domingo, 17 de maio de 2020

EXPLICAÇÃO DO 5º DOMINGO DEPOIS DA PÁSCOA


                   Continuação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João 16, 23-30:


 "Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Em verdade, em verdade, vos digo: Se pedirdes a meu Pai alguma coisa em meu Nome, Ele vo-la dará. Até agora nada pedistes em meu Nome.  Pedi e recebereis para que a vossa alegria seja completa. Estas coisas vos disse em parábolas. Vem a hora em que já não vos falarei em parábolas, mas abertamente vos falarei do Pai. Naquele dia pedireis em meu Nome; e não vos digo que hei de rogar por vós ao Pai, pois, o próprio Pai vos ama, porque vós me amastes e crestes que eu saí de Deus. Saí do Pai e vim ao mundo, deixo outra vez o mundo e vou ao Pai. Disseram-Lhe os discípulos: eis que agora nos falais claramente e não usais nenhuma parábola. Agora conhecemos que sabeis tudo, e que não tendes necessidade de que alguém Vos interrogue. Por isso cremos que saístes de Deus."

   Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo!

   Nossos Senhor Jesus Cristo, na véspera de sua Morte, anuncia a sua Ascensão ao Céu: "Saí do Pai e vim ao mundo, outra vez deixo o mundo e vou para o Pai". 
   Anuncia também a vinda do Divino Espírito Santo, o Pentecostes: "Mas vem o tempo em que não vos falarei já em parábolas, mas abertamente vos falarei do Pai." Nosso Senhor Jesus Cristo, por meio do Espírito Santo, iluminará os seus apóstolos fazendo-lhes entender mais profundamente os mistérios divinos. Na verdade, caríssimos irmãos, tudo o que nós podemos estudar e conhecer das coisas de Deus é letra morta enquanto o Espírito Santo não nos abrir a inteligência. Devemos ter uma devoção especial ao Divino Espírito Santo. É Deus e o doce Hóspede de nossa alma, é o nosso Santificador. 

   Jesus Cristo, Nosso Senhor, no evangelho deste domingo ensina-nos também o segredo da oração eficaz: "Se pedirdes a meu Pai alguma coisa em meu nome, Ele vo-la dará". Aí está o meio seguro para encontrarmos acesso junto do Pai: apresentar-se em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que se imolou para glória do Pai e para nossa salvação. Jesus está assentado à direita do Pai para interceder sempre por nós e Ele merece ser sempre atendido "pro sua reverentia", isto é, em razão da sua piedade (Hebreus V, 7). Diz São Paulo na epístola ao Hebreus VII, 25: "Por isso pode salvar perpetuamente os que por Ele mesmo se aproximam de Deus, vivendo sempre para interceder por nós". 

   Pedir "em nome de Jesus" significa, estarmos convencidos de que as nossas ações e boas obras não valem nada se não se apoiam nos méritos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por mais que façamos e rezemos, somos sempre servos inúteis, que não temos em nós nenhuma capacidade para o bem, mas toda a nossa suficiência vem de Jesus Crucificado. Portanto, a primeira condição para que a nossa oração seja feita em nome de Jesus e assim seja eficaz, é a virtude da humildade.  Isto significa uma convicção profunda e realista do nosso nada.
   A segunda condição para que a nossa oração seja feita em nome de Jesus e portanto eficaz, é a confiança. Uma confiança ilimitada nos méritos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Na verdade Seus merecimentos ultrapassam todas as nossas indigências, misérias, necessidades. E assim nunca seremos demasiado ousados em pedir a plenitude da graça divina sobre as nossas almas, em aspirar à santidade; santidade esta escondida, mas autêntica. Nossa miséria, por maior que seja, será sempre finita, mas os merecimentos e a misericórdia de Jesus serão sempre infinitos. Não existem infidelidades e culpas, tendências más e misérias SINCERAMENTE DETESTADAS que o Sangue de Jesus não possa sarar, fortificar e transformar. 
   Mas, caríssimos e amados fiéis, há ainda uma outra condição para que a nossa oração seja eficaz: que a nossa vida corresponda à nossa oração, isto é, que a nossa fé se traduza em boas obras. É vã a oração, é vã a nossa confiança em Deus, se não as acompanhamos com os nossos esforços generosos para cumprirmos todos os nossos deveres, para vivermos à altura da nossa vocação. 

  Terminemos com palavras de Santo Agostinho: "Ó Criador da luz, perdoai as minhas culpas pelos imensos trabalhos do Vosso Amado Filho! Fazei, Senhor, que a Sua piedade vença a minha impiedade, que a Sua modéstia satisfaça pela minha perversidade, que a Sua mansidão dome a minha irascibilidade. A Sua humildade repare a minha soberba; a Sua paciência, a minha impaciência; a sua benignidade, a minha dureza; a Sua obediência, a minha desobediência; a Sua tranquilidade transforme a minha inquietação; a Sua doçura, a minha amargura; a Sua caridade apague a minha crueldade". 

   Ó Jesus! ensinai-me a rezar, aumentai a minha fé! Amém!

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