TEXTOS BÍBLICOS: 1 -"Não há salvação em nenhum outro; porque, sob o céu, nenhum outro
nome foi dado aos homens, pelo qual nós devamos ser salvos" (S. Pedro
em At IV, 12).
2 - "Todos
pecaram e estão privados da glória de Deus e são justificados gratuitamente
pela sua graça, por meio da redenção, que está em Jesus Cristo".
REFLEXÕES: Deus criara o homem seu filho e
herdeiro do Céu. Criou-o em estado de graça e santidade. Mas, Adão, Cabeça do
gênero humano, prevaricou e assim perdeu tudo para si e para seus descendentes.
Se não houvesse um Salvador, os homens não poderiam entrar no Céu. Deus, Pai de
sabedoria e bondade infinitas, vendo a fraqueza do homem, quis usar de
misericórdia e dar-lhe um Salvador.
Deus quis
exigir uma reparação perfeita, isto é, equivalente à injúria. Neste plano, só o
próprio Deus poderia ser o Salvador, reparando a honra divina ultrajada pelo
pecado, dando novamente ao homem a graça santificante para assim poder merecer para
o Céu. Na verdade, a gravidade de uma ofensa se mede pela dignidade da pessoa
ofendida. Ora, o pecado ofendeu a Deus que é infinito, perfeitíssimo, a própria
Santidade. Logo o pecado, sob este aspecto, é de uma gravidade infinita. E só
Deus é infinito e, portanto, só Ele é que poderia dar uma reparação plena.
Por outro
lado, sendo o homem que pecou, o salvador da humanidade teria que ser UM
REPRESENTANTE dos homens, isto é, um homem. Concluindo, devemos dizer que o
Salvador deveria ser um DEUS-HOMEM.
Deus,
conciliando a Bondade com a Justiça, decretou a ENCARNAÇÃO: "O Verbo se fez carne e habitou entre
nós" (Jo I, 14). "Assim
como pelo pecado de um só [Adão], incorreram todos os homens na condenação,
assim, pela justiça de um só[Cristo],recebem todos os homens a justificação que
dá a vida" (Rm V, 18).
Como veremos
no capítulo seguinte, Jesus Cristo é uma Pessoa divina, a Segunda Pessoa da
Santíssima Trindade, o Verbo, o Filho. E, como ensina a Filosofia, "as
ações pertencem à pessoa". Assim, mesmo as ações operadas só pela natureza humana de Jesus (e
até as menores e mais simples) têm um valor infinito. Donde, mesmo dentro do
plano divino duma redenção proporcionada à falta, uma prece, uma lágrima de
Jesus seria suficiente. Jesus Cristo não tinha absolutamente nenhuma obrigação
de sujeitar-se aos extremos de suplício infame, vergonhoso e sangrento.
A Encarnação
e a Redenção são mistérios e mistérios de amor. É um amor infinito, e assim não
temos condição de avaliá-lo devidamente. Deus, após o pecado de Adão e Eva, não
quis reluzi-los ao nada do qual os tirou. Nem quis reduzir Adão e Eva ao estado
simplesmente natural e assim toda a subseqüente humanidade. E amou-nos de tal
modo que nos deu o seu Filho Unigênito: "O
Verbo se fez carne e habitou entre nós". S. Paulo diz: "Aniquilou-se a si mesmo, tomando a
forma de servo, tornando-se semelhante aos homens e sendo reconhecido por
condição como homem. Humilhou-se a si mesmo, feito obediente até a morte, e
morte de cruz! (Ef II, 7 e 8).
São sete
abismos de humilhação por nosso amor: Fazer-se homem; tomar a forma de servo;
assumir as fraquezas da carne (exceto o pecado); tomar a semelhança da carne do
pecado (como se Ele fosse o próprio pecado); esvaziar-se de Si mesmo (aniquilar-se);
fazer-se obediente até à morte; derramar o seu Sangue até a última gota numa
cruz. Razão tinha S. Paulo em dizer: "Quem
não amar a Jesus Cristo, seja anátema" (I Cr XVI, 22).
EXEMPLO: À entrada do Templo o Apóstolo Pedro disse a um homem paralítico
de nascimento: "Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: Em
nome de Jesus Cristo de Nazaré, levanta-te e anda. E tomando-o pela mão direita
o levantou, e imediatamente, se lhe consolidaram os pés e os tornozelos. E,
andando, soltando e louvando a Deus, entrou no Templo juntamente com os
apóstolos Pedro e João.
Jesus deu-nos a vida e, em
abundância: onde abundou o pecado do homem, superabundou a graça de Jesus
Cristo. Amém!
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