LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA
O Santo Concílio de Trento declara que o verdadeiro arrependimento é uma dor da alma
e uma detestação do pecado cometido, COM O BOM PROPÓSITO DE NÃO MAIS PECAR. Donde
concluímos que o arrependimento e o bom propósito vêm necessariamente juntos.
Em outras palavras: não pode haver verdadeiro arrependimento se não houver ao
mesmo tempo o propósito firme, universal e eficaz de não mais pecar. E o
propósito só será sincero e verdadeiro, se
apresentar estas três condições: ser firme, ser universal e ser eficaz.
Vamos explicar estas três características do bom propósito. Neste artigo
veremos que o bom propósito deve ser FIRME.
1. PROPÓSITO FIRME: É firme quando o penitente está
resolvido a sofrer tudo antes do que a ofender a Deus. Deve poder dizer com São
Paulo: "Quem nos separará, pois, do
amor de Jesus Cristo? Será a fome, a sede, a pobreza, a perseguição, a espada,
a morte? Não, nem a morte, nem a vida, nem nenhuma criatura qualquer que seja,
poderá separar-nos do amor de Deus. (Rom. VIII, 35, 38).
Dirá alguém: Quereria não mais ofender a Deus; mas as
ocasiões e a minha fraqueza far-me-ão recair. Quem fala assim é porque não tem
um verdadeiro propósito. Por isso diz: "quereria". Podemos afirmar
que tal pessoa que assim fala só tem uma simples VELEIDADE, isto é, simples
capricho passageiro. O verdadeiro propósito, como foi dito acima, é uma
resolução de sofrer toda a espécie de mal, antes do que recair no pecado. Sem
dúvida, as ocasiões estão aí, e somos fracos, principalmente se contraímos algum
hábito vicioso, enquanto o demônio é forte; mas Deus é mais forte do que o
demônio: com o socorro de Deus podemos vencer todas as tentações do inferno.
Assim dizia S. Paulo: "Tudo posso
n'Aquele que me fortalece" (Filip. IV, 13). É verdade que, por causa
da nossa fraqueza, devemos sempre temer, e sempre desconfiar das nossas
próprias forças. Mas devemos esperar em Deus, confiando em que a sua graça nos
fará vencer todos os ataques dos nossos inimigos. Davi dizia: "Invocarei o Senhor, e serei livre dos
meus inimigos" (Salmo 17, 4).
Quem se recomenda a Deus nas tentações nunca sucumbirá. Muitos
ainda dizem: Mas tenho-me recomendado a Deus, e a tentação continua. -
Caríssimos que assim falais: - Então! continuem a reclamar o socorro do Senhor,
enquanto durar a tentação, não sucumbireis. "Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados acima das vossas
forças" (1 Cor. X, 13). Deus prometeu conceder o seu socorro àqueles que
o pedem, e prometeu a todos, justos e pecadores: "Quem pede recebe" (Mat. VII, 8). Não há, portanto,
desculpa para o pecador, pois, se ele se recomendasse a Deus, o Senhor estenderia
sua mão para o sustentar. Assim, aquele que cai no pecado, nele cai por sua
culpa, ou porque não quer pedir a Deus o socorro de que necessita, ou porque
não quer aproveitar o socorro que Deus lhe dá.
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