Logo nos primeiros meses do pastoreio de D. Navarro ficou bem claro que seu objetivo era introduzir o "Novo Ordo Missae" e com ele e através dele, introduzir o "PORGRESSISMO" na Diocese de Campos. Com a Missa Nova foram aceitas as vestes indecorosas nos templos sagrados, e até para a recepção dos sacramentos; logo apareceram os ministros e as ministras da Eucaristia; a comunhão de pé, as mulheres sem véu; e a comunhão na mão; as músicas modernas e prostestantizadas com violão, acordeon, pandeiro etc. Não vou relatar aqui os escândalos dos quais o povo logo tomou conhecimento e com grande tristeza.
Pois bem, os 25 padres que ficaram fiéis, mesmos os expulsos (porque o Bispo foi expulsando aos poucos: um por um) fizeram de tudo, com grande amor a Santa Igreja e as almas, para neutralizar a ação nefasta do progressismo que, como o fogo nos canaviais de Campos, foi rapidamente se alastrando.
Empregando a grande inteligência que Deus lhe deu, o grande lutador contra esta avalanche de males, foi, sem dúvida o nosso caríssimo colega o Revmo. Sr. Padre Fernando Arêas Rifan. Foi ele que escreveu o folheto com 60 razões contra a Missa Nova. Foi ele que escreveu, logo no início da gloriosa batalha em defesa da fé, um folheto respondendo as objeções que D. Navarro e os seus seguidores faziam para defender a Missa Nova. Esclareceu totalmente os fiéis que pudessem ainda conservar alguma dúvida, naquela triste conjuntura.
Logo no início se não me engano, escreveu um folheto intitulado "Missa Nova ou Missa Tradicional. Eis, na íntegra, o folheto:
MISSA NOVA OU MISSA TRADICIONAL
Esclarecendo dúvidas
Há muitos católicos, aliás no mundo inteiro, que dizem não poder, em consciência, aceitar a Missa Nova.
Contra eles, costuma-se dar três objeções:
- 1ª) A Missa Nova, na verdade é a mesma Missa de sempre. Não há portanto razão para recusá-la.
- 2ª) O Papa mandou explicitamente a Missa Nova. Ora os fiéis devem obedecer ao Papa, mesmo quando não fale "ex-cathedra".
- 3ª) O Papa, apesar de não usar neste caso a sua infalibilidade, não poderia errar em matéria tão grave.
RESPOSTAS
1ª OBJEÇÃO: A Missa Nova é a mesma missa de sempre.
É melhor deixar responder a isto o próprio Mons. Aníbal Bugnini, então secretário da Congregação do Culto Divino, o grande mentor da Missa Nova: "Não se trata apenas de retoques numa obra de grande valor, mas às vezes é preciso dar estruturas novas a ritos inteiros. Trata-se de uma restauração fundamental, eu diria quase uma mudança total e, para certos pontos, de uma verdadeira nova criação" (Doc. Cat. nº 1493, 7-5-67). Por estas palavras se vê que a Missa Nova já não é a mesma Missa Tradicional.
Aliás, se é a mesma coisa, então por que criticar e até perseguir os que querem ser fiéis à Missa Tradicional?
-2ª OBJEÇÃO: O Papa mandou explicitamente a Missa Nova.
Antes de responder, gostaria de fazer quatro perguntas a quem fizesse essa objeção:
a) Um Papa pode entrar em desacordo com a Tradição?
b) Se um Papa estiver em descordo com a Tradição, a quem devemos seguir, ao Papa ou à Tradição?
c) Um Papa pode terminar favorecendo uma heresia?
d) Se o Papa favorece a heresia, neste caso o que se deve fazer: obedecer ao Papa e favorecer a heresia ou conservar a Fé intacta?
Existem graves razões de Fé para não se aceitar a Missa Nova.
A Igreja condenou os erros protestantes. Definiu, com infalibilidade, dogmas de Fé sobre a PRESENÇA REAL de Jesus Cristo na SSma. Eucaristia, sobre o SACERDÓCIO HIERÁRQUICO distinto do dos simples fiéis, sobre o SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA.
A Igreja condenou aqueles que dizem que a Missa deve ser celebrada só em venáculo (em português) (Conc. de Trento).
A Igreja reprovou os que querem que a Consagração seja em voz alta (Conc. de Trento e Pio VI).
A Igreja reprovou o altar em forma de mesa (Pio XII).
Ora, na Missa nova, os erros que a Igreja me ensinou a reprovar agora são tidos como certos e aprovados. E mais. Os dogmas de fé acima citados, não são mais tão explícitos como o eram na Missa Tradicional, e isso é tão evidente que os Protestantes, que jamais toleraram a Missa Tradicional (Lutero a chama de abominável), afirmaram que, com a Missa Nova, teologicamente é possível que eles celebrem a sua ceia com as mesmas orações da liturgia reformada da Igreja Católica. (cf. Max Thurian, La Croix, 30-05-1969). Não é sintomático?!
Pode uma autoridade, por suprema que seja, nos impor algo que é contra a nossa Fé e que é ofensivo a Deus, Nosso Senhor?
Eis o dilema para todo bom católico: ou sacrificar a Fé e a Tradição em nome da obediência, ou manter-se firme na Fé e na Tradição, obedecendo ao que foi sempre ensinado pela Santa Igreja, e por isso ser taxado de rebelde e de desobediente!.
São Paulo já nos advertiu: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do Céu vos anuncie um Evangelho diferente daquele que vos tenho anunciado, seja anátema". (Gál. 1,8).
Não se trata de desobediência ou de rebeldia. Trata-se de fidelidade e lealdade à fé do nosso Batismo, e, portanto, à cátedra de Pedro e à Santa Igreja.
Pode-se cair em heresia ou favorecer a ela por palavras ou por atos. E os hereges sempre procuraram manifestar na liturgia os seus erros. Assim, por exemplo, no tempo da heresia monofisita, que negava as duas naturezas em Jesus Cristo, os hereges, quando celebravam a Missa, não colocavam a gotinha de água no vinho no ofertório, porque isto significa também a natureza humana de Cristo unida à natureza divina. Se um padre, naquela época, celebrasse a Missa assim, estaria fazendo, por este simples gesto, uma profissão de fé herética, terrivelmente ofensiva a Deus. E nenhuma autoridade poderia obrigá-lo a tal, porque era uma questão de fé.
O Papa Leão XIII afirmou na encíclica "Satis Cognitum": "Nada poderia ser mais perigoso que estes hereges que, conservando em tudo o mais a integridade da doutrina, por uma só palavra, como por uma só gota de veneno, corrompem a pureza e a simplicidade da Fé que nós recebemos da Tradição de Nosso Senhor e, depois, dos Apóstolos."
A obediência é uma virtude moral, inferior à Fé, que é uma virtude teologal. A obediência está condicionada à Fé. A Fé não tem limites. A obediência os tem. Obedecer é fazer a vontade de Deus, expressa na vontade dos superiores, representantes de Deus. Mas se a ordem dos superiores se revela em contradição com a vontade de Deus, então vale aplicar a frase de São Pedro: "É preciso obedecer a Deus antes que aos homens". (Atos, 5,29). Assim, o 4º Mandamento manda ao filho obedecer aos pais. Mas se o pai lhe manda algo contra a vontade de Deus, o filho não deve fazer o que o pai lhe ordena, e e peca se o fizer.
- 3ª OBJEÇÃO: O Papa, apesar de não empenhar neste caso a sua infalibilidade, não poderia errar em matéria tão grave.
Os que afirmam que o Papa, fora do campo da infalibilidade, não pode errar, apesar de ser matéria muito grave, estão afirmando mais do que o Concílio Vaticano I afirmou, mais do que Pio IX definiu. Estão querendo, segundo disse alguém (ndr: este alguém era D. Navarro) saber mais do que o Papa, ser mais católicos que o Papa. Pois se o Concílio definiu os contornos dentro dos quais não há possibilidade de erro, querer ampliar por conta própria estes contornos é querer saber mais do que o Papa e a Igreja.
Aliás, isso seria contraditório com a História da Igreja. Por exemplo, o Papa Honório I, em matéria muito grave e que interessava à Igreja toda, pois era uma decisão em assunto de heresia, ao dar uma ordem, falhou e foi antematizado por um Papa posterior porque favoreceu a heresia.
Portanto, nas coisas em que o Papa não é infalível, ele normalmente não erra, mas pode errar. Qual é o critério que nos ilumina sempre: a Tradição. O que for de acordo com a Tradição da Igreja é certo. O que não for é falso. Foi por esta razão que o Papa Honório foi anatematizado. Eis as palavras de São Leão II, Papa: "Anatematizamos Honório, que não ilustrou esta Igreja Apostólica, mas permitiu, por uma traição sacrílega que fosse maculada a Fé imaculada ("...") da TRADIÇÃO apostólica, que recebera de seus predecessores". "... Não extinguiu, com convinha à sua Autoridade Apostólica, a chama incipiente da heresia, mas a fomentou por sua negligência" (Denz. Sch. 563 e 561). Do mesmo modo o VI Concílio Ecumênico rejeitou de modo absoluto e execrou como nocivas às almas (sic) as cartas do Papa Honório, por ter "verificado estarem elas em inteiro desacordo" com a Tradição.
Eis porque o Concílio Vaticano I definiu: "O Espírito Santo não foi prometido aos sucessores de São Pedro para que estes, sob a revelação do mesmo, pregassem uma nova doutrina, mas para que, com sua assistência CONSERVASSEM SANTAMENTE e expusessem fielmente o depósito da Fé, ou seja, a revelação herdada dos Apóstolos". (D. 3070)
Virgem Mãe de Deus Maria,
que sozinha destruistes todas as heresias no mundo inteiro,
rogai pelo povo, intercedei pelo clero.
Pe. Fernando Arêas Rifan
ex-Diretor Diocesano do Ensino Religioso
Campos - RJ.
A Igreja condenou aqueles que dizem que a Missa deve ser celebrada só em venáculo (em português) (Conc. de Trento).
A Igreja reprovou os que querem que a Consagração seja em voz alta (Conc. de Trento e Pio VI).
A Igreja reprovou o altar em forma de mesa (Pio XII).
Ora, na Missa nova, os erros que a Igreja me ensinou a reprovar agora são tidos como certos e aprovados. E mais. Os dogmas de fé acima citados, não são mais tão explícitos como o eram na Missa Tradicional, e isso é tão evidente que os Protestantes, que jamais toleraram a Missa Tradicional (Lutero a chama de abominável), afirmaram que, com a Missa Nova, teologicamente é possível que eles celebrem a sua ceia com as mesmas orações da liturgia reformada da Igreja Católica. (cf. Max Thurian, La Croix, 30-05-1969). Não é sintomático?!
Pode uma autoridade, por suprema que seja, nos impor algo que é contra a nossa Fé e que é ofensivo a Deus, Nosso Senhor?
Eis o dilema para todo bom católico: ou sacrificar a Fé e a Tradição em nome da obediência, ou manter-se firme na Fé e na Tradição, obedecendo ao que foi sempre ensinado pela Santa Igreja, e por isso ser taxado de rebelde e de desobediente!.
São Paulo já nos advertiu: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do Céu vos anuncie um Evangelho diferente daquele que vos tenho anunciado, seja anátema". (Gál. 1,8).
Não se trata de desobediência ou de rebeldia. Trata-se de fidelidade e lealdade à fé do nosso Batismo, e, portanto, à cátedra de Pedro e à Santa Igreja.
Pode-se cair em heresia ou favorecer a ela por palavras ou por atos. E os hereges sempre procuraram manifestar na liturgia os seus erros. Assim, por exemplo, no tempo da heresia monofisita, que negava as duas naturezas em Jesus Cristo, os hereges, quando celebravam a Missa, não colocavam a gotinha de água no vinho no ofertório, porque isto significa também a natureza humana de Cristo unida à natureza divina. Se um padre, naquela época, celebrasse a Missa assim, estaria fazendo, por este simples gesto, uma profissão de fé herética, terrivelmente ofensiva a Deus. E nenhuma autoridade poderia obrigá-lo a tal, porque era uma questão de fé.
O Papa Leão XIII afirmou na encíclica "Satis Cognitum": "Nada poderia ser mais perigoso que estes hereges que, conservando em tudo o mais a integridade da doutrina, por uma só palavra, como por uma só gota de veneno, corrompem a pureza e a simplicidade da Fé que nós recebemos da Tradição de Nosso Senhor e, depois, dos Apóstolos."
A obediência é uma virtude moral, inferior à Fé, que é uma virtude teologal. A obediência está condicionada à Fé. A Fé não tem limites. A obediência os tem. Obedecer é fazer a vontade de Deus, expressa na vontade dos superiores, representantes de Deus. Mas se a ordem dos superiores se revela em contradição com a vontade de Deus, então vale aplicar a frase de São Pedro: "É preciso obedecer a Deus antes que aos homens". (Atos, 5,29). Assim, o 4º Mandamento manda ao filho obedecer aos pais. Mas se o pai lhe manda algo contra a vontade de Deus, o filho não deve fazer o que o pai lhe ordena, e e peca se o fizer.
- 3ª OBJEÇÃO: O Papa, apesar de não empenhar neste caso a sua infalibilidade, não poderia errar em matéria tão grave.
Os que afirmam que o Papa, fora do campo da infalibilidade, não pode errar, apesar de ser matéria muito grave, estão afirmando mais do que o Concílio Vaticano I afirmou, mais do que Pio IX definiu. Estão querendo, segundo disse alguém (ndr: este alguém era D. Navarro) saber mais do que o Papa, ser mais católicos que o Papa. Pois se o Concílio definiu os contornos dentro dos quais não há possibilidade de erro, querer ampliar por conta própria estes contornos é querer saber mais do que o Papa e a Igreja.
Aliás, isso seria contraditório com a História da Igreja. Por exemplo, o Papa Honório I, em matéria muito grave e que interessava à Igreja toda, pois era uma decisão em assunto de heresia, ao dar uma ordem, falhou e foi antematizado por um Papa posterior porque favoreceu a heresia.
Portanto, nas coisas em que o Papa não é infalível, ele normalmente não erra, mas pode errar. Qual é o critério que nos ilumina sempre: a Tradição. O que for de acordo com a Tradição da Igreja é certo. O que não for é falso. Foi por esta razão que o Papa Honório foi anatematizado. Eis as palavras de São Leão II, Papa: "Anatematizamos Honório, que não ilustrou esta Igreja Apostólica, mas permitiu, por uma traição sacrílega que fosse maculada a Fé imaculada ("...") da TRADIÇÃO apostólica, que recebera de seus predecessores". "... Não extinguiu, com convinha à sua Autoridade Apostólica, a chama incipiente da heresia, mas a fomentou por sua negligência" (Denz. Sch. 563 e 561). Do mesmo modo o VI Concílio Ecumênico rejeitou de modo absoluto e execrou como nocivas às almas (sic) as cartas do Papa Honório, por ter "verificado estarem elas em inteiro desacordo" com a Tradição.
Eis porque o Concílio Vaticano I definiu: "O Espírito Santo não foi prometido aos sucessores de São Pedro para que estes, sob a revelação do mesmo, pregassem uma nova doutrina, mas para que, com sua assistência CONSERVASSEM SANTAMENTE e expusessem fielmente o depósito da Fé, ou seja, a revelação herdada dos Apóstolos". (D. 3070)
Virgem Mãe de Deus Maria,
que sozinha destruistes todas as heresias no mundo inteiro,
rogai pelo povo, intercedei pelo clero.
Pe. Fernando Arêas Rifan
ex-Diretor Diocesano do Ensino Religioso
Campos - RJ.
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