47. PECADO MORTAL E PECADO VENIAL.
Mas, se tudo o que fazemos é pecado, e pecado mortal, como podemos com esses pecados entrar no céu?
Lutero esclarece: "Aquele que crê tem tão grandes pecados como o incrédulo, mas lhe são perdoados, não lhe são mais imputados" (Comentário da Epístola aos Gálatas III-25).
Lutero não admite a justificação do pecador, no sentido católico de que ele se pode tornar realmente um justo, transformado e regenerado interiormente pela graça de Deus, mas no sentido de que Deus externamente o considera justo, embora ele seja realmente o mesmo pecador. O que não crê, tudo o que faz é pecado mortal; o que crê pode fazer as mesmas coisas, mas Deus por um decreto considera veniais todos estes pecados. Diz Lutero: "Para aquele que não crê, não somente todos os pecados são mortais, mas todas as suas boas obras são pecados... É, portanto, pernicioso o erro dos sofistas que distinguem os pecados de acordo com os atos e não de acordo com as pessoas. Naquele que crê o pecado é venial; é mortal para o que não crê, não que seja diferente, menor e maior noutro, mas porque as pessoas são diferentes" (Weimar II- 110; IV-161).
A razão desta diferença é que Jesus Cristo toma o lugar do pecador que crê. Cristo é "o manto que oculta a nossa vergonha, a cobertura de nossa ignomínia. Ele deixa o pecador pendurar-se nas suas costas e assim o livra da morte e da carcereiro" (Apud Denifle-Paquier III- 67, 367) é "a galinha sob cujas asas devemos refugiar-nos, afim de que seu cumprimento da lei se torne o nosso. Ó amável galinha! ó felizes pintinhos!" (Weimar I-35).
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