Outro ponto, em que os protestantes ensinam uma doutrina católica, porém disfarçada com a máscara protestante, é a gratuidade da nossa salvação.
Os Primeiros Reformadores ensinavam que A SALVAÇÃO É DADA DE GRAÇA, neste sentido de que O HOMEM NÃO PRECISA OBSERVAR OS MANDAMENTOS PARA ALCANÇAR A SALVAÇÃO. Diziam eles que esta observância dos mandamentos é impossível ao homem. Ele se salva pela confiança de que Jesus perdoa os seus pecados.
A Igreja Católica não pode admitir que a salvação seja dada DE GRAÇA neste sentido. Isto é uma doutrina escandalosa, de péssimas consequências e que destrói a lei de Deus.
Que a salvação do homem seja dada gratuitamente no sentido de que o perdão de seus pecados, a sua justificação no ponto inicial, isto é, a sua passagem do estado de pecador afastado de Deus para o estado de justo com a graça santificante, seja dada ao homem gratuitamente por pura benevolência de Deus, porque o homem nunca poderia merecer este DOM SOBRENATURAL, isto admitimos. Mas que a salvação seja dada DISPENSANDO o homem de obedecer a Deus pelas suas obras, isto é que não.
Verificado o seu erro, compreendendo agora que o homem não pode salvar-se SEM A OBSERVÂNCIA DOS MANDAMENTOS DE CRISTO e querendo ainda continuar pregando, como pregavam antigamente, que a salvação é dada TODA DE GRAÇA, que fazem os protestantes? Um arranjo contraditório.
O Artigo 4º da Confissão de Fé dos Batistas em New Hampshire (1833) diz:
"Cremos que a SALVAÇÃO de pecadores é INTEIRAMENTE DE GRAÇA".
E o Artigo 6º:
"Cremos que a salvação é concedida GRATUITAMENTE a todos, segundo o Evangelho; que é o dever imediato de todos ACEITÁ-LA por meio de uma FÉ sincera, ardente e OBEDIENTE".
Vejamos uma história, para melhor apreciarmos a ironia e desconchavo desta explicação:
Um homem tinha mil palácios abarrotados de riquezas e tinha mil vizinhos. Disse a eles: Tenho riquezas fabulosas que chegam para Vocês todos. Cada um de Vocês vai ter um palácio riquíssimo. E vou dar, a todos e a cada um, este palácio INTEIRAMENTE DE GRAÇA. Vocês aceitam?
- Aceitamos, sim, respondem todos. Isto é uma verdadeira maravilha. Quem é que não aceita uma pechincha destas? Um palácio cheio de riquezas e dado inteiramente de graça!
- Pois bem, meus amigos, diz o homem riquíssimo. Já que Vocês todos estão dispostos a aceitar a minha oferta, tenho que explicar uma coisa; tenho que ensinar-lhes qual é o modo de ACEITÁ-LA. Aceitar não é só abrir a boca e dizer: Aceitamos. Para aceitar o palácio, Vocês têm que ser sempre SUBMISSOS, OBEDIENTES à minha vontade por todo o resto da vida, só fazer e dizer o que eu mandar, mesmo que isto lhes custe sacrifícios. Se não fazem assim, perdem o direito ao palácio.
Qual é o comentário que naturalmente farão aqueles homens?
- Sim, o Sr. tem todo o direito. Pode dar o palácio sob as condições que quiser. Mas há uma coisa: se o Sr. exige, em troca do palácio, esta total obediência, então não diga que o palácio foi dado INTEIRAMENTE DE GRAÇA.
Quando dizem os protestantes que é nosso dever aceitar a salvação e só a aceitamos "por meio de uma fé sincera, ardente e OBEDIENTE", estão reconhecendo a verdade da doutrina católica de que NÃO BASTA A FÉ para a salvação, é preciso uma FÉ OBEDIENTE; em outros termos, é necessário prestar obediência a tudo o que Cristo ordenou e prescreveu, a tudo o que nos impõe a lei de Cristo, a lei de Deus. Aí não é salvação só PELA FÉ; é salvação pela FÉ E PELAS OBRAS, pois as obras já foram incluídas jeitosamente na fé, por meio desta palavra OBEDIENTE.
Mas, se ensinam os protestantes esta doutrina que é legítima, então não digam que a salvação é conseguida inteiramente de graça.
Em que parte da Bíblia viram os protestantes (que dizem só ensinar o que está na Bíblia) que a SALVAÇÃO, isto é, A NOSSA ENTRADA LÁ NO CÉU, nos é dada INTEIRAMENTE DE GRAÇA?
Será, porventura, este texto: TODOS PECARAM e necessitam da glória de Deus, TENDO SIDO JUSTIFICADOS GRATUITAMENTE por sua graça, pela redenção que tem em Jesus Cristo (Romanos III-23 e 24)?
O que há de mais comum é a mesma palavra na Bíblia tomar aqui e acolá um sentido diferente; por isto perguntamos: a palavra JUSTIFICADOS aí significa SALVOS, PRONTOS PARA ENTRAR NO CÉU? Não; porque, se São Paulo acabara de descrever o miserável estado moral em que se encontrava a Humanidade antes de Cristo, tanto entre os gentios, como entre os judeus e, para resumir tudo isto, diz que TODOS PECARAM e logo depois acrescenta que são justificados por meio da Redenção operada por Jesus Cristo - aí justificados não quer dizer salvos, pois São Paulo não quer dizer absolutamente que TODOS os homens estão salvos, nem muito menos que todos aqueles que pecaram outrora foram para o Céu; São Paulo aí se refere à reconciliação COLETIVA da Humanidade com Deus, a qual Jesus Cristo deixou para realizar justamente quando a Humanidade, depois de ter pecado tanto, mostrou, e bem claro, que de modo algum merecia esta reconciliação, a qual, portanto, foi realizada generosamente, espontaneamente, GRATUITAMENTE.
SALVAÇÃO INTEIRAMENTE DE GRAÇA, onde é que está na doutrina do Evangelho?
Que estreita é a porta e que apertado o caminho que guia para a vida e que poucos são os que acertam com ele! (Mateus VII-14). É esta a SALVAÇÃO dada INTEIRAMENTE DE GRAÇA?
Se o teu olho te escandaliza, lança-o fora; melhor te é entrar no reino de Deus sem um olho do que, tendo dois, ser lançado no fogo do inferno (Marcos IX-46). Isto é oferecer a salvação GRATUITAMENTE a todos?
Filhinhos, quão difícil coisa é entrarem no reino de Deus os que confiam nas riquezas! Mais fácil é passar um camelo pelo fundo duma agulha do que entrar no reino de Deus um rico (Marcos X-24 e 25). O que ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim (Mateus X-37). Se vos não converterdes e vos não fizerdes como meninos, não haveis de entrar no reino dos Céus (Mateus XVIII-3). Se a vossa justiça não for maior e mais perfeita do que a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no reino dos Céus (Mateus V-20). Chama-se a isto salvação dada INTEIRAMENTE DE GRAÇA?
Não há motivo para desânimo ou desespero. Se a salvação exige renúncias e sacrifícios, mais nuns e noutros menos, é também verdade certíssima que Deus, sendo justo e bom e sábio, não exige de ninguém o impossível: Deus é fiel, o qual não permitirá que vós sejais tentados mais do que podem as vossas forças (1ª Coríntios X-13). A cada sacrifício que se exige de nós acompanha também a graça necessária para levá-lo a efeito e a graça BEM CORRESPONDIDA eleva a criatura a um poder sobre-humano, como se viu nos mártires, como se tem visto em todos os santos. E mesmo quando a alma fraqueja e não corresponde bem à graça divina, ainda resta a misericórdia do Bom Pastor, que corre a buscar a ovelha perdida até que a ache (Lucas XV-4), ainda nos vale a benignidade do nosso Salvador que não quebrará a cana rachada, nem apagará a torcida que ainda fumega (Isaías XLII-3).
E depois de tantas vicissitudes, de tantas provas da divina misericórdia, a visão beatífica, que está acima da nossa natureza, vem a ser em última análise uma graça, um benefício de Deus.
Mas pintar a salvação, a conquista do Céu, como sendo dada INTEIRAMENTE DE GRAÇA, neste sentido de que o homem não precisa também fazer jus a ela pelo seu próprio ESFORÇO PESSOAL (ajudado, é claro, pela graça divina) - isto é desvirtuar completamente os ensinos do Evangelho.
Verificado o seu erro, compreendendo agora que o homem não pode salvar-se SEM A OBSERVÂNCIA DOS MANDAMENTOS DE CRISTO e querendo ainda continuar pregando, como pregavam antigamente, que a salvação é dada TODA DE GRAÇA, que fazem os protestantes? Um arranjo contraditório.
O Artigo 4º da Confissão de Fé dos Batistas em New Hampshire (1833) diz:
"Cremos que a SALVAÇÃO de pecadores é INTEIRAMENTE DE GRAÇA".
E o Artigo 6º:
"Cremos que a salvação é concedida GRATUITAMENTE a todos, segundo o Evangelho; que é o dever imediato de todos ACEITÁ-LA por meio de uma FÉ sincera, ardente e OBEDIENTE".
Vejamos uma história, para melhor apreciarmos a ironia e desconchavo desta explicação:
Um homem tinha mil palácios abarrotados de riquezas e tinha mil vizinhos. Disse a eles: Tenho riquezas fabulosas que chegam para Vocês todos. Cada um de Vocês vai ter um palácio riquíssimo. E vou dar, a todos e a cada um, este palácio INTEIRAMENTE DE GRAÇA. Vocês aceitam?
- Aceitamos, sim, respondem todos. Isto é uma verdadeira maravilha. Quem é que não aceita uma pechincha destas? Um palácio cheio de riquezas e dado inteiramente de graça!
- Pois bem, meus amigos, diz o homem riquíssimo. Já que Vocês todos estão dispostos a aceitar a minha oferta, tenho que explicar uma coisa; tenho que ensinar-lhes qual é o modo de ACEITÁ-LA. Aceitar não é só abrir a boca e dizer: Aceitamos. Para aceitar o palácio, Vocês têm que ser sempre SUBMISSOS, OBEDIENTES à minha vontade por todo o resto da vida, só fazer e dizer o que eu mandar, mesmo que isto lhes custe sacrifícios. Se não fazem assim, perdem o direito ao palácio.
Qual é o comentário que naturalmente farão aqueles homens?
- Sim, o Sr. tem todo o direito. Pode dar o palácio sob as condições que quiser. Mas há uma coisa: se o Sr. exige, em troca do palácio, esta total obediência, então não diga que o palácio foi dado INTEIRAMENTE DE GRAÇA.
Quando dizem os protestantes que é nosso dever aceitar a salvação e só a aceitamos "por meio de uma fé sincera, ardente e OBEDIENTE", estão reconhecendo a verdade da doutrina católica de que NÃO BASTA A FÉ para a salvação, é preciso uma FÉ OBEDIENTE; em outros termos, é necessário prestar obediência a tudo o que Cristo ordenou e prescreveu, a tudo o que nos impõe a lei de Cristo, a lei de Deus. Aí não é salvação só PELA FÉ; é salvação pela FÉ E PELAS OBRAS, pois as obras já foram incluídas jeitosamente na fé, por meio desta palavra OBEDIENTE.
Mas, se ensinam os protestantes esta doutrina que é legítima, então não digam que a salvação é conseguida inteiramente de graça.
Em que parte da Bíblia viram os protestantes (que dizem só ensinar o que está na Bíblia) que a SALVAÇÃO, isto é, A NOSSA ENTRADA LÁ NO CÉU, nos é dada INTEIRAMENTE DE GRAÇA?
Será, porventura, este texto: TODOS PECARAM e necessitam da glória de Deus, TENDO SIDO JUSTIFICADOS GRATUITAMENTE por sua graça, pela redenção que tem em Jesus Cristo (Romanos III-23 e 24)?
O que há de mais comum é a mesma palavra na Bíblia tomar aqui e acolá um sentido diferente; por isto perguntamos: a palavra JUSTIFICADOS aí significa SALVOS, PRONTOS PARA ENTRAR NO CÉU? Não; porque, se São Paulo acabara de descrever o miserável estado moral em que se encontrava a Humanidade antes de Cristo, tanto entre os gentios, como entre os judeus e, para resumir tudo isto, diz que TODOS PECARAM e logo depois acrescenta que são justificados por meio da Redenção operada por Jesus Cristo - aí justificados não quer dizer salvos, pois São Paulo não quer dizer absolutamente que TODOS os homens estão salvos, nem muito menos que todos aqueles que pecaram outrora foram para o Céu; São Paulo aí se refere à reconciliação COLETIVA da Humanidade com Deus, a qual Jesus Cristo deixou para realizar justamente quando a Humanidade, depois de ter pecado tanto, mostrou, e bem claro, que de modo algum merecia esta reconciliação, a qual, portanto, foi realizada generosamente, espontaneamente, GRATUITAMENTE.
SALVAÇÃO INTEIRAMENTE DE GRAÇA, onde é que está na doutrina do Evangelho?
Que estreita é a porta e que apertado o caminho que guia para a vida e que poucos são os que acertam com ele! (Mateus VII-14). É esta a SALVAÇÃO dada INTEIRAMENTE DE GRAÇA?
Se o teu olho te escandaliza, lança-o fora; melhor te é entrar no reino de Deus sem um olho do que, tendo dois, ser lançado no fogo do inferno (Marcos IX-46). Isto é oferecer a salvação GRATUITAMENTE a todos?
Filhinhos, quão difícil coisa é entrarem no reino de Deus os que confiam nas riquezas! Mais fácil é passar um camelo pelo fundo duma agulha do que entrar no reino de Deus um rico (Marcos X-24 e 25). O que ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim (Mateus X-37). Se vos não converterdes e vos não fizerdes como meninos, não haveis de entrar no reino dos Céus (Mateus XVIII-3). Se a vossa justiça não for maior e mais perfeita do que a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no reino dos Céus (Mateus V-20). Chama-se a isto salvação dada INTEIRAMENTE DE GRAÇA?
Não há motivo para desânimo ou desespero. Se a salvação exige renúncias e sacrifícios, mais nuns e noutros menos, é também verdade certíssima que Deus, sendo justo e bom e sábio, não exige de ninguém o impossível: Deus é fiel, o qual não permitirá que vós sejais tentados mais do que podem as vossas forças (1ª Coríntios X-13). A cada sacrifício que se exige de nós acompanha também a graça necessária para levá-lo a efeito e a graça BEM CORRESPONDIDA eleva a criatura a um poder sobre-humano, como se viu nos mártires, como se tem visto em todos os santos. E mesmo quando a alma fraqueja e não corresponde bem à graça divina, ainda resta a misericórdia do Bom Pastor, que corre a buscar a ovelha perdida até que a ache (Lucas XV-4), ainda nos vale a benignidade do nosso Salvador que não quebrará a cana rachada, nem apagará a torcida que ainda fumega (Isaías XLII-3).
E depois de tantas vicissitudes, de tantas provas da divina misericórdia, a visão beatífica, que está acima da nossa natureza, vem a ser em última análise uma graça, um benefício de Deus.
Mas pintar a salvação, a conquista do Céu, como sendo dada INTEIRAMENTE DE GRAÇA, neste sentido de que o homem não precisa também fazer jus a ela pelo seu próprio ESFORÇO PESSOAL (ajudado, é claro, pela graça divina) - isto é desvirtuar completamente os ensinos do Evangelho.
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