70. A PALAVRA INFALÍVEL DO MESTRE (b).
Em outra ocasião (sim, em outra ocasião, pois S. Lucas narra um e outro episódio: X-25 a 28; XVIII-18 a 20), eis que aparece um doutor da lei e faz a Jesus a mesma pergunta: Mestre, que hei de eu fazer para entrar na posse da vida eterna? (Lucas X-25).
Vejamos agora a resposta de Cristo: Disse-lhe então Jesus: Que é o que está escrito na lei? como lês tu? - Ele respondendo disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. E Jesus lhe disse: Respondeste bem: faze isso e VIVERÁS (Lucas X-26 a 28).
É claro que Jesus lhe quer dizer: Faze isto e VIVERÁS ETERNAMENTE, pois o que Lhe perguntaram foi o que se devia fazer para ENTRAR NA POSSE DA VIDA ETERNA. Havia dúvidas e discussões entre os judeus sobre o sentido da palavra: o próximo. Muitos estavam inclinados a pensar que o próximo era só o amigo, o patrício, o correligionário; e não o inimigo, o de outra religião, o estrangeiro. O doutor da lei pergunta a Jesus: E quem é o meu próximo? A consulta vem a tempo, porque há grande inimizade e separação entre samaritanos e judeus. Jesus então propõe a parábola do Samaritano; este faz um grande benefício a um judeu que caiu ferido no meio da estrada, benefício que os judeus, seus compatrícios, não quiseram fazer. Tira-se da parábola a conclusão de que o inimigo também é nosso próximo. E depois de apresentar a bela ação do Samaritano, Jesus manda o doutor da lei imitá-lo: pois vai e faze o mesmo (Lucas X-37).
De tudo isto se conclui o papel importantíssimo que não somente a fé, mas também o AMOR (o amor de Deus e o amor desinteressado do próximo) exerce na consecução da vida eterna, a verdadeira VIDA: Aquele que não AMA permanece na MORTE (1ª João III-14).
E como é que diante de ensinamentos tão claros, tão simples, tão decisivos do Divino Mestre, os protestantes pregam que só a fé é necessária, que as nossas obras não influem na salvação?
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