sexta-feira, 5 de julho de 2013

A CERTEZA DA SALVAÇÃO - ( 3 )

   86.  NÃO HÁ CONDENAÇÃO (b).

   O que é que São Paulo entende por OBRAS DA CARNE?

   Ninguém melhor do que ele nos poderá esclarecer; vejamos, portanto, o que diz o próprio São Paulo:

   As OBRAS DA CARNE são manifestas, como são: a fornicação, a impureza, a luxúria, a idolatria, os malefícios, as inimizades, as contendas, as rivalidades, as iras, as rixas, as discórdias, as seitas, as invejas, os homicídios, a embriaguez, as glutonerias e outras coisas semelhantes, sobre as quais vos previno, como já vos disse, que os que as praticam não possuirão o reino de Deus (Gálatas V-19 a 21).

   Os que fazem as obras da carne NÃO POSSUIRÃO O REINO DE DEUS, portanto, não estão no número daqueles para os quais NÃO HÁ CONDENAÇÃO. São Paulo enumera aí vícios que são contra a castidade, como a fornicação, a impureza, a desonestidade e a luxúria; enumera um pecado que é contra a virtude da religião: a idolatria; enumera pecados que são contra a caridade: os malefícios, as inimizades, as contendas, as rivalidades, as iras, as discórdias, as invejas, os homicídios; enumera ou que são contra a temperança: a embriaguez e as glutonerias.
   E entre estas OBRAS DA CARNE, São Paulo aponta aí um fenômeno que é ao mesmo tempo contra a fé e contra o espírito de união: AS SEITAS.
   Ninguém pode falar em SEITAS, sem se lembrar imediatamente do PROTESTANTISMO. A Igreja, na sua longa história de 20 séculos, se tem defrontado com um grande número de seitas. Às vezes de umas têm nascido outras, como é natural.

   Mas o Protestantismo se apresentou, logo desde os seus inícios, como algo inteiramente novo: não como uma seita simplesmente, mas como UMA FÁBRICA DE SEITAS EM LARGA ESCALA. Dizendo a todas as pessoas do mundo, sem exceção, mesmo às mais rudes e ignorantes, mesmo àqueles que gostam de ter opiniões bem originais e extravagantes, mesmo aos que são desequilibrados, mesmo aos que têm a mania de serem líderes religiosos, de se apresentarem como enviados de Deus, de fundarem religiões novas, mesmo aos "indoutos e inconstantes que gostam de adulterar as Escrituras, para ruína de si mesmos", dizendo a todos estes: a Bíblia é um livro muito fácil de interpretar, Vocês têm o direito de comentá-la, como acharem mais razoável - o Protestantismo renunciou ao gosto que tiveram as outras heresias de ter uma doutrina SUA, um credo próprio, para se tornar uma heresia industrializada e variadíssima, uma fonte imensa de heresias, as mais desencontradas (1). Mais adiante daremos uma amostra das profundas divergências que existem entre as seitas protestantes.

   (1) Nota: A versão de Ferreira de Almeida traz, neste trecho de S. Paulo que estamos comentando, a palavra HERESIAS em vez da palavra SEITAS. Mas isto em nada altera o sentido. A passagem de S. Paulo continua a ser uma condenação das seitas protestantes, pois todos os 'evangélicos" reconhecem que há dentro das seitas, nascidas do livre exame, nascidas do Protestantismo, muitas HERESIAS. Elas próprias se acusam umas às outras de heréticas, o que a ninguém surpreende, uma vez que ensinam em muitos pontos doutrinas totalmente diversas. E é interessante notar que a mesma palavra grega aí empregada "HÁIRESIS" aparece em outros textos da Bíblia; e em vários lugares é traduzida nas versões protestantes (tanto de Ferreira de Almeida, como da Sociedade Bíblica do Brasil) pela palavra SEITAS (Atos: V-17; XV-5; XXIV-5; XXIV-14; XXVIII-22). 

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