terça-feira, 19 de novembro de 2013

A CERTEZA DA SALVAÇÃO - ( 31 )

   102. OS BATISTAS E A CERTEZA DA SALVAÇÃO (e).

   [Para o Batista] a condição única da salvação, a seu ver, é a verdadeira fé, mas passa a vida inteira sem saber se possui esta verdadeira fé, porque ela se manifesta pelas OBRAS, obras estas que ele pratica livremente e nelas pode falhar.

   A assim estamos diante de um fato bastante estranho.

   Esses Batistas que nós vemos tão frequentemente acusarem os católicos de serem heréticos e antibíblicos pelo fato de não ensinarem a certeza absoluta, individual, da salvação, são eles próprios que mostram claramente que, na prática, esta certeza absoluta não pode existir.

   É o caso de perguntar: encontra o leitor nesta estranha atitude algum vestígio daquela SINCERIDADE  com que se há de aceitar e transmitir a verdadeira doutrina do Evangelho?

   Amigos Batistas: depois que apareceu o Protestantismo, várias seitas têm pregado no mundo esta CERTEZA ABSOLUTA DA SALVAÇÃO, mas para chegar até aí sempre seguiram um caminho errado e escabroso. Se Vocês querem também chegar a esta conclusão, enveredem por algum desses maus cominhos. 

   Querem pregar a certeza absoluta da salvação, não é assim?
   Então preguem como Lutero e os primeiros luteranos que o homem não é livre, Deus é quem faz em cada um o bem e o mal, que para alcançar o Céu não se precisa de arrependimento, que lá se entra com pecados e tudo, porque Cristo cobre estes pecados debaixo do seu manto. - Mas isto é a destruição de toda a moral. 

   Ou então preguem, como Calvino, que Deus por um decreto firme e irrevogável já predestinou desde toda a eternidade alguns homens e anjos para o Céu e outros para o inferno, isto independentemente de qualquer consideração das obras ou do procedimento de cada um. - Mas, isto é uma doutrina HORROROSA, que se choca evidentemente com a nossa RAZÃO  e que destrói qualquer ideia da JUSTIÇA e da BONDADE de DEUS.

   Ou então preguem, como os Universalistas, que não existe inferno, que todos nós, sem distinção alguma, justos e pecadores, chegaremos ao Céu. - Mas isto vai de encontro abertamente ao ensino das Escrituras. 

   Bem, se não querem seguir nenhum desses caminhos, se querem pregar o LIVRE ARBÍTRIO, a doutrina de que o pecado que não foi retratado pelo arrependimento impede de entrar no Céu, se querem exaltar, como deve ser, a bondade e a justiça divinas, se querem admitir, com a Bíblia, além de um Céu eterno para os bons, um inferno também eterno para os maus, neste caso não há outro jeito senão desistirem desta ideia de andar pregando aos crentes a promessa de uma segurança absoluta no que diz respeito à salvação. Sim, porque há um fenômeno que ninguém jamais poderá negar, pois está à vista de todos: a fragilidade da nossa natureza, a inconstância do coração humano. 
   

Um comentário:

  1. Se nós católicos teremos dificuldade em nos salvarmos, em que situação ficarão os que estão fora do redil de Cristo e sob o relativismo?
    Além do Extra Ecclesia nulla salus, deparamo-nos com S Pedro a nos advertir:
    Post multas tribulationes nos oportet intrare in Regnum Dei, para começar a dificil tarefa de alcançar o Reino de Cristo, o qual antes de mais nada é um dom gratuito de parte dEle, já que todo o bem que fazemos é às expensas de suas graças.
    Parece-me que o ideal é "Procurai primeiro as coisas do alto e tudo o mais ser-lhe-á dado por acréscimo - no caso, o amor de Deus e consequente salvação..

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