quinta-feira, 8 de julho de 2021

OS BONS CRISTÃOS

OS BONS CRISTÃOS

 

                                                          Dom Fernando Arêas Rifan*        

                                              

            Quando se quer conhecer uma empresa ou uma agremiação, o melhor espelho dela são os seus bons membros, que compensam as fraquezas dos maus. Os bons, os que seguem as normas e são corretos, são os que verdadeiramente representam a empresa ou agremiação. Quem quiser conhecer os brasileiros, não deve ir ao presídio. Ali não estão os melhores cidadãos. Mas deve pesquisar as pessoas honradas e cumpridoras dos seus deveres.

            O mesmo acontece com a Igreja. Quem quiser conhece-la, e ela tem vinte séculos, deve olhar, não os hereges ou os maus cristãos, mas os santos. Esses realmente a representam e são exemplos para todos. Esses são os verdadeiros cristãos, os que seguiram os seus ensinamentos.

“A santidade é o rosto mais belo da Igreja” (Papa Francisco – Gaudete et Exsultate, 9). E a Igreja tem santos de todas as condições e classes sociais, a nos ensinar que qualquer um, de qualquer posição ou profissão, pode vir a ser santo. São os modelos de cristãos. 

No último dia 3, foi nos proposta a veneração de São Tomé, apóstolo, muito conhecido pela recusa em acreditar na ressurreição de Jesus, a menos que o visse com seus próprios olhos e tocasse nas cicatrizes de suas chagas. São Gregório Magno comenta que “mais nos serviu para a nossa fé a incredulidade de Tomé, que a fé dos discípulos fiéis”. Pois, tendo Jesus lhe aparecido, o fez tocar nas suas chagas, recebendo dele a firme profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus!”. São João afirma, o que São Tomé corrobora: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas mãos apalparam... nós vos anunciamos” (1Jo 1, 1). Ele pregou o Evangelho na Pérsia, onde foi martirizado pela sua Fé, apagando com o seu sangue, seu pecado de incredulidade.  

Domingo passado, transferido do dia 29 de junho, tivemos a solenidade de São Pedro e São Paulo. Pedro, escolhido de propósito por Jesus para chefe e fundamento da sua Igreja, engloba a fraqueza humana e a força divina que o sustentava e sustenta em seus sucessores, vigários de Cristo na terra. Paulo, fariseu fanático, convertido no encontro com Jesus ressuscitado, tornou-se o grande propagador do cristianismo no mundo pagão greco-romano.

No dia 6, festejamos Santa Maria Goretti, denominada a Santa Inês do século XX, assassinada em 6 de julho de 1902, com 12 anos de idade, porque preferiu morrer a ofender a Deus, pecando contra a castidade, como a queria forçar seu assassino. Era uma menina de família católica, de boa formação. Exemplo de resistência às seduções e assédios.

Dela disse o Papa Pio XII: “Santa Maria Goretti pertence para sempre ao exército das virgens e não quis perder, por nenhum preço, a dignidade e a inviolabilidade do seu corpo. E isso não porque lhe atribuísse um valor supremo, senão porque, como templo da alma, é também templo do Espírito Santo. Ela é um fruto maduro do lar cristão, onde se reza, onde se educam os filhos no temor de Deus e na obediência aos pais. Que o nosso debilitado mundo aprenda a honrar e a imitar a invencível fortaleza desta jovem virgem”.

 

        *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 São João Maria Vianney

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quinta-feira, 24 de junho de 2021

ELE NÃO ERA UMA CANA

 Dom Fernando Arêas Rifan*      

 

            Dia 24 de junho, celebramos São João Batista. Assim cognominado pelo batismo que administrava, foi o precursor de Jesus, que fez o seu elogio, dizendo: “Entre todos os nascidos de mulher não surgiu quem fosse maior que João Batista” (Mt 11,11).

Foi ele que apresentou Jesus ao povo de Israel. Anunciado ao seu pai, Zacarias, foi santificado ainda no seio materno quando da visita de Nossa Senhora, já grávida do Menino Jesus, à sua prima Isabel. Por isso a Igreja festeja, no dia 24, o seu nascimento, ao contrário de todos os outros santos, dos quais ela só comemora a morte, ou seja, seu nascimento para o Céu.

Desde criança, retirou-se para o deserto para fazer penitência e se preparar para sua futura missão. Ministrava ao povo o batismo de penitência, ao qual Jesus também acorreu, por humildade. Sua pregação era: “Arrependei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo... Produzi fruto digno de vosso arrependimento... Eu vos batizo com água, como sinal de arrependimento, mas o que vem depois de mim é mais forte do que eu. Eu nem sou digno nem de carregar suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3, 2, 8, 11).

Jesus, no começo do seu ministério público, quis também, por humildade, misturando-se aos pecadores, ser batizado por João. João quis recusar, dizendo: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?... Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água e o céu se abriu. E ele viu o Espírito de Deus descer, como uma pomba e vir sobre ele. E do céu veio uma voz que dizia: ‘Este é o meu Filho amado; no qual eu me agrado’” (Mt 3, 14, 16-17).

            Jesus fez dele também um outro elogio importante: “Que fostes a ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento?” (Mt 11, 7). Por que não era uma cana agitada pelo vento? São João Batista era o homem da verdade, sem acepção de pessoas. Por isso admoestava o Rei Herodes contra o seu pecado de infidelidade conjugal e incesto, o que atraiu a ira da amante do rei, Herodíades, que instigou o rei a metê-lo no cárcere. No dia do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades, Salomé, dançou na frente dos convivas, o que levou o rei, meio embriagado, a prometer-lhe como prêmio qualquer coisa que pedisse. A filha perguntou à mãe, que não perdeu a oportunidade de vingar-se daquele que invectivava seu pecado. Fez a filha pedir ao rei a cabeça de João Batista. João foi decapitado na prisão, merecendo o elogio de Jesus, por ser um homem firme e não uma cana agitada pelo vento.

Assim, a virtude que mais sobressai em João Batista, além da sua humildade e penitência, é a firmeza de caráter, tão rara hoje em dia, quando muitos pensam ser virtude o saber “dançar conforme a música”, ser uma cana que pende de acordo com o vento das opiniões, o pautar a vida pelo que dizem ou acham e não pela consciência reta, voz de Deus em nosso coração. João Batista foi fiel imitador de Jesus Cristo, caminho, verdade e vida, que, como disse o poeta João de Deus, “morreu para mostrar que a gente pela verdade se deve deixar matar”.                                                                                                                                             

 

        *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  São João Maria Vianney

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quarta-feira, 9 de junho de 2021

O APÓSTOLO DO BRASIL

     Dom Fernando Arêas Rifan* 

  

Sexta-feira próxima, celebramos a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, recordando o grande amor de Deus por nós. Jesus Cristo, Deus feito homem, tem um coração como o nosso, com todas as perfeições divinas e humanas, num coração perfeito. E esse amor nós vemos espelhado no coração dos santos, que se dedicaram a espalhar o amor de Deus pelo mundo.

            Exemplo desse amor, nós o temos no Apóstolo do Brasil, o grande missionário São José de Anchieta, falecido em 9 de junho de 1597, em Reritiba, hoje Anchieta ES. Por isso, nesse dia, celebramos a sua memória.

São José de Anchieta nasceu na verdade em Tenerife, no arquipélago espanhol das Canárias, em 19 de março de 1534. Tendo recebido uma primorosa educação cristã em sua família, foi enviado a estudar em Coimbra, onde dividia o seu tempo entre o estudo e a oração. Sentindo-se chamado por Deus para a vida consagrada e desejando levar a luz do Evangelho aos que não o conheciam, entrou, aos 17 anos, na Companhia de Jesus, sociedade religiosa missionária recém-fundada por Santo Inácio de Loyola. Deus o provou com uma grave doença, com fraqueza e dores em todo o corpo, durante dois anos. Os superiores decidiram enviá-lo ao Brasil, na esperança de que o bom clima da terra lhe fizesse bem. Providência divina! Partiu de Lisboa em 1553, com 19 anos de idade, acompanhando o novo Governador Geral do Brasil, Duarte da Costa, e alguns outros jesuítas. 

Viveu aqui no Brasil dos 19 aos 63 anos, idade em que morreu, sendo ao longo desses 43 anos o verdadeiro “Apóstolo do Brasil”, participando da fundação de escolas, igrejas e cidades, liderando a catequese dos índios, aprendendo perfeitamente a língua deles e escrevendo a primeira gramática brasileira em tupi. É, junto com o Pe. Manuel da Nóbrega, o fundador da cidade de São Paulo, tendo estado também no Rio por ocasião da fundação da cidade, onde dirigiu o Colégio dos Jesuítas. Preparou alas da escola como enfermaria, criando a Santa Casa do Rio de Janeiro, sendo, além disso, diretor do Colégio dos Jesuítas em Vitória ES.

Anchieta lutou para que o Brasil não ficasse dividido entre portugueses e franceses. Quando, apoiados pelos franceses, os Tamoios se rebelaram contra os portugueses, Anchieta se ofereceu como refém, enquanto Manuel da Nóbrega negociava a paz. Ficou cinco meses no cativeiro, resistindo à tentação contra a sua castidade, pois os índios ofereciam mulheres aos prisioneiros. Para manter a virtude, Anchieta fez uma promessa a Nossa Senhora de que escreveria um poema em sua homenagem: é o seu célebre “Poema da Virgem”, de 4.172 versos.

A pé ou de barco, Anchieta viajou pelo Brasil inaugurando missões, catequizando e instruindo os índios e colonos, consolidando assim o cristianismo e o sistema de ensino no país, fundando povoados, sendo o grande promotor da expansão e interiorização do país. Ele amou os pobres e sofredores, amenizando e curando seus males e foi solidário com os índios, ajudando-os conhecer e amar a Deus em sua própria língua e costumes. Sadia enculturação!

 

        *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 São João Maria Vianney

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quarta-feira, 12 de maio de 2021

OS SEGREDOS DE FÁTIMA

                                                           Dom Fernando Arêas Rifan*      

No dia 13 de maio, celebramos o 104o aniversário da primeira de uma série de aparições de Nossa Senhora a três simples crianças, pastores de ovelhas, em Fátima, pequena cidade de Portugal, de onde a devoção se espalhou e chegou ao Brasil. São sempre atuais e dignas de recordação as suas palavras e seu ensinamento.

O segredo da importância e da difusão de sua mensagem está exatamente na sua abrangência de praticamente todos os problemas da atualidade. Aquelas três simples crianças foram os portadores do “recado” da Mãe de Deus para o Papa, governantes, cristãos e não cristãos do mundo inteiro.

Aos pastorinhos, em Fátima, Nossa Senhora revelou três segredos, mais tarde divulgados. O primeiro segredo diz respeito a cada um de nós, individualmente, e é sobre a nossa salvação eterna. Foi a visão do inferno, que assustou saudavelmente as crianças: “Vistes o inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores...”. E recomendou-lhes a oração e o sacrifício pelos que estão longe de Deus: “muitas almas se perdem porque ninguém oferece sacrifícios por elas”. “Não ofendam mais a Deus, Nosso Senhor, que já está muito ofendido”.

O segundo segredo diz respeito ao mundo, à sociedade em geral: a difusão do comunismo: “A Rússia espalhará os seus erros pelo mundo”. A Rússia tinha acabado de adotar o comunismo, aplicação prática da doutrina marxista, ateia e materialista.  Nossa Senhora nos alerta contra esse perigo, o esquecimento dos bens espirituais e eternos, erro que, conforme sua predição, vai cada vez mais se espalhando na sociedade moderna, vivendo os homens como se Deus não existisse: o ateísmo prático, o secularismo.  Se o comunismo, como sistema econômico, fracassou, suas ideias continuam vivas e penetrando na sociedade atual. Aliás, os outros sistemas econômicos, se também adotam o materialismo e colocam o lucro acima da moral e da pessoa humana, adotam os erros do comunismo e acabam se encontrando na exclusão de Deus. Sobre isso, no discurso inaugural do CELAM, em 13 de maio de 2007, em Aparecida, o Papa Bento XVI alertou: “Aqui está precisamente o grande erro das tendências dominantes do último século... Quem exclui Deus de seu horizonte, falsifica o conceito da realidade e só pode terminar em caminhos equivocados e com receitas destrutivas”. Fátima é, sobretudo, a lembrança de Deus e das coisas sobrenaturais aos homens de hoje.

O terceiro segredo diz respeito à Igreja: a visão de um homem de branco, na praça de São Pedro, andando sobre os cadáveres de bispos e padres, sendo depois abatido, simbolizando a perseguição à Igreja, a cristofobia (ou cristianofobia), a decadência religiosa, a perda da fé, a perda da influência do cristianismo na civilização atual.

Enfim, Fátima é a recapitulação e a recordação do Evangelho para os tempos modernos. O Rosário, tão recomendado por Nossa Senhora, é a “Bíblia dos pobres” (São João XXIII). Assim, sua mensagem é sempre atual. É a mãe que vem lembrar aos filhos o caminho do Céu.

 

        *Bispo da Administ12ação Apostólica Pessoal

                                                                                                                                                                                                                                                                                                           São João Maria Vianney

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quarta-feira, 5 de maio de 2021

MÃES PARABÉNS

 


                                                          Dom Fernando Arêas Rifan*          

           

Domingo próximo: Dia das Mães: desde já, parabéns! Já contei isso aqui, mas, de tão belo, vale a pena repetir. A agência de empregos Mullen, de Boston, resolveu divulgar nos jornais e postar na internet uma vaga de trabalho diferente, convidando os interessados para uma entrevista. A oferta era de um emprego difícil, com responsabilidades e requisitos bem amplos, em que as pessoas interessadas deveriam trabalhar 135 horas por semana ou mais, basicamente 24 horas por dia nos sete dias da semana, 365 dias por ano; exercer em pé, na maior parte do tempo, com a possibilidade de se sentar, de tempos em tempos; ter capacidade de improvisar, um grande poder de negociação e habilidades interpessoais; não ter horário fixo de almoço, quer dizer, podem almoçar, mas quando o seu associado já tiver almoçado; ter paciência ilimitada; capacidade de trabalhar num ambiente caótico, alto nível de energia, mobilidade constante; às vezes vai ser preciso ficar com um associado durante a noite. Se você tiver uma vida, pedimos que você abandone essa vida. Sem benefício e sem salário. Trabalho nos feriados, Natal e Ano Novo. Conhecimento básico de medicina, finanças, gastronomia e pedagogia. Você terá uma grande alegria em ajudar o seu associado. O nome genérico do trabalho era “diretor de operações”. Era um trabalho muito importante, o emprego mais difícil, mas o melhor do mundo. 

O anúncio obteve mais de dois milhões de impressões, mas apenas 24 pessoas aceitaram participar da entrevista de emprego. E, diante das condições do tal trabalho, acharam um absurdo, uma loucura, algo quase cruel e desumano. E quando souberam que não haveria salário, exclamaram que ninguém jamais trabalharia assim de graça.  E, é claro, não aceitaram a vaga. Perguntaram até se isso era de acordo com a lei. É claro que é, respondiam os da agência. E mais, vamos lhes dizer que alguém ocupa essa vaga nesse exato momento. Na verdade, são bilhões de pessoas! Quem? Perguntavam espantadas as pessoas entrevistadas?

AS MÃES! Diretor de operações, mais conhecidas como MÂES. E elas atendem a todos esses requisitos! Mãe são as melhores diretoras, sem pagamentos, 24 horas por dia, sempre lá! O trabalho mais difícil e importante do mundo. Brincadeira séria!

Mãe é a coisa mais parecida com Deus, no seu amor gratuito por nós. É um raio do amor de Deus no coração de uma mulher. Amor total e gratuito, sem interesse nenhum, trabalho só por amor. Até diante da ingratidão! Amor que nunca se esquece dos filhos, amor sem egoísmo, amor abnegado, amor porque o objeto amado é alguém que foi por ela criado, bem perto do seu coração!

Pense na sua mãe! Todos aqueles dias e noites por você! Agradeça a Deus por ter lhe dado uma mãe e por tudo o que ela fez e faz por você!

O dia das mães é todo dia: dê a ela todo o seu carinho, sua oração e gratidão por tudo o que ela tem feito por você! Parabéns, mamães! Vocês são um tesouro, algo do Céu aqui na terra, um reflexo de Deus! Feliz dia das Mães! 

 

                                                                                                                                                                                                                                            *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                                                                                                                                                                                                                                                               São João Maria Vianney

                                                                                                                                                                                                                                                                                                               http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

terça-feira, 27 de abril de 2021

O MAIS BELO MÊS

O MAIS BELO MÊS 

                                                          Dom Fernando Arêas Rifan* 

                  Sábado próximo tem início o mais belo mês do ano, na Europa chamado mês das flores, pois lá é primavera, mês das noivas, por elas escolhido para os belos casamentos, o mês das mães, o mês de Nossa Senhora! Neste ano, por causa da pandemia que nos assusta, um pouco sem brilho, mas não com menos fervor e devoção à Mãe de Deus.

            O Papa Francisco, nesse tempo de pandemia (2020), escreveu uma bonita carta, sobre este tão belo mês: “Já está próximo o Mês de Maio, no qual o povo de Deus manifesta de forma particularmente intensa o seu amor e devoção à Virgem Maria. Neste mês, é tradição rezar o Terço em casa, com a família; dimensão esta – a doméstica –, que as restrições da pandemia nos «forçaram» a valorizar, inclusive do ponto de vista espiritual”.

“Por isso, pensei propor-vos a todos que volteis a descobrir a beleza de rezar o Terço em casa, no mês de maio. Podeis fazê-lo juntos ou individualmente: decidi vós de acordo com as situações, valorizando ambas as possibilidades. Seja como for, há um segredo para bem o fazer: a simplicidade; e é fácil encontrar, mesmo na internet, bons esquemas para seguir na sua recitação. Além disso, ofereço-vos os textos de duas orações a Nossa Senhora, que podereis rezar no fim do Terço; eu mesmo as rezarei no Mês de Maio, unido espiritualmente convosco. Junto-as a esta Carta, para que assim fiquem à disposição de todos”.

O Papa recomenda uma oração a Nossa Senhora, Salvação do Povo Romano: “...Confiamo-nos a Vós, Saúde dos Enfermos, que permanecestes, junto da cruz, associada ao sofrimento de Jesus, mantendo firme a vossa fé. Vós, Salvação do Povo Romano, sabeis do que precisamos e temos a certeza de que no-lo providenciareis para que, como em Caná da Galileia, possa voltar a alegria e a festa depois desta provação. Ajudai-nos, Mãe do Divino Amor, a conformar-nos com a vontade do Pai e a fazer aquilo que nos disser Jesus, que assumiu sobre Si as nossas enfermidades e carregou as nossas dores para nos levar, através da cruz, à alegria da ressurreição. Amém.

“À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas na hora da prova, mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita. Na dramática situação atual, carregada de sofrimentos e angústias que oprimem o mundo inteiro, recorremos a Vós, Mãe de Deus e nossa Mãe, refugiando-nos sob a vossa proteção. Ó Virgem Maria, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos nesta pandemia do Coronavírus e confortai a quantos se sentem perdidos e choram pelos seus familiares mortos e, por vezes, sepultados duma maneira que fere a alma. Sustentai aqueles que estão angustiados por pessoas enfermas de quem não se podem aproximar, para impedir o contágio. Infundi confiança em quem vive ansioso com o futuro incerto e as consequências sobre a economia e o trabalho. Mãe de Deus e nossa Mãe, alcançai-nos de Deus, Pai de misericórdia, que esta dura prova termine e volte um horizonte de esperança e paz. Como em Caná, intervinde junto do vosso Divino Filho, pedindo -Lhe que conforte as famílias dos doentes e das vítimas e abra o seu coração à confiança. Protegei os médicos, os enfermeiros, os agentes de saúde, os voluntários que, neste período de emergência, estão na vanguarda arriscando a própria vida para salvar outras vidas. Acompanhai a sua fadiga heroica e dai-lhes força, bondade e saúde. Permanecei junto daqueles que assistem noite e dia os doentes, e dos sacerdotes que procuram ajudar e apoiar a todos, com solicitude pastoral e dedicação evangélica. Virgem Santa, iluminai as mentes dos homens e mulheres de ciência, a fim de encontrarem as soluções justas para vencer este vírus. Assisti os Responsáveis das nações, para que atuem com sabedoria, solicitude e generosidade, socorrendo aqueles que não têm o necessário para viver, programando soluções sociais e econômicas com clarividência e espírito de solidariedade. Maria Santíssima tocai as consciências para que as somas enormes usadas para aumentar e aperfeiçoar os armamentos sejam, antes, destinadas a promover estudos adequados para prevenir catástrofes do gênero no futuro. Mãe amadíssima, fazei crescer no mundo o sentido de pertença a uma única grande família, na certeza do vínculo que une a todos, para acudirmos, com espírito fraterno e solidário, a tanta pobreza e inúmeras situações de miséria. Encorajai a firmeza na fé, a perseverança no serviço, a constância na oração. Ó Maria, Consoladora dos aflitos, abraçai todos os vossos filhos atribulados e alcançai-nos a graça que Deus intervenha com a sua mão omnipotente para nos libertar desta terrível epidemia, de modo que a vida possa retomar com serenidade o seu curso normal. Confiamo-nos a Vós, que resplandeceis sobre o nosso caminho como sinal de salvação e de esperança, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria. Amém”.

 

                                                                                                                                                                                                                                   *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                                                                                                                                                                                                                                                     São João Maria Vianney

                                                                                                                                                                                                                                                                                                    http://domfernandorifan.blogspot.com.br/ 

terça-feira, 20 de abril de 2021

CONFIANÇA E PREVENÇÃO

    CONFIANÇA E PREVENÇÃO!

 

                                                          Dom Fernando Arêas Rifan*

 

            Vendo a morte levar nossos conhecidos e entes queridos pela COVID-19, é difícil, mesmo confiando em Deus, não ficarmos tristes nem nos preocuparmos            com esse flagelo. E não nos consola o fato de o mundo já ter passado por pestes semelhantes, por muita gente ter morrido nas guerras, por sabermos que a vida é mesmo assim... Mas quando chega a nossa vez, quando a morte bate na porta dos nossos vizinhos, todos trememos de medo. Rezando pela nossa saúde e confiando em Deus, precisamos estar preparados para tudo.         

            Deus não é autor do mal. O mal é proveniente da nossa finitude, pois só Deus é o sumo bem e a suma perfeição.  O mal é consequência às vezes do mau uso da nossa liberdade e, muitas vezes, dos nossos pecados. Mas Deus só permite um mal para dele tirarmos algum bem. E podemos tirar sim.

Essa doença vem nos lembrar a nossa pequenez. O homem, orgulhoso de sua ciência e de suas conquistas tecnológicas em todos os campos, prostra-se de joelhos diante de um ser ultramicroscópico, que põe toda a humanidade temerosa. Realmente nós não somos onipotentes e tão poderosos: só Deus o é. Portanto, a primeira lição é de humildade.

            Por isso, recorramos a Deus onipotente, pedindo-lhe que afaste de nós esta calamidade: “ela não é enviada por Ele, mas permitida, para que nos convertamos de nossa soberba e desmando na organização dos recursos da criação...” (Dom Pedro Cipollini). Segunda lição: oração. E a lembrança de que a nossa pátria definitiva não é aqui. Somos cidadãos do Céu.

            “Nas tempestades da vida, nos momentos de desorientação, o homem não pode contar apenas com as próprias forças. É preciso ter fé e recordar que Deus pode nos salvar de todas as tempestades”. Foram as palavras do Cardeal Angelo Comastri, arcipreste da Basílica de São Pedro, lembrando da tempestade no Mar da Galileia, com os Apóstolos temerosos acordando Jesus. “Temos que recordar sempre que Deus pode nos tirar de todas as tempestades, desde que tenhamos fé e abramos o nosso coração a Ele”. Oração com fé e humildade.

            Se de um lado devemos recorrer à oração, com confiança em Deus, por outro lado devemos usar todos os recursos, prevenções e assepsias que os médicos e os profissionais da saúde nos recomendam. Jesus disse: “Os doentes precisam de médico” (Mt 9, 12).

            E não devemos “tentar a Deus”, ou seja, fazer coisas imprudentes e perigosas para a nossa saúde, confiando erradamente que Deus nos protegerá (Mt 4, 7). Prevenção e cuidados. Ouvindo o que nos dizem os médicos, todos devemos ser vacinados, evitar aglomerações, usar máscaras, lavar as mãos e usar álcool para assepsia.

            Essa calamidade nos ensina ainda que todos somos iguais em natureza, sem distinção de classes, cor, nacionalidade, sexo, etc., fracos e débeis, precisando sempre e dependentes uns dos outros. Isso nos obriga a cuidarmos uns dos outros, à solidariedade e à caridade.

            Que Maria Santíssima, saúde dos enfermos, nos proteja.

           

                                                                                                                                                                                                                                                *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   São João Maria Vianney

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

  

terça-feira, 13 de abril de 2021

A PAZ ESTEJA CONVOSCO!

  A PAZ ESTEJA CONVOSCO!

                                                          Dom Fernando Arêas Rifan*

 

            Após a sua Paixão e morte na Cruz, os discípulos de Jesus estavam apavorados, cheios de medo e incertezas quanto ao passado – teria sido tudo um sonho e uma ilusão? – e quanto ao futuro – o que será de nós sem Ele?. Jesus lhes aparece, vivo, e os saúda, dizendo: “A paz esteja convosco”. Foi a sua mensagem de Páscoa. “A paz é a tranquilidade da ordem” (Santo Agostinho). A paz dos povos, a paz das consciências, a paz com Deus! Nos tempos calamitosos em que vivemos, a paz, a tranquilidade, embora difícil, é especialmente necessária, até para a nossa saúde. “A imaginação é a metade da doença. A tranquilidade é a metade do remédio. E a paciência é o primeiro passo para a cura” (Avicena, médico e filósofo árabe medieval, considerado pai da medicina moderna).       

            A depressão é excesso de passado em nossas mentes e a ansiedade, excesso de futuro. O momento presente é a chave para a cura de todos os males mentais. E a confiança em Deus vem nos dar forças e paz. Preocupados com o passado e o futuro, não vivemos bem o presente. A memória e a imaginação, não controladas, roubam-nos a paz e a tranquilidade.

 “A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para frente” (Sören Kierkegaard). “Que a saudade do ontem e o medo do amanhã não roubem a alegria do nosso hoje” (Pe. Roque Schneider). “Senhor, eu peço para o meu passado a vossa misericórdia, para o meu presente o vosso amor, para o meu futuro a vossa providência” (São Pio de Pietrelcina). “A imaginação dos lugares e mudanças a muitos tem iludido” (Imitação de Cristo I, 9). “Essa felicidade que supomos, / Árvore milagrosa, que sonhamos / Toda arreada de dourados pomos, // Existe,sim: mas nós não a alcançamos / Porque está sempre apenas onde a pomos / E nunca a pomos onde nós estamos” (Vicente de Carvalho).

Jesus, no seu Sermão da Montanha, nos dá a receita da tranquilidade: “Não fiqueis preocupados quanto à vossa vida... Olhai os pássaros do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros. No entanto, vosso Pai Celeste os alimenta. Será que vós não valeis mais do que eles?... Aprendei dos lírios do campo, como crescem. Não trabalham nem fiam, e, no entanto, eu vos digo, nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um só dentre eles... Vosso Pai Celeste sabe que precisais de tudo isso. Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo. Portanto, não fiqueis preocupados com o amanhã, pois o amanhã terá sua própria preocupação! A cada dia basta o seu mal” (Mt 6, 25-34). Não perder a paz com o que aconteceu ontem, nem com o que imaginamos poderá acontecer amanhã: basta o problema de cada dia. Santa Teresa chamava a imaginação de “a louca da casa”. Ela pode nos perturbar e nos tirar a tranquilidade e a paz, com os perigos e os problemas que nem sequer existem ainda.

No Pai-Nosso, Jesus nos ensinou a pedir “o pão nosso de cada dia”. Com a palavra “pão” podemos entender não só o alimento, mas também a solução de todos os problemas. De cada dia, não os de amanhã. Abandonemo-nos nas mãos de Deus, que é Pai, e se preocupa conosco e por nós. “Lança sobre Deus o teu cuidado, e ele te sustentará” (Sl 55, 23). “Lançai sobre ele toda a vossa preocupação, pois ele cuida de vós” (1Pd 5,7).

                                                                                                                                                                                                                                               *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                São João Maria Vianney

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                http://domfernandorifan.blogspot.com.br/


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

PANDEMIA

 PANDEMIA: REFLEXÕES

 

                                                          Dom Fernando Arêas Rifan*

                                                                                                                                          

 

Na Ladainha de Todos os Santos, pedimos a Deus que nos livre dos flagelos, da peste (pandemias), da fome e da guerra. Pode ser que, permitindo o flagelo, Deus espere a nossa conversão e reflexão sobre os desregramentos da humanidade.

Deus às vezes pode usar das doenças e calamidades, mesmo sem as querer, mas só permitir, para que delas possamos tirar algum bem. Não foi a doença que fez o centurião romano, pagão, se aproximar de Jesus para pedir a cura para alguém da sua casa? Na parábola do filho pródigo, não foi a desgraça que o fez voltar para o seu pai? Não foi o assalto e o roubo do judeu na parábola que suscitaram a caridade e a boa ação do samaritano?

Assim também, nessa pandemia atual, permitida por Deus, procuremos tirar todo o bem possível, pois é isso que Deus quer de nós. Ocasião para rezarmos mais, para amarmos mais nossa família e os irmãos, para exercermos a paciência especialmente em nossa vida familiar, praticando a caridade com o próximo. Muitas pessoas, com essa quarentena, aprenderam a rezar mais e melhor, especialmente com a família! Apreciamos todo o esforço dos poderes públicos mesmo insuficiente, a abnegação e o trabalho dedicado dos médicos, e profissionais da saúde em geral, dos policiais, bombeiros e sacerdotes.  Que Deus os abençoe e conforte a eles e suas famílias!

Átila, rei nos Hunos, pioneiro das incursões bárbaras que assolaram o Império Romano, invadiu a Europa com tanta mortandade que não era possível contar o número dos mortos, pilhando e devastando cidades, igrejas e mosteiros, e foi intitulado “o flagelo de Deus”, ou seja, o instrumento de Deus para punir os pecados dos homens.  Só parou às portas de Roma, quando foi ao seu encontro o Papa São Leão I, que o persuadiu a desistir de sua invasão da Itália.

As causas dessa pandemia são ainda obscuras. Mas a falta de cuidado, os desvios de verbas públicas e os pecados acontecidos nesse tempo nos questionam. Mas não é hora de atribuirmos culpa a esse ou àquele. Devemos sim rezar por nós e por todos, como nos ensina a Igreja: “O Apóstolo exorta-nos a fazer súplicas e ações de graças pelos reis e por todos aqueles que exercem a autoridade, ‘a fim de que possamos ter uma vida calma e tranquila, com toda a piedade e dignidade’ (1Tm 2,2)” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2240).

 “Peçamos a graça de saber rezar uns pelos outros. São Paulo exortava os cristãos a rezar por todos, mas em primeiro lugar por quem governa (cf. 1Tm 2,1-3). ‘Mas este governante é…’, e os adjetivos são muitos. Não os digo, porque este não é o momento nem o lugar para repetir os adjetivos que se ouvem contra os governantes. Deixemos que Deus os julgue! Nós, rezemos pelos governantes. Rezemos… Precisam da nossa oração. É uma tarefa que o Senhor nos confia. Temo-la cumprido? Ou limitamo-nos a falar, a insultar? Quando rezamos, Deus espera que nos lembremos também de quem não pensa como nós...” (Papa Francisco, homilia da Solenidade de São Pedro e São Paulo, 29 de junho de 2020).

                                                                 

          *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                                                                                                                                                                                                                                                              São João Maria Vianney

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       http://domfernandorifan.blogspot.com.br/


sábado, 30 de janeiro de 2021

A RECONQUISTA DO POVO

  A RECONQUISTA DO POVO

 

                                                          Dom Fernando Arêas Rifan*

                                                                                                                                           

Já disseram que a Igreja do século XIX teria perdido os operários. Perdido para as teorias marxistas. Sobretudo a juventude operária. Triste! Mas costuma-se dizer que a Igreja não perde seus fiéis: perde os infiéis, os que não eram suficientemente fiéis. Daí o exame de consciência necessário para ver de quem é a culpa da perda de tantos membros. Em períodos de graves crises, sempre se perdem alguns: é o efeito purificador das crises. Assim aconteceram nas guerras, nas pestes, nas crises na Igreja, nas heresias, etc.

Deus é quem julga de quem seria a culpa da apostasia ou esfriamento. Que nos incumbe é lutar para que não aconteçam defecções, mas que a fé seja robustecida nas crises, especialmente nessa pandemia pela qual estamos passando.

Essa crise serviu para purificar muitas pessoas, para fortalece-las na oração, na convivência familiar, nas reuniões de família em torno do seu altar doméstico. Mas também pode ter servido para esfriar a fé. Resta-nos a reconquista dos valores da fé. Creio que as três bases para a reconquista serão: a Santíssima Eucaristia, sobretudo a Santa Missa, a devoção a Nossa Senhora, vencedora das grandes batalhas de Deus e a instrução catequética.

No século XIX, período de grande crise, Deus suscitou um santo que se tornou o maior educador daquele tempo e modelo de todos os educadores. Estamos falando do grande São João Bosco, cuja festa celebraremos dia 31, com os seus filhos salesianos.

            Estamos em Turim, Itália, na época do começo da industrialização, com o problema decorrente da imigração juvenil. Inundada de jovens procurando emprego, que nem sempre conseguiam, essa cidade oferecia ocasião para muitas desordens e perigos para essa juventude. É nesse contexto que entra em ação o Padre João Bosco, Dom Bosco, como se chamam os padres na Itália, como hábil organizador de iniciativas, implantando um fantástico sistema educacional que mais tarde se chamaria “sistema preventivo”, fundado na razão, na religião e na amabilidade. E assim ele reconquistou a juventude.

            Enfrentando ataques violentos dos anticlericais, ele implantou o oratório festivo de Valdocco, enriqueceu-o de laboratórios artesanais e profissionais, com escolas de artes e ofícios para jovens trabalhadores e com escolas humanísticas para os jovens encaminhados ao sacerdócio. Para assegurar o futuro de sua obra, fundou a Pia Sociedade de São Francisco de Sales, os Salesianos, e, com a ajuda da Irmã Maria Mazzarello, o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, das quais temos ilustres representantes em nossa cidade, dedicados à educação dos jovens. A eles e a elas a nossa homenagem e imensa gratidão.

            Esse grande apóstolo da juventude, fecundo escritor de livros populares, sobretudo para os jovens, exemplo para todos os educadores, faleceu santamente em 31 de janeiro de 1888. Foi proclamado pelo Papa João Paulo II “pai e mestre dos jovens”. Que São João Bosco proteja a nossa juventude!

                                                                  *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                         São João Maria Vianney

                                                                       http://domfernandorifan.blogspot.com.br/