fora do caminho da salvação: vai morrer sorrindo, pensando que o Céu se lhe vai abrir de par em par, mas não sabe a surpresa que o espera no outro mundo, porque LHE FALTA O ARREPENDIMENTO  e porque Deus o julga SEGUNDO AS SUAS OBRAS (Mateus XVI-27; Romanos II-6) e não de acordo com as suas ilusões;
    Ou então sente o remorso do pecado cometido, e uma decepção tremenda se abate sobre o seu espírito: Passei tanto tempo, tendo-me na conta de salvo, de regenerado, pensando que possuía a verdadeira fé; agora cheguei à conclusão de que eu NUNCA TIVE nem fé, nem salvação, nem regeneração, nem coisa alguma. Uma verdadeira lástima!

   E como está convencido de que a salvação não a alcança por seu próprio esforço, ajudado embora com a graça de Deus, como ensinam os católicos; mas é apenas um dom de Deus, dado INTEIRAMENTE DE GRAÇA, em vez de acusar a si próprio de ter perdido a salvação, a que até agora teria o direito, ele se volta para o Divino Espírito Santo, afim de perguntar-Lhe por que motivo ainda não lhe concedeu ESTE DOM DA SALVAÇÃO, DA REGENERAÇÃO COMPLETA.

   - Não culpes assim o Divino Espírito Santo, lhe dirá o "irmão na fé", o outro nova-seita. Se não estás salvo ainda, é porque não tinhas a verdadeira fé, isto é, a confiança absoluta de que Jesus é que te salva. 

   - Mas esta fé, esta confiança de que Jesus me salva, vem só do meu esforço ou é, por sua vez, também um dom de Deus? Se vem só do meu esforço, não sei mais o que possa fazer, porque confiança de que Jesus é que me salva, acho que a tenho e muita, pois passei todo este tempo absolutamente convencido disto e cada vez me convencendo mais. Se é, por sua vez, um dom de Deus, por que é que Deus não me dá este dom?

   E assim vai o homem fazer força novamente para ver se tem fé, até que um novo pecado o faz cair outra vez na mesma situação de desespero. Deste modo, ele está a poucos passos da terrível teoria calvinista de que Deus é quem predestina uns para o Céu, e outros para a perdição. 

   Como é, então, que esta doutrina de que a salvação é dada por Deus, como um presente inteiramente gratuito e só é possuída por aqueles que se acham confirmados em graça, isto é, de pé para nunca mais cair, como é que esta doutrina pode ser consoladora para nós, que somos todos, mais ou menos pecadores? 

(No próximo post veremos como a coisa se passa entre os católicos). 

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