No sentimento religioso deve reconhecer-se uma espécie de intuição do coração, que põe o homem em contato imediato com a própria realidade de Deus e lhe infunde tal persuasão da existência dele e da sua ação, tanto dentro como fora do homem, que excede a força de qualquer persuasão. Todo aquele que a conseguir, se torna propriamente e realmente o crente. Posta esta doutrina da experiência unida à outra do simbolismo, toda religião, não excetuando sequer a dos idólatras, deve ser tida por verdadeira. O sentimento religioso é sempre o mesmo; e a fórmula intelectual (símbolo) para ser verdadeira basta que corresponda ao sentimento religioso e ao crente. Por exemplo, os muçulmanos dizem ter o sentimento de que sua religião é a verdadeira. Logo, ninguém pode negar a verdade do Islamismo. E assim por diante.
Mas os modernistas caminham sobretudo para destruir a Tradição. E para tanto inventaram a doutrina da EXPERIÊNCIA. Os modernistas concebem a tradição como uma comunicação da experiência original, feita a outrem pela pregação, mediante a fórmula intelectual. Esta fórmula tem certa eficácia de sugestão, tanto naquele que crê, para despertar o sentimento religioso e restaurar a experiência, como naqueles que ainda não creem, para despertar neles pela primeira vez o sentimento religioso e produzir a experiência. Por esta maneira a experiência religiosa abundantemente se propaga entre os povos; não só entre os existentes, pela pregação, mas também entre os indivíduos, quer pelo livro quer pela transmissão oral de uns aos outros. Esta comunicação da experiência às vezes lança raízes e vinga; outras vezes se esteriliza logo e morre. O viver para os modernistas é prova de verdade; e a razão disto é que verdade e vida para eles são uma e mesma coisa. E daqui mais uma vez se infere que todas as religiões existentes são verdadeiras, do contrário já não existiriam.
A ciência é independente da fé, mas esta deve se submeter à ciência. Os modernistas, fundados no princípio de que a ciência em nada depende da fé, quando tratam de filosofia, de história, de crítica ostentam certo desprezo das doutrinas católicas, dos Santos Padres, dos concílios ecumênicos do magistério eclesiástico. Um exemplo: quando um modernista escreve história, não faz nenhuma menção da divindade de Cristo; mas se pregar numa igreja, com firmeza a professa.
Os modernistas criticam a Igreja porque ela se recusa a acomodar seus dogmas às opiniões da filosofia, e eles, por sua vez, procuram divulgar uma teologia nova, amoldada aos novos tempos.
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