A alma: Meu dulcíssimo Jesus! aqui estou novamente na vossa presença real ai no Sacrário sob as espécies do pão. Eu creio firmemente, mas aumentai a minha fé. Eu Vos amo, mas fazei que Vos ame cada vez mais! Ontem, ó Jesus, recebi as vossas instruções através do Vosso ministro, que pregou na hora da Santa Missa. Quero agradecer a Vós, a gente ter verdadeiros ministros vossos que fazem o que Vós mandastes: "Ide, e ensinai a todos a observar o que eu vos mandei". Ouvi que Vós dissestes aos dez leprosos: "Ide mostrar-vos aos sacerdotes". Aprendi de Vós, pela boca do padre: a alma que estiver com o lepra do pecado, deve mostrá-la ao sacerdote no confessionário, fazendo uma confissão humilde, sincera e íntegra. Aprendi que depois, como o samaritano, devemos agradecer a Vós a inestimável graça do perdão na Confissão. Na verdade, ó dulcíssimo Jesus, quando venho aqui na Vossa presença, recebo as Vossas instruções, às vezes, diretamente, no meu íntimo, mas, na maioria das vezes, sou instruída por Vós, mas através dos vossos ministros; porque Vós dissestes a eles: "Quem vos ouve, a mim ouve". Eu ouço a Vós pela boca dos vossos fiéis sacerdotes, no púlpito e no confessionário com a direção espiritual e os conselhos depois que conto os meus pecados.
Mas, vim aqui hoje diante de Vós para expor-Vos, mais uma vez, as dificuldades e dúvidas que sinto quanto à Comunhão. Porque sou demasiado miserável para fazer a Comunhão frequentemente. Estou cheia de defeitos, e por mais que faça não consigo corrigir-me quase nada. Que me diríeis, ó Jesus, se eu Vos obrigasse a descer a um coração tão impaciente, tão indolente, em suma, tão pobre de virtudes?
Jesus: Minha filha, vê-se bem que ainda me não conheces, como não conheces ainda bem o valor e o fim da Sagrada Comunhão. Se eu tivesse querido unir-me a almas perfeitas e santas, se só para isto tivesse instituído a Santíssima Eucaristia, não teria tomado a resolução de baixar à terra e de viver no Tabernáculo, mas teria continuado a permanecer no Paraíso com os anjos. Se procedi, porém, diversamente, foi para salvar os pecadores, para sustentar os débeis, para santificar a tua alma. É bom que saibas, ainda, que a Comunhão não é feita para dar um prêmio às almas perfeitas, mas para santificar as imperfeitas; e se tu pretendes comungar somente quando não tiveres imperfeições, nunca comungarás sobre a terra. De resto, se os teus defeitos não te impedem de fazer a Comunhão de quando em quando, porque te impedirão de a fazeres frequentemente? Julgas tu, porventura, que uma Comunhão mensal ou semanal seja menos respeitável que uma Comunhão cotidiana? Pelo contrário. Ora dize-Me: quando um amigo se recebe raras vezes não se lhe deve porventura fazer um acolhimento mais festivo, mais delicado e generoso? E pelo contrário, quando se recebe todos os dias, não é talvez lícito tratá-lo com mais confiança, se bem que com igual respeito? Ora, exatamente porque és defeituosa, e porque tens necessidade de remédio e de cura, vem receber-Me frequentemente, se queres sarar depressa e bem; do contrário, o remédio tomado raras vezes, impedir-te-ás somente de morrer, mas não de enlanguescer; e com as tuas Comunhões mensais ou pouco menos, ficarás sempre a mesma que és, uma alma doente, enervada, e sem as poderosas energias da santidade.
A alma: Ó dulcíssimo Jesus, não posso despedir-me de Vós e sair da Vossa presença sem um profundo agradecimento. Sou imensamente grata a Vós, pelas inspirações e tão benéficos conselhos. Sois a verdade, o caminho e a vida. Sede Vós, ó Jesus, a minha vida. Amém!.
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