PERGUNTA: O sacrifício de Jesus Cristo foi SACRIFÍCIO ÚNICO; portanto não há dois sacrifícios: o Sacrifício da Cruz e o Sacrifício da Missa. Só haveria, então, o sacrifício da Cruz.
RESPOSTA: O Sacrifício da Missa e o Sacrifício da Cruz não são dois sacrifícios mas são um ÚNICO E MESMO SACRIFÍCIO, porque a Vítima é UMA SÓ: NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. O Sacerdote também é o mesmo: NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. Pois o supremo sacerdote da Nova Lei, e na realidade o único sacerdote, é Jesus Cristo. O homem que celebra a santa Missa, o sacerdote católico, é um ministro de Cristo, que age apenas em nome de Cristo: "Os homens devem-nos considerar como UNS MINISTROS DE CRISTO E COMO UNS DISPENSADORES dos minstérios de Deus" (1 Cor. IV, 1). "Nós fazemos o ofício de EMBAIXADORES em nome de Cristo" ( 2Cor. V, 20).
Façamos algumas comparações: Quando o patrão manda o servo levar um presente a alguém, quem é que está dando o presente? É claro que é o patrão. Quando alguém escreve um discurso e manda outro ler, quem é o AUTOR do discurso? Quem o escreveu. Quando o rei manda um embaixador assinar um tratado de paz, quem o está assinando; é o embaixador em seu nome particular ou é o próprio rei? É claro que é o rei.
Os ministros de Cristo receberam esta ordem: "FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM" (São Lucas, XXII, 19).
Quando o sacerdote celebra a santa Missa, não diz: Isto é o Corpo de Cristo ou Isto é o cálice do Sangue de Cristo - mas diz: Isto é o MEU CORPO, Isto é o cálice DO MEU SANGUE, porque ele está agindo apenas em nome de Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote. Jesus é que quis ligar a sua presença no altar à vontade e à ação de um homem. Na verdade, o sacerdote só é sacerdote sob a dependência de Cristo e só age como Seu representante, Na Missa o sacerdote faz as vezes de Jesus emprestando suas mãos e seus lábios a Jesus. E depois da Consagração Jesus está presente no altar, oferecendo-se a si mesmo ao Pai. É Cristo que se oferece na Missa; os sacerdotes só se oferecem com Ele, por Ele e nEle. O sacerdote, portanto, é mero instrumento de Cristo e por vontade de Cristo. Já os sacerdotes da Antiga Lei eram independentes uns dos outros.
Concluindo: Não são dois sacrifícios mas um só. Porque a diferença está só no modo ao passo que a identidade está no fundamento, isto é, num e noutro são os mesmos o sacerdote e a vítima. No altar temos o mesmo Cristo e com as mesmas disposições que no Calvário, ou seja, no altar como na Cruz, Jesus é o adorador do Pai, confessando como homem a sua total dependência do Pai, pedindo perdão pelos pecados dos outros e disposto a ser obediente até à morte. E como já dissemos, o principal aos olhos de Deus Pai são estes sentimentos de Jesus, é o Seu oferecimento como Hóstia (=vítima).
Fixemos esta idéis para nos recordarmos dela a seu tempo. Talvez nos sintamos tentados a comportar-nos em face da Hóstia que o sacerdote levanta depois da Consagração como se ela fosse insensível, morta. Mas é um grande erro nosso! Pois Jesus está presente, vivo, glorioso e o seu estdo de espírito é o mesmo que quando foi levantado na Cruz pelos algozes. Por isso se a nossa fé for fraca não tiramos frutos da Santa Missa.
UMA PARÁBOLA
Em certo reino houve durante muito tempo, um problema: uma doença considerada incurável e muito propagada. Vários sábios procuraram uma solução; publicaram muitas obras sobre o assunto, porém inultilmente. Porque não davam a chave da solução do problema.
Apareceu, afinal, um GRANDE SÁBIO, que resolveu a questão para sempre: fez uma exposição diante do rei, demonstrando as causas da doença, estudando profundamente o asunto e mostrando o meio certo e seguro de combatê-la e evitá-la.
Suas palavras foram apanhadas pelos taquígrafos, depois publicadas em livro e se foram tirando muitas e muitas edições. Cada vez que sai uma nova edição é A MESMA OBRA porque é o mesmo autor e são as mesmas idéias, apesar dos tipos e capas serem diferentes. Já o mesmo não se dá com aquelas outras obras publicadas antes de se resolver o problema: eram obras diversas, de diversos autores e nenhuma encontrou A SOLUÇÃO DEFINITIVA.
APLICAÇÃO DA PARÁBOLA: é o que se deu com os sacrifícios da Antiga Lei: vítimas diversas, sacerdotes diversos. Ao passo que a Santa Missa é apenas a renovação do Sacrifício do Calvário, sendo a mesma vítima e o mesmo sacerdote. De modo que o padre que celebra não passa no caso, de um humilde tipógrafo que vai reeditar a grande OBRA DE CRISTO; não vai resolver um problema que por Cristo já foi resolvido.
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