Para os espíritas não morremos uma só vez, porque depois da
morte nos encarnamos de novo e tornamos a viver. É bom que todos saibam que
este é, por assim dizer, "O DOGMA" do espiritismo; e assim o chamava
Allan Kardec. Em consequência desta teoria mentirosa (porque sem nenhuma base
bíblica, filosófica e científica), seguem-se outras teorias mentirosas do
Espiritismo: não existem os juízos particular e universal, não existem nem
purgatório, nem inferno, nem céu. O espírita fica insensível diante da morte.
Quanto a contradição com as Sagradas Escrituras, basta
citarmos um texto e mesmo assim para os cristãos, porque o Espiritismo também
não acredita na Bíblia. Aliás, a doutrina espírita é a negação completa e total
da Doutrina Cristã. Qual é este texto das Sagradas Escrituras que destrói
totalmente a possibilidade de reencarnação? É este de S. Paulo: "Foi decretado que os homens morram uma só
vez, e que depois disso se siga o juízo" (Hebreus IX, 27). Logo,
depois da morte, sentença imediata, prêmio ou castigo. Na verdade, o
Espiritismo transforma fantasias em dogmas de fé, e assim destroem os
verdadeiros dogmas da fé.
Quanto ao fundamento filosófico para a reencarnação, também
não existe. É mais ou menos assim: existe Saci-Pererê? Prá quem acredita,
existe; prá quem não acredita, não existe. Assim há espíritas que não acreditam
na reencarnação; para eles não existe. Há outros que acreditam: para estes
existe. Que belo argumento filosófico! Allan-Kardec dizia: "Generalidade e
concordância no ensino, esse é o caráter essencial" da doutrina espírita.
Ora, em matéria de reencarnação não há concordância. Os espíritas latinos, com
Allan-Kardec è frente, aceitam a reencarnação, porque "os espíritos
superiores revelaram". Já os anglo-saxões, com Staidon Moses, D. Home condenam
a reencarnação, porque "os espíritos superiores revelaram". Portanto,
a base filosófica do Espiritismo não passa de balela, contradita pelos próprios
espíritas.
E quanto à base científica? Vejam o que dizia Allan-Kardec:
"O Espiritismo é, antes de tudo, uma ciência..." e "o
Espiritismo - em suma
- é uma sociedade científica,
como tantas outras, que se ocupa de aprofundar os diferentes pontos da ciência
espírita". Mas, nada mais falso! Que é ciência? É o conhecimento metódico
de uma coisa, pelas suas causas. O que diferencia conhecimentos científicos de
conhecimentos vulgares, não científicos, é o método. O método leva à certeza.
Porque não fica no achismo, mas tudo é comprovado metodicamente pelas
experiências. Portanto, sem certeza demonstrada metodicamente não há ciência.
Só é científico o que é demonstrado metodicamente.
Mas, que significam para os espíritas estes "espíritos
superiores". O Espiritismo engana a muitos com " a comunicação com os
espíritas". Os intermediários são os MÉDIUNS. Mas o próprio Allan-Kardec
fala em médiuns trapaceiros, interesseiros, ignorantes, velhacos,
mistificadores...
Agora, não poderia deixar de falar sobre o papel do demônio
no Espiritismo. Quando em 1975, havia há poucos dias tomado posse de minha
primeira paróquia (Paróquia da Igreja de Nossa Senhora do Terço em Campos, RJ,
apareceu um senhor estranho e pediu-me uma conversa em particular. Perguntei se
era confissão e ele disse que não. Disse-me o tal homem: Desde de novo que
pertenço ao Espiritismo, e sei de tudo a respeito, mas por fim o meu chefão,
pediu que eu entregasse minha alma ao demônio e, só assim, poderia conseguir o
máximo. E perguntou-me: que você acha? Demorei muito tempo explicando a
doutrina católica, a única verdadeira. Mas despediu-se e nunca mais o vi. Qual
foi sua intenção não sei. Mas Deus permitiu isso no início de meu ministério, e
com certeza muito me incentivou para lutar contra o Espiritismo que já naquela
época grassava terrivelmente em Campos. Contei esta passagem para meu pai e ele
disse-me que iria contar o que se passou com meu avô: "Certo dia, -
disse-me meu pai - um
grande amigo de papai convidou-o para ir á uma sessão espírita. Ele disse que
sendo católico, não iria, porque o espiritismo tem ajuda do demônio. Mas tanto
o amigo insistiu, dizendo que ele também era católico e que só queria um
companheiro para ver como funcionava aquilo. Por fim meu pai consentiu, mas que
ele ficaria de lado rezando o seu santo terço. Assim foram. Chegando lá pela
meia noite, estando todos na sala, o meu pai rezando discretamente o seu terço,
eis que chegam os médiuns e começam a invocar alguém com nome diferente. Mas
ficaram todos parados durante algum tempo, porque nada diferente aconteceu.
Então o dono do Centro Espírita, voltou-se para os assistentes e perguntou se
ali havia alguém descrente de seu trabalho. Meu pai, respondeu que era ele, que
estava rezando o Terço. O homem chamou-o lá fora e disse-lhe: Filipe Murucci
(era o nome de meu avô), não diga nada prá ninguém, mas, na verdade, isto aqui
é um meio de vida, com a ajuda do demônio. Mas hoje falhou, porque você estava
rezando o Terço, e, em verdade, sei que a Igreja verdadeira é a Católica".
Caríssimos, o que reina no Espiritismo é a fraude, mas não
podemos negar que, às vezes, há intervenção do demônio, que, como todos sabem,
é o pai da mentira, da trapaça. Aliás o Espiritismo teve inícios em trapaças
numa família de sobrenome Fox, como depois veremos. Realmente, há certos fatos
no Espiritismo que só se explicam por intervenção do demônio. Não pode ser
Deus, nem Anjo bom, nem alma. As almas dos
defuntos estarão ou no purgatório, ou no céu, ou no inferno. Mas estão
sob o domínio de Deus como os Anjos bons. Elas e os Anjos só poderiam aparecer
ou intervir com permissão especial ou desígnios de Deus, como aconteceu com o
Rei Saul (Cf. 1 Samuel XXVIII e neste
caso, de acordo com a maioria dos exegetas, Samuel apareceu realmente, não
porém, por força das palavras da necromante (a qual ficou aterrorizada), mas
por obra de Deus, que quis anunciar por boca de Samuel o grande castigo. Na
verdade, Deus proíbe a necromancia como se lê em Levítico XIX, 31 e XX, 6). Ora, Deus não poderá manifestar-se ao permitir
que os Anjos bons ou almas se manifestem de algum modo em sessão espírita. Se Deus
se manifestasse, ou permitisse seus Anjos bons ou almas se imiscuírem nas
sessões espíritas, Deus estaria favorecendo a mentira e a trapaça; o que seria
blasfêmia afirmá-lo. Trapaça não é de Deus mas do demônio. São Paulo escreve
umas coisas na Bíblia que parecem estar se dando no Espiritismo: "Aparecerá aquele tal na virtude de
Satanás, com toda sorte de portentos e prodígios, procurando a todo transe
levar à iniquidade os que se perdem por não abraçarem o amor à verdade, que os
poderia salvar. É por isso que Deus lhes manda o poder da sedução, para darem
fé à mentira e serem entregues ao juízo todos os que não deram crédito à
verdade, mas antes se comprazeram na iniquidade" (II Tess. II, 9 -14).
Poderiam os espíritas dizer: nem tudo é demônio, mas há
mensagens boas, de amor e fraternidade... Resposta: nem tudo pode ser demônio,
é sobretudo o médium que se engana e engana os outros. E mesmo o demônio, como
diz a Bíblia, "se transforma em anjo de luz" (II Cor. XI, 14), para
melhor enganar.
Para terminar: Em 1959, quando eu estudava em Tombos, MG. o
nosso Bispo D. José Eugênio Corrêa, da Diocese de Caratinga, escreveu um
livrinho "O ESPIRITISMO". No
c. 2 . O ESPIRITISMO NASCEU DE UMA TRAPAÇA diz o seguinte: "Sob o título
de um grande acontecimento na história do Espiritismo, "La Revue
Spirite", uma das principais e mais antigas do Espiritismo, fundada pelo
próprio Allan Kardec em 1858, resume uma solenidade de quatro dias em
Hydesville, por motivo da inauguração de um monumento comemorativo das primeiras
manifestações espíritas, que ali se deram em 1848. A ideia do monumento veio do
Congresso Espírita de Paris, realizado em 1925. Entre as cerimônias oficiais
realizadas em Hydesville, conta-se uma peregrinação espírita que ali foi
colocar uma lápide de granito onde se lê: "Aqui nasceu o movimento
espírita moderno. Neste lugar em Hydesville estava a casa de habitação das
irmãs Fox, cuja comunicação mediúnica com o mundo espírita foi estabelecida a
31 de março de 1848".
A família Fox compunha-se de Dr. João, Margarida sua esposa,
e as filhas Margarida e Catarina. Os filhos, Davi e Ana Lah, moravam fora. A
casa dos Fox era tida por mal assombrada.
A mãe começa a ouvir ruídos estranhos, que pareciam vir do
quarto das meninas, com a particularidade de só se produzirem, quando elas
estavam acordadas. A mãe ia ficando muito alarmada, enquanto que as meninas não
se incomodavam.
A 31 de março de 1848, dia célebre para o Espiritismo, a
mais moça da meninas teve a idéia de dizer estas palavras: "Ouve tu, pés
de cabra, como eu faço". E batia com os dedos da mão. E golpes misteriosos
repetiam o que ela fazia. Isto na presença da mãe, enquanto que as meninas
estavam na cama, cuja cabeceira e pés
eram de tábuas de madeira. Note-se, ainda, que a mãe era supersticiosa e
medrosa. E as meninas brincalhonas.
Depois a própria mãe pergunta: "Serás um
espírito?" Se assim és, dá dois golpes". E os dois golpes se fizeram
ouvir. E as experiências se repetiram de diversos modos. E a notícia dos
acontecimentos ia-se espalhando.
As irmãs Fox mudaram-se para Rochester e o espírito as
acompanha. Veio juntar-se a elas a irmã Lah, espírito prático e interesseiro.
Foi ela que se lembrou de atribuir as pancadas aos espíritos do outro mundo.
Depois de quatro meses, mudam-se para Nova Iorque e de lá o
incipiente Espiritismo alastrou-se pelo mundo.
Seria mesmo espírito do outro mundo? Nenhuma prova. Ao
contrário, os sinais de trapaça são evidentes.
Em fevereiro de 1851, uma comissão de médicos e professores
de Buffalo inspecionam tudo, examina as meninas e se pronuncia contra a
autenticidade dos fatos.
Em 1888 Margarida revelou ao New York Herald que ela e sua
irmã Catarina haviam sido, desde o início, vítimas da Lah. O que faziam eram
imitar pancadas com os dedos e responderam elas mesmas para enganar a mãe.
Depois, por sugestão de Lah e outras pessoas interessadas, acharam bom o
"negócio" e assim mantiveram e alimentaram a mentira. Disse
textualmente: "Nossa irmã servia-se de nós nas suas exibições, e nós
ganhávamos dinheiro para ela..." (N. Y. Herald, de 24 de dezembro de
1888).
Pouco depois, a 9 de outubro, sua irmã Catarina chagava da
Europa e fazia idênticas declarações ao New York, diante de uma multidão de
pessoas, entre as quais numerosos espíritas.
Dizem os espíritas que dois meses depois houve uma
contra-retratação. Mas, a portas fechadas, perante espíritas, e nenhuma prova.
Eles dizem e é só...
Devemos notar que a retratação foi pública, solene e livre,
com todas as características da sinceridade. E da contra-retratação nada consta
de claro.
Catarina morreu em 1893, vítima de excesso de álcool
Margarida fez-se católica (eram antes de família protestante).
Estava desfeita a trapaça. Acontece, porém, que em França,
Léon Hippolyte Denizart Rivail
(Allan-Kardec), havia-se feito codificador e doutrinador do espiritismo.
Foi ele propriamente o Fundador do Espiritismo como Religião.
Uma ideia em marcha, por muito absurda e ilusória que seja,
não volta mais atrás e encontrará sempre adeptos. Como diz a Bíblia: "É
infinito o número dos estultos" (Eclesiástico I, 15).
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